Sistema FAEP

ATeG do Sistema FAEP oferece apoio do início ao fim dentro da porteira

Serviço entrou em nova fase, ampliando atendimentos e fazendo a diferença para mais de 1,1 mil produtores rurais atendidos

Depois de experiências na suinocultura e na bovinocultura de leite e corte, não se pode dizer que o produtor Mauro Túlio, do município de Rebouças, na região Centro-Sul do Paraná, seja um pecuarista de primeira viagem. Aos 56 anos, Túlio decidiu iniciar uma nova criação de animais. “Começou com uma ovelhinha que meu filho ganhou de presente. Tomei gosto, fui consorciando boi de corte com ovelha e, como o mercado do ovino melhorou, aumentei o plantel”, relata o agora também ovinocultor.

O produtor Mauro Túlio recebe orientações da técnica de campo Thais Fernanda Gavlak, do Sistema FAEP

Desde fevereiro deste ano, Túlio recebe atendimento personalizado na propriedade, o que permite organizar e estruturar a atividade neste início de jornada. O pecuarista faz parte da Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Sistema FAEP, que promove o desenvolvimento das competências técnicas e de gestão com uma metodologia que trabalha cada propriedade de forma individualizada.

Uma vez por mês, a técnica de campo Thais Fernanda Gavlak, do Sistema FAEP, vai até a propriedade de Túlio para um atendimento de quatro horas, dividido entre temas gerenciais do negócio e o acompanhamento técnico da produção de ovinos. As oito visitas até o momento já renderam diversas recomendações que estão ajudando a redesenhar a condução da atividade.

“É bom contar com profissionais que têm conhecimento na área. A gente fica livre [dos conselhos] de vendedores de lojas agropecuárias, que têm compromisso com a parte comercial”, aponta Túlio.

O ovinocultor trabalha com animais de várias raças para ter sempre cordeiros jovens disponíveis, uma vez que cada linhagem entra no cio em uma época diferente. Atualmente ele possui 97 matrizes e três reprodutores, num total de 200 animais. Enquanto as ovelhas são criadas no regime extensivo, os cordeiros destinados ao abate ficam confinados até atingir 40 quilos, peso ideal para comercialização. No caso de Túlio, a venda do animal vivo ocorre de forma direta ao consumidor final.

Desde que o produtor passou a receber o atendimento da ATeG do Sistema FAEP, inúmeras mudanças foram adotadas no sistema produtivo. “Agora os animais são identificados. Também passamos a acompanhar o ganho de peso e investimos em uma tosquia adicional”, relata o pecuarista.

As mudanças também atravessam a parte gerencial. “Antes eu marcava o que vendia, mas não registrava os custos. Com o atendimento da ATeG, anotamos tudo”, diz Túlio.

Segunda fase

O ovinocultor Túlio passou a fazer parte da ATeG do Sistema FAEP na segunda etapa do programa. A iniciativa, que começou de forma piloto em 2023, hoje está presente em 143 municípios do Paraná, levando informação técnica e gerencial personalizada a oito cadeias produtivas: grãos, apicultura, bovinoculturas de corte e de leite, cafeicultura, fruticultura, olericultura e ovinocultura. Atualmente, 48 turmas estão a campo, totalizando 1.172 propriedades atendidas em todas as regiões do Estado.

“Com esse trabalho, o Sistema FAEP está profissionalizando ainda mais o meio rural paranaense, permitindo que os produtores encarem as propriedades como verdadeiras empresas. Vamos continuar expandindo a ATeG para todos os agricultores e pecuaristas interessados”, afirma o presidente interino do Sistema FAEP, Ágide Eduardo Meneguette, lembrando que o serviço é gratuito.

Depois de trabalhar com outras atividades, como tabaco e apicultura, o produtor rural Tadeu Borakouski, de Prudentópolis, na região Centro-Sul, decidiu investir, com auxílio da ATeG, em uma fruta com pouca oferta e bom preço na região: o figo. Hoje, Borakouski tem 118 pés de figo, que conduz com ajuda do filho e da esposa.

“Procurei no município e vi que ninguém tinha pra vender”, conta o fruticultor, que rapidamente confirmou a boa aceitação do produto nas feiras municipais.

A família Borakouski recebe atendimento da ATeG na área de fruticultura

Diante dos bons resultados, o fruticultor Borakouski já mira outras duas culturas para somar ao figo: a amora e o mirtilo. “A amora é uma fruta mais rústica, resistente e com bom valor agregado. Na região, há bastante gente que planta. A ideia é ajustar a recomendação técnica de acordo com a realidade de cada um”, aponta o técnico de campo da ATeG Diego de Souza, que presta o atendimento na propriedade da família Borakouski.

A amora conta com uma facilidade adicional, uma vez que existem empresas e uma associação na região que absorvem a produção.

Próximo do pomar dos Borakouski, também em Prudentópolis, Souza atende outra família de fruticultores. O casal Agostinho e Jocimara Duard iniciou, há um ano, a produção de amora na propriedade. Mais de 3,2 mil pés se somam a outros 8,5 mil pés de morango ao longo dos 8,5 hectares. “Eu sempre digo que só dica de vendedor não adianta. Tem que ter alguém que oriente de verdade”, reflete Agostinho, fazendo referência ao técnico de ATeG.

Técnico de campo da ATeG Diego de Souza (ao centro) em atendimento na propriedade do casal Agostinho e Jocimara Duard

No começo, o produtor buscou informação técnica sobre cultivo de amora em vídeos da internet e em conversas com os vizinhos. Porém, somente a partir do atendimento da ATeG que ganhou confiança para tomar novas decisões. “O técnico mostrou os tipos de manejo e de poda corretos para manter as plantas vigorosas”, relata Duard, que conta com a assistência técnica no morango e na amora.

A ideia é que o atendimento na parte gerencial do negócio entre de forma natural na rotina, trazendo uma nova visão do empreendimento rural. “O Agostinho construiu uma cerca para o plantio da amora, mas, como ele mesmo que fez, não computou como custo. Isso é muito comum, já que os produtores não encararem esse tipo de trabalho como despesa. Porém, precisa entrar na conta também”, adverte o técnico de campo.

Aprendizado constante

Mesmo com várias décadas de experiência na produção de grãos, o agricultor Osmar Antônio Grassi, de Chopinzinho, município na região Sudoeste do Estado, identificou, logo nos primeiros atendimentos de ATeG, que poderia melhorar o manejo a partir de mudanças simples, como a redução do número de plantas por área na lavoura de trigo e a orientação para a aplicação de fungicida para o controle da doença oídio.

O agricultor Osmar Antônio Grassi, de Chopinzinho recebe atendimento da técnica de campo Luana Zauza, do Sistema FAEP

“Com muito trigo, o risco de a planta acamar [deitar] por conta do vento é maior, o que acaba trazendo dificuldade no manejo e, consequentemente, prejuízo para o agricultor”, explica a técnica de campo Luana Zauza, responsável pelos atendimentos na cultura de grãos na região. “Essa recomendação foi ótima. Apesar de básica, nunca tinha me passado pela cabeça. Agora terei menos problema na hora da colheita”, prevê o produtor, que já elenca as expectativas em relação à ATeG do Sistema FAEP. “Reduzir custos, aumentar a produção e aprender aquilo que a gente ainda não sabe”, sentencia.

Grassi passou a fazer parte do programa no início do ano, sendo que a participação tem duração de dois anos. “Nas primeiras visitas é feito o diagnóstico produtivo da propriedade. A partir de então, calibramos o atendimento, pois precisamos analisar questões como área produtiva, mão de obra utilizada e maquinário. Isso porque cada propriedade e cada lavoura têm características distintas”, explica Luana.

No caso de Grassi, que possui lavouras em diferentes áreas, totalizando 130 hectares destinados à agricultura, existem diversas culturas em campo, em áreas distintas, ao mesmo tempo. Dessa forma, é necessário um atendimento personalizado para verificar as condições de cada uma.

“Não há uma verdade pronta. Sempre discutimos juntos a melhor saída, de acordo com a realidade que se apresenta”, ressalta a técnica de campo. “Não é difícil mudar de pensamento, até porque precisamos aprender sempre”, observa o produtor, contabilizando as inúmeras recomendações que já foram realizadas e que já surtem efeito na propriedade e no bolso.

ATeG promove revolução profissional no campo

O programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Sistema FAEP teve início em 2023, com objetivo de fomentar a geração de renda nas propriedades por meio da profissionalização da atividade rural. Aliando conteúdos técnicos e gerenciais, a iniciativa prevê visitas mensais de um técnico de campo às propriedades atendidas, que orienta o produtor sobre os aspectos relativos à produção agropecuária e também ao controle gerencial da atividade. A participação no programa tem duração de dois anos.

O técnico de campo divide essas visitas mensais entre atendimentos técnico e gerencial, levando em conta as particularidades de cada propriedade. Alguns produtores têm mais facilidade no controle de despesas, outros mais conhecimento da parte produtiva. Então a solução é construir um atendimento personalizado, que leve em conta as facilidades e as dificuldades de cada um.

Vanessa Reinhart, coordenadora do programa de ATeG do Sistema FAEP

A metodologia empregada no programa é dividida em cinco etapas. A primeira consiste no diagnóstico das informações produtivas, ambientais, sociais e econômicas de cada propriedade atendida. Com base neste diagnóstico, produtor e técnico definem as metas e objetivos para a atividade produtiva. A etapa seguinte é a execução das orientações do técnico para melhorar o processo produtivo e gerencial utilizando as ferramentas da ATeG. Na quarta etapa o Sistema FAEP oferece capacitações profissional complementar para apoiar a adoção de tecnologias e decisões. Por fim existe a avaliação do desempenho da propriedade, convertendo dados da ATeG em indicadores para decisões e planejamento futuro.

Em sua primeira fase, o atendimento de ATeG abrangeu os municípios da Região Metropolitana de Curitiba (RMC), atendendo 114 propriedades da cadeia da olericultura. A etapa seguinte, iniciada em 2025, ampliou a área de abrangência da ATeG para dez regiões do Paraná e oito cadeias produtivas. Para o futuro, a expectativa é levar a iniciativa para todo Paraná.

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Confira os pré-requisitos para participar da ATeG

· Ser produtor rural;
· Ter mais de 18 anos;
· Não receber outro tipo de assistência técnica regular;
· Participar de cursos do Sistema FAEP indicados pelo técnico de campo, durante período da assistência;
· Estar presente durante as visitas do técnico de campo;
· Seguir as orientações técnicas e gerenciais;
· Fornecer os dados solicitados;
· Ter interesse por inovação;
· Estar aberto a mudanças.

Imprensa

O Departamento de Comunicação do Sistema FAEP desenvolve a divulgação das ações da entidade. Entre suas tarefas, uma é o relacionamento com a imprensa, incluindo a do setor agropecuário e também os veículos

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