Os vencedores das oito edições do Ideathon do Sistema FAEP em 2025 viveram uma experiência empreendedora e inovadora, no dia 11 de novembro, em Curitiba. O grupo de 120 estudantes de colégios agrícolas de diferentes regiões do Paraná conheceu espaços de inovação na capital paranaense. Com mentoria do Sebrae-PR, o roteiro contribuiu para que os projetos premiados possam tomar forma e, futuramente, saiam do papel para virar negócios.
Entre junho e novembro, deste ano, o Ideathon do Sistema FAEP percorreu oito cidades do Paraná: Campo Mourão, Castro, Guarapuava, Santa Mariana, Diamante do Norte, Francisco Beltrão, Palotina e Irati. Em cada evento, os estudantes eram desafiados a encontrarem soluções para os temas envolvendo a agropecuária do Paraná.
FOTOS: confira as fotos do evento final do Ideathon, em Curitiba
Segundo o presidente interino do Sistema FAEP, Ágide Eduardo Meneguette, ao longo de 2025, a iniciativa estimulou os estudantes a assumirem o papel de agentes de transformação. “O nosso futuro está nas mãos dos jovens. O nosso Ideathon contribui para a formação de qualidade destes estudantes que, em breve, vão prestar assistência e desenvolver soluções aos nossos produtores rurais”, destaca. “Curitiba é referência de inovação há 50 anos, tanto que temos muitas startups na cidade. Nosso objetivo é trabalhar de forma integrada para trocar conhecimentos e experiências”, complementa o diretor técnico da Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inovação, Paulo Krauss.
O roteiro pelos espaços de inovação da capital paranaense começou no Vale do Pinhão. No local, que surgiu de uma iniciativa pública, os estudantes puderam entender a importância de criar conexões para alavancarem seus próprios negócios.

Para Henrique Ramos Siqueira, estudante do Centro Estadual de Educação Profissional Agrícola (CEEPA) Salto das Orquídeas, em Sapopema, no Norte Pioneiro, a experiência enriquecedora permitiu conhecer lugares e pessoas novas. “Agora, eu conheço gente do Paraná inteiro, outras realidades. Quando criamos nosso projeto, uma ferramenta que faz a intermediação na venda de adubação orgânica, não tínhamos noção em como colocá-lo em prática. Agora, abrimos a mente e temos um rumo”, afirma.

Após o Vale do Pinhão, os estudantes fizeram uma visita técnica ao Hotmilk, espaço privado que pertence ao ecossistema de inovação da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). Em um ambiente moderno, os jovens fizeram uma imersão em duas frentes do mundo das startups: a de quem cria e de quem investe.
Segundo Jean Alves Cavalcante Soares, gerente comercial da Human Robotics, startup que desenvolve soluções de robótica e inteligência artificial para outras marcas, os estudantes precisam investir em negócios que o senso comum ainda faz acreditar serem exclusivos de países mais desenvolvidos. “Coloquem em prática o negócio, independentemente do que for. Se tem um problema, tem solução”, destaca Soares.
Na mesma linha, Carlos Castilho, growth hacker da Start Growth, empresa que potencializa startups, reforço a importância de os jovens empreendedores confiarem na própria ideia para conquistar investimentos. “O negócio pode ser maravilhoso, mas se o empreendedor não está preparado e confiante, a gente, muitas vezes, não investe”, ressalta.
Empreender para vencer desafios
Posteriormente, os jovens participaram de um seminário na sede do Sebrae-PR. Durante a palestra, dois cases de erros e acertos foram apresentados aos jovens. Juliano Santos, fundador na Prevention & ADAM Robo, e Iuri Gramazio Lenzi, CEO da Zinz, falaram sobre os dilemas de seguir carreira no empreendedorismo.

“Se você está indo só pelo dinheiro, não comece só por conta disso. Você deve começar porque, internamente, o seu coração está falando que você realmente precisa. No meu caso, eu fiquei cerca de três anos sem receber R$ 1”, lembrou Lenzi. “Vocês vão fazer diferença no agro. Se divirtam no processo, pois todo dia é um desafio”, afirma Santos.
O evento também contou com a participação do diretor secretário do Sistema FAEP, Livaldo Gemin; o diretor superintendente do Sebrae-PR, Vitor Roberto Tioqueta; o diretor técnico do Sebrae-PR, Cesar Rissete; e o coordenador de Colégios Agrícolas e Casas Familiares Rurais da Secretaria de Estado da Educação do Paraná (Seed), Renato Hey Gondin.
“O Sistema FAEP leva conhecimento e proporciona um futuro forte, participativo, de lideranças, porque nossa sociedade é ativa”, afirma Gemin. “Os projetos apresentados nas oito edições do Ideathon têm futuro. Queremos, a partir do conhecimento dos ecossistemas de inovação de Curitiba, que os trabalhos continuem e façam a diferença ao nosso produtor rural”, destaca Rissete.
O coordenador estadual dos colégios agrícolas também reforçou a importância da iniciativa e afirmou que a parceria entre as entidades agrega valor à educação do Paraná. “O jovem tem o empreendedorismo na veia e, quando falamos da agropecuária, há possibilidades infinitas. Nossos alunos têm a capacidade de criar, inovar e fazer isso virar uma empresa”, concluiu.
- Campo Mourão: De que maneira a IA pode ser utilizada para auxiliar as atividades agropecuárias?
- Castro: Como podemos aumentar a rentabilidade das propriedades de leite, com soluções inovadoras e sustentáveis que valorizem o trabalho do produtor e incentivem a permanência dos jovens no campo?
- Guarapuava: Como desenvolver uma solução de pecuária de precisão, economicamente viável e de fácil aplicação, capaz de integrar o monitoramento da qualidade das pastagens, a formulação de dietas balanceadas e o acompanhamento do desempenho animal, visando aumentar produtividade e reduzir impactos ambientais?
- Santa Mariana: De que maneira podemos criar soluções para que as ferramentas de análise de dados alcancem os diferentes perfis de produtores e realmente se traduzam em ganhos de produtividade, sustentabilidade e renda?
- Diamante do Norte: Como os produtores de frangos de corte podem reduzir a mortalidade dentro das granjas, por meio de boas práticas de manejo, maior biosseguridade e uso de tecnologias de monitoramento e automação?
- Francisco Beltrão: Como desenvolver protocolos de gerenciamento de riscos que auxiliem produtores de frango ou suínos a prevenir falhas de ambiência, sanidade e manejo?
- Palotina: Como os produtores de grãos podem superar a falta de armazenagem, criando soluções que aumentem sua autonomia e rentabilidade na hora de vender a produção?
- Irati: Como o produtor rural pode se preparar para enfrentar os desafios climáticos, garantindo a viabilidade econômica, a produtividade e a competitividade da sua atividade no campo?

























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