Sistema FAEP/SENAR-PR

Aliança Láctea


Histórico

A constatação de que a região sul caminha a passos largos para se tornar a primeira bacia leiteira nacional, deixando para trás a região sudeste que tradicionalmente apresenta o maior volume de leite, a consideração da similaridade existente entre os sistemas produtivos do sul e a necessidade de orientar com competitividade o excedente de produção a novos mercados, originou a realização de uma reunião histórica em Curitiba, na Federação da Agricultura do Estado do Paraná, no dia 15 de julho de 2014.

De forma pioneira na história dos três estados do Sul , nesse dia reuniram-se os secretários da Agricultura do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul com representantes e presidentes das seguintes instituições vinculadas ao agronegócio nos 3 estados: federações de agricultura, federações dos trabalhadores na agricultura, sindicatos das indústrias de laticínios, organismos de defesa sanitária, empresas de extensão rural e Instituto Gaúcho do Leite.

Durante um dia de trabalho foi discutida a situação da cadeia leiteira nos estados e confirmou-se que há grande similaridade da atividade na região, destacando pontos positivos como a capacidade de aumentar a produção sem necessidade de grandes investimentos e o parque industrial consolidado e apto a aumentar a recepção e transformação de leite.

Os pontos negativos de destaque são a falta de assistência técnica aos produtores, as dificuldades para implementação da IN62 e a possibilidade de exclusão de muitos produtores da atividade, além das estruturas públicas apresentarem-se deficitárias e de muitas indústrias com funcionamento inadequado.

A percepção geral foi que os produtores podem alcançar um patamar superior de qualidade e competitividade se receberem apoio , capacitação e assistência técnica para aplicar os conhecimentos técnicos atualmente disponíveis, conforme comprovam casos concretos conhecidos nos 3 estados quando produtores duplicaram ou triplicaram suas produções com investimentos dentro de suas possibilidades.

É necessário intensificar a disseminação das tecnologias existentes nos 3 estados através de trocas de experiências, citando como exemplo a vasta oferta de forrageiras pesquisadas e validadas pela Epagri, enquanto que o Paraná é carente desses materiais.

Assim a reunião culminou na identificação do interesse comum pela construção e implementação de um Plano Conjunto para o Desenvolvimento Integrado da cadeia do leite na região Sul, com políticas de Estado e parceria publico-privada, buscando a sustentabilidade de produtores e indústrias.

A “Aliança Láctea Sul Brasileira” foi constituída como o fórum público-privado que deverá desenvolver e fomentar a implementação desse plano para harmonizar o ambiente produtivo, industrial e comercial dos 3 estados, criando o início de um bloco fornecedor de leite e derivados com qualidades semelhantes, para os mercados interno e externo.

A região tem condições de aumentar substancialmente a produção sem aumentar a área ocupada pela atividade nem o número de vacas leiteiras, bastando investir em manejo, alimentação, genética e sanidade.

Por outro lado, a considerar pelos índices de crescimento de produção e consumo verificados nos últimos anos, o Brasil caminha para a autossuficiência em leite, reforçando a necessidade de planejar o crescimento da produção, adequando-a para competir internacionalmente pelo acesso a novos mercados com suas exigências rígidas de qualidade.

As tentativas de implantação da IN 62, que rege os parâmetros de qualidade do leite nacional já duram 12 anos, desde a edição da IN 51 que tratava do mesmo assunto e pela não implantação foi substituída pela IN 62.

É preciso esforço conjunto para reverter essa situação proporcionando os meios necessários para que significativa parcela dos produtores elevem seus padrões de qualidade ao nível exigido, dando ao leite brasileiro um novo patamar de qualidade, compatível com o mercado internacional.

Para atingir esse novo status esses produtores deverão receber assistência técnica e capacitação de qualidade.

Igualmente o parque industrial apresenta significativa parcela de empresas com baixos níveis de gestão e de qualidade de produtos, necessitando passar por um processo de melhorias na gestão, com implantação de boas práticas de fabricação.
De forma geral o setor industrial precisa trabalhar para o desenvolvimento de novos produtos e implantação de sistemas de valorização diferenciado do leite em função da qualidade apresentada.

Estratégia para implementação dos objetivos da Aliança Láctea Sul Brasileira

Ficou decidido utilizar a seguinte estratégia:

  1. Determinação de um coordenador geral com rodízio anual entre os estados
  2. Formação de grupos temáticos compostos por profissionais dos 3 estados para desenvolver os temas abaixo relacionados.
  3. Para facilidades operacionais, a coordenação de cada grupo deverá ficar a cargo de um técnico do mesmo estado do coordenador geral.
  4. Segundo definição dos membros, para o 1º ano a coordenação ficou a cargo estado do Paraná.

Ato Constitutivo

Confira aqui (PDF)


Objetivos

Objetivo geral

Ser um fórum público privado permanente trabalhando para harmonizar o setor leiteiro da região sul, incrementar a competitividade e a sustentabilidade através do desenvolvimento das capacidades técnico-gerenciais de produtores de leite e indústrias de laticínios, além de conciliar os procedimentos sanitários, de inspeção e tributários.

Objetivo específico

Desenvolver e implementar um Plano Conjunto para o Desenvolvimento Integrado da Cadeia do Leite na Região Sul.

Para implementação deverá ser utilizada a estrutura organizacional presente em cada estado, com continuidade dos programas em andamento e construção de outros, considerando peculiaridades regionais que poderão demandar ações diferenciadas, porém visando o resultado comum que é a melhoria da atividade leiteira nos 3 estados.

Justificativa

A criação da Aliança Láctea Sul Brasileira justifica-se pela constatação de que a região sul caminha a passos largos para se tornar a primeira bacia leiteira nacional, deixando para trás a região sudeste que tradicionalmente produz o maior volume de leite do país.

Nesse cenário destaca-se a importância de elevar a qualidade da matéria prima e dos produtos da região para que obtenham as condições adequadas para entrar em novos mercados, já que a perspectiva é de excedente de produção.
Aliança Láctea Sul Brasileira foi criada para buscar a competitividade necessária para direcionar esse iminente excesso de leite regional para novos mercados, transformando a região em um bloco produtor e comercial.


Composição da coordenação

COORDENADOR GERAL (período de novembro 2021 a novembro 2023)

Airton Spies
E-mail: airtonspiesphd@gmail.com
Tel.: (48) 98847-3701

APOIO

Sindilat RS
E-mail: aliancalactea@gmail.com
Tel.: (51) 3211-1111 / (51) 98909-1934


Eixos de atuação

GRUPO 1- QUALIDADE DO LEITE E PROGRAMAS DE PAGAMENTO POR QUALIDADE
  • IN 62 – acompanhar a próxima consulta pública e construir documento propondo adequações nos itens de interesse a serem trabalhados na qualidade do leite.
  • Sistemas de inspeção –buscar a uniformidade e discutir mais profundamente a metodologia de autocontrole e suas possíveis implicações.
    Fraudes no leite – apoiar as iniciativas de combate, buscar ações de Instituições de Pesquisa para aperfeiçoar os mecanismos de detecção de fraudes.
  • Destino do leite condenado – propostas de medidas para definição do destino; incluir esta pauta na discussão da consulta pública da IN-62
  • Responsabilidade técnica – buscar a uniformização dos procedimentos e ações dos RT’s nas industrias, a
    presença efetiva do RT nos estabelecimentos.
  • Infraestrutura – realizar um diagnostico para propor ações direcionadas para o foco dos problemas, envolvendo e
    Estradas, energia elétrica, água, entre outros.
  • Legislação de uso produtos higiene/sanitização – buscar resolver o problema da utilização nem sempre seguir orientação técnica. Indústrias de laticínios poderiam validar /recomendar produtos a serem utilizados por seus produtores.
GUPO 2 – GERAÇÃO E TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA, ASSISTÊNCIA TÉCNICA E QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL.
  1. Apresentação de cinco casos selecionados de metodologia de prestação de assistência técnica no estado do Paraná:
    • Projeto Leite Sudoeste ;
    • Projeto Norte Pioneiro ;
    • Programa Leite Mais (Arenito);
    • Projeto Vitória ;
  2. Profissionalização de pequenos produtores de leite – Cooperativa Castrolanda .
  3. Apresentação Programa Rede Leite que faz parte
    de ações selecionados de assistência técnica no estado do Rio Grande do Sul:
    O estado de Santa Catarina apresentou Proposta da EPAGRI para produção de leite em Santa Catarina.
  1. Harmonização na identificação dos animais sob Programa (Plataforma de Gestão Agropecuária – PGA)
  2. Indenização dos animais sob programas estaduais de controle e erradicação de brucelose e tuberculose
  3. Cuidados na importação e exportação de animais:
    no Ingresso – risco sanitário, sem rastreabilidade;
    na Saída – garantias sanitárias a certificar;
  4. Estratégias para inibição e combate à fraudes no leite:
    Ações da inspeção de POA; ações estaduais integradas;.ações em parceria com MP. (mídia e impacto comercial).
  5. Medidas de combate a fraudes no leite
GRUPO 4 – ORGANIZAÇÃO SETORIAL, RELAÇÕES INSTITUCIONAIS E ENTRE OS ELOS DA CADEIA
  • Criar um banco de informações relacionadas a organização setorial que contemple a interlocução dos elos da cadeia de cada Estado
  • Criar mecanismos para facilitar a comunicação entre os elos e as instituições de cada Estado
GRUPO 5 – POLÍTICA TRIBUTÁRIA E DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL (GESTÃO INDUSTRIAL E DE LOGÍSTICA) E DE MERCADO
  1. Proceder levantamento das indústrias lácteas existente nos três estados.
  2. Buscar a harmonização da legislação tributária dos três Estados;
  3. Buscar maior participação de representantes das indústrias na Aliança Látea;
  4. Maior rigor nas ações para erradicação da brucelose e tuberculose
  5. Buscar parceria com MAPA,MDA e indústrias para um plano conjunto de assistência técnica aos produtores de leite.
  6. Discutir um plano de marketing para o leite.

ATAs


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