Sistema FAEP e o Agro no cumprimento de objetivos da ONU
Há dez anos, o mundo luta para atingir os chamados Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), instituídos pela Organização das Nações Unidas (ONU), com o intuito de superar desafios sociais, econômicos e ambientais. Estabelecido em 2015, o pacto global pretende alcançar tais objetivos até o fim de 2030, de modo a não comprometer as futuras gerações. A cinco anos do prazo, o setor agropecuário será determinante para que o planeta cumpra os ODS.
Aprovada pelos Estados-membro da ONU em 2015, a “Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável” estabeleceu 17 ODS, que, juntos, contém 169 metas. Destas, 75% têm relação direta ou indireta com atividades agropecuárias. O setor tem atuação estratégica quando se fala, por exemplo, em erradicação da pobreza, garantia da segurança alimentação, educação e igualdade, promoção de saúde e combate às mudanças climáticas.
“Isso evidencia a importância do setor agropecuário para o mundo. Temos relação direta com quase todos os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, o que demonstra que somos parte indispensável da solução do mundo para os próximos anos”, destaca o presidente interino do Sistema FAEP, Ágide Eduardo Meneguette. “Temos feito a lição de casa. O setor produz mais e melhor, com respeito ao meio ambiente e às pessoas”, acrescenta.
Um dos exemplos mais explícitos que ressalta a importância do setor agropecuário para a agenda global é o ODS número 2: “Fome zero e agricultura sustentável”. Segundo o “Relatório de Desenvolvimento Sustentável – 2025”, entre 713 milhões e 757milhões de pessoas sofrem de subnutrição crônica no mundo, o que corresponde a 9% da população. Os preços elevados dos alimentos e as mudanças climáticas estão entre as causas para parcela da sociedade passar fome.
Segundo o documento, se não houver mudanças profundas, o mundo pode não cumprir o ODS 2. As projeções alertam que mais de 500 milhões podem estar cronicamente subnutridas em 2030 – a maior parte delas, na África. O setor agropecuário terá papel decisivo para reverter esse quadro. Para isso, a ONU aponta a necessidade de diversificação produtiva, aumento dos investimentos em agricultura familiar e reforço de políticas públicas de segurança alimentar.
“Atualmente, há mais de 700 milhões de pessoas passando fome. Isso é algo gritante, que mostra o quanto o setor agropecuário terá papel centram no cumprimento dos ODS da ONU”, diz Rodrigo Lima, consultor do Sistema FAEP.
Outros objetivos diretamente relacionados ao setor agropecuário são o ODS 6 (Água potável e saneamento) e o ODS 7 (Energia Limpa). Além disso, o setor agropecuário é destaque absoluto em outros dois ODS: o número 12 (Consumo e produção responsáveis) e o 13 (Ação contra a mudança global do clima).
Como o setor agropecuário funciona de forma sistêmica com recursos e estruturas encadeadas, cada ODS não deve ser compreendido de forma isolada, mas em interconexão com outros objetivos. Assim, cada ação sustentável reverbera em outros objetivos, fortalecendo diversas esferas, em um círculo virtuoso. “O agro não funciona de forma isolada. O produtor não só produz alimentos. Ele também cuida do solo e da água, se preocupa com sustentabilidade e com a preservação ambiental, em diversas frentes. Tudo isso faz com que sejamos uma das atividades que mais contribui com os ODS”, ressalta Meneguette.
Sistema FAEP adota selos dos ODS nos seus materiais
Para mostrar de forma mais clara a relevância do produtor rural para a cumprimento dos ODS, o Sistema FAEP adotou uma nova estratégia. A capa da cartilha de cada curso ofertado pela entidade passou a ostentar os selos das ODS vinculadas à capacitação em questão. Com isso, os alunos poderão saber, de forma imediata, as contribuições sustentáveis atreladas aos ensinamentos do curso.
“A ideia é que o produtor que for passar pela capacitação bata os olhos na cartilha e já veja as ODS diretamente relacionadas ao curso. É uma comunicação clara e direta”, define Ágide Eduardo Meneguette, presidente do Sistema FAEP.
No caso do curso “Aplicação de agrotóxicos – NR 31.7”, um dos títulos mais procurados há décadas, o produtor vai encontrar os selos dos ODS 2, 3, 4, 8, 12 e 15 na capa da cartilha. O “Manejo de solo” está atrelado aos objetivos número 2, 4, 12 e 15. Ao consultar uma capacitação na seção de cursos do site do Sistema FAEP também é possível visualizar os ODS relacionados a cada título.
Veja em nosso catálogo os cursos disponíveis e os ODS correspondentes.
Além disso, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável também perpassam por importantes programas do Sistema FAEP, como Herdeiros do Campo, Agrinho, Movido pelo Agro e Assistência Técnica e Gerencial (ATeG).
“Do ponto de vista institucional, essa comunicação é fantástica, porque as pessoas acabam enxergando benefícios vinculados às práticas e aprendizados do campo que nem tinham ideia. Fica claro para o produtor rural que ele é ator importante dessa agenda de sustentabilidade”, diz o consultor Rodrigo Lima. “É um papel institucional fabuloso, porque dá ao agricultor a oportunidade de compreender que ele contribui com um trabalho melhor e com um mundo mais sustentável”, conclui.
ODS são reflexo da evolução da agenda global
Relativamente recente, o conceito de desenvolvimento sustentável foi definido formalmente no “Relatório Brundtland (ou Nosso Futuro Comum), elaborado em 1987 pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento da Organização das Nações Unidas (ONU). Coordenado pela então primeira-ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland, o documento define desenvolvimento sustentável como “aquele que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem suas próprias necessidades”.
Ao longo das décadas seguintes, as discussões evoluíram. Em 1992, durante a Conferência da ONU sobre Meio Ambiente (ECO-92), no Rio de Janeiro, diversos países assinaram a Agenda 21, documento que tinha por objetivo vincular o desenvolvimento econômico à proteção ambiental e equidade social. Em 2000, houve um novo pacto, com o estabelecimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), com metas voltadas à erradicação da pobreza extrema, educação, saúde e igualdade de gênero, a serem atingidas até 2015.
Em 2012, no Rio de Janeiro, na Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável (chamada Rio+20), iniciou-se o processo de formulação de uma agenda global a ser colocada em prática após 2015. A ideia era se estabelecer metas mais amplas, a serem atingidas até 2030. Ali surgiram os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Confira cada um dos 17 objetivos de desenvolvimento sustentável

