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Sistema FAEP lança documento para COP30 com as ações do agro do Paraná

Soluções da agropecuária estadual para a agenda climática serão levadas ao evento da ONU, que acontece em Belém, a partir de 11 de novembro

A escolha de uma potência agropecuária mundial como o Brasil para sediar a 30ª Conferência das Partes (COP30) da Organização das Nações Unidas (ONU) comprova a importância da produção rural para a agenda climática mundial. Durante o evento, a agropecuária estará no centro das discussões, principalmente pelas contribuições para enfrentar as mudanças climáticas que ameaçam os meios urbano e rural.

Diante deste cenário, o compromisso do setor agropecuário do Paraná com a sustentabilidade está condensado em um documento que o Sistema FAEP levará à COP30, em Belém, no Pará, a partir do dia 11 de novembro. O material, construído com a participação de diversos especialistas da entidade, elenca as “Soluções da agropecuária paranaense para a agenda climática”.

A listagem é longa e abrange, entre outros pontos, técnicas sustentáveis de manejo capazes de mitigar as emissões de CO2 e práticas voltadas ao uso racional de tecnologias e insumos, que colocam a produção estadual em linha com os desafios globais de produção sustentável. Parte deste trabalho é desconhecido pelo público urbano, de modo que outro objetivo do documento do Sistema FAEP é dar visibilidade à atuação do meio rural, principalmente na conservação dos recursos naturais.

“A prática agropecuária envolve a proteção do meio ambiente no dia a dia. Nenhuma classe profissional tem maior vocação para proteger a natureza, o solo, a água, a fauna e a flora do que o produtor rural. A preocupação com a conservação e a sustentabilidade está presente em todas as nossas ações, como demonstra esse documento”, destaca o presidente interino do Sistema FAEP, Ágide Eduardo Meneguette. “É essa mensagem que o setor agropecuário do Paraná vai levar à COP30. Afinal, a agricultura e a pecuária são parte da solução para as mudanças climáticas”, complementa.

Ágide Eduardo Meneguette, presidente interino do Sistema FAEP

De acordo com o dirigente do Sistema FAEP, o fato de o setor agropecuário apresentar um documento deste calibre na COP30 representa a disposição legítima em participar da discussão global. Ou seja, a realização da Conferência em solo brasileiro traz a oportunidade para reconhecer as contribuições da agricultura e da pecuária para o enfrentamento das mudanças do clima.

“Com a força, importância e preocupação que o agronegócio tem, não podemos nos furtar dessa discussão. Temos diversos ativos para apresentar na Conferência. Então, vamos lá contribuir”, ressalta Meneguette. “Vale lembrar que o clima é apenas um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável [ODS] da ONU. Temos outros pontos, como o ODS 2, que trata de acabar com a fome, e o ODS 7, que envolve energia limpa e acessível, que comprovam que somos parte indispensável da solução desses desafios”, avalia.

Documento para a sustentabilidade

A primeira parte do documento envolve a análise detalhada sobre a distribuição das áreas e as características de produção paranaense. Na sequência, estão elencadas as tecnologias que compõem a agricultura de baixo carbono, utilizadas amplamente no Paraná.

“O nosso Estado pode ser considerado praticante da agricultura mais sustentável do mundo”, afirma Daniel Rosenthal, produtor rural em Rolândia e vice-presidente da Federação Brasileira de Plantio Direto, referindo-se ao Sistema de Plantio Direto na Palha (SPD).

Essa prática, que teve sua gênese no Brasil pelas mãos dos pioneiros paranaenses Herbert Bartz, Nonô Pereira e Frank Dijkstra, se baseia em três pilares: mínimo revolvimento da terra, cobertura permanente do solo e rotação de culturas. “Esse sistema possibilita o sequestro do carbono atmosférico. Outra vantagem é o combate à erosão. Ainda, como o solo fica encoberto 365 dias por ano, temos atividade biológica”, destaca Rosenthal.

Na sequência, o documento elaborado pelo Sistema FAEP elenca diversas estratégias para o ampliar a descarbonização da atividade agropecuária, que já estão em andamento no Estado. Essas medidas incluem desde programas de crédito rural sustentável, passando por projetos como o mapeamento dos recursos hídricos do Paraná, até as capacitações do Sistema FAEP que estão alinhados aos ODS da Agenda 2030 da ONU. Atualmente, o Sistema FAEP adotou os ODS nos seus cursos de formação, além dos materiais didáticos e certificados.

Outros programas do Sistema FAEP em sinergia com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e que estão no documento são a Assistência Técnica e Gerencial (ATeG), a Comissão Estadual de Mulheres da FAEP (CEMF), o Programa Movido pelo Agro e a Rede Paranaense de Agropesquisa e Formação Aplicada (Rede AgroParaná), agora chamada Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação Prosolo (Napi-Prosolo). Todos promovem ações e/ou pesquisas de campo em busca de soluções concretas para a conservação de solo e de água no meio rural.

“O nosso objetivo é mostrar de que forma a agropecuária paranaense contribui para as metas estipuladas pela ONU. Boa parte da sociedade ainda não conhece esse papel do agro na mitigação do efeito estufa e do aquecimento global. Ou seja, precisamos dar voz a essas diversas práticas da agricultura do Paraná que se relacionam com a agenda da sustentabilidade e, de forma mais ampla, com a agenda climática”, finaliza Meneguette.

Relações com a Imprensa

O Departamento do Sistema FAEP desenvolve a divulgação das ações da entidade. Entre suas tarefas, uma é o relacionamento com a imprensa, incluindo a do setor agropecuário e também os veículos

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