Sistema FAEP

Com auxílio da ATeG, pai e filho investem na produção de morango em Mandirituba

Produtores instalaram irrigação automática e estão construindo um sistema de micronebulização para aumentar a umidade nas estufas

Em maio deste ano, os produtores Adalberto Frederico Hullen, 65 anos, e o filho Anderson Henrique Hullen, 24 anos, de Mandirituba, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), concluíram uma importante etapa das suas trajetórias rurais. Encerravam-se os dois anos em que receberam atendimento técnico e gerencial personalizado, para auxiliar nas dificuldades da produção de morangos.

Desde maio de 2023, a propriedade dos Hullen estava inserida no programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Sistema FAEP. Ao longo desse período, pai e filho recebiam na propriedade a visita mensal de um técnico de campo da entidade, que prestava atendimento nas questões técnicas de produção e na parte gerencial para o controle das contas. Isso porque a ATeG do Sistema FAEP foca nos problemas pontuais de cada propriedade, tratando os casos individualmente.

“Antes da ATeG, a gente nem conhecia o termo ‘pró-labore’”, destaca o patriarca, referindo-se à remuneração dos proprietários do empreendimento, semelhante a um salário. “A gente juntava tudo, sem separar as contas. Aquilo que sobrava era encarado como lucro”, completa o filho, que cuida do gerenciamento da propriedade. Esse é apenas um dos aspectos que mudou após a ATeG. As transformações ainda incluem ganhos técnicos e uma nova consciência de gestão, que encara a propriedade rural como uma verdadeira empresa.

“Estamos trabalhando para que esse atendimento personalizado chegue a milhares de produtores rurais. Esse programa começou com um número reduzido de cadeias e, este ano, estamos expandindo para nove cadeias em todas as regiões do Estado. Conhecimento de ponta, customizado e alinhado com o que há de mais moderno na prática agropecuária”, afirma o presidente interino do Sistema FAEP, Ágide Eduardo Meneguette.

As visitas mensais são divididas entre atendimento técnico e gerencial da propriedade. “A proposta é que o produtor conheça bem seus números e saiba até que ponto pode investir”, destaca o técnico de campo do Sistema FAEP, Edenir Kosloski, responsável por atender a propriedade dos Hullen.

Anderson e Adalberto: pai e filho capacitados pela ATeG

A partir da experiência com a ATeG, pai e filho decidiram realizar alguns investimentos na propriedade. Eles trocaram os slabs (bolsa plástica de cultivo) de substrato de uma estufa com capacidade para 12,5 mil plantas, antes que o preço do insumo subisse. Em outra ação programada, os produtores instalaram irrigação automática nos canteiros de morango e, de forma paralela, iniciaram a construção de um sistema de micronebulização para aumentar a umidade nas estufas.

Com as melhorias, ganharam um recurso valioso: tempo. “Antes eu gastava de duas a três horas por dia com a irrigação. Agora levo menos de 30 minutos”, contabiliza Anderson.

Com 33 mil pés de morango da variedade San Andreas, conduzidos no sistema semi-hidropônico de produção, pai e filho também contabilizam os benefícios que tiveram na área técnica após participar da ATeG do Sistema FAEP. “O Edenir [técnico de campo] permitiu um novo olhar para a questão de pragas e doenças, se adiantando ao problema e reduzindo o uso de agroquímicos. O ácaro rajado era complicado, mas com monitoramento e os tratos culturais corretos, estamos controlando”, destaca Adalberto. “Sem conhecimento, o produtor perde tempo e dinheiro”, complementa.

ATeG do Sistema FAEP

Lançada em 2023, a fase inicial do programa de ATeG do Sistema FAEP atendeu a 114 propriedades rurais na RMC com foco na produção de olerícolas. Na segunda etapa, que iniciou este ano, foram elencadas 300 propriedades distribuídas em 10 regiões do Estado para serem atendidas nas áreas de fruticultura, olericultura, cafeicultura, bovinocultura de corte e de leite, ovinocultura, caprinocultura e apicultura.

Atendimento do técnico de campo em ATeG

Ainda em 2025, também está programada uma segunda expansão da iniciativa, levando a ATeG para todo Paraná, com atendimento de 4,5 mil propriedades em nove diferentes cadeias produtivas.

Todas as propriedades assistidas recebem uma visita mensal de um técnico de campo, que acompanha tanto os aspectos técnicos da atividade produtiva da propriedade rural, quanto os gerenciais. Para dinamizar este processo, produtores e técnicos utilizam um aplicativo de celular que armazena e compila as informações relacionadas à administração e às finanças da propriedade.

Para participar da ATeG é preciso ser produtor rural há pelo menos um ano e comercializar a produção, ter mais de 18 anos, não receber outro tipo de assistência técnica regular e estar presente durante as visitas do técnico de campo. Para que o atendimento tenha efetividade, é preciso que os produtores forneçam os dados solicitados e sigam as orientações técnicas e gerenciais apontadas pelos técnicos de campo.

Folder reúne todas as informações da ATeG do Sistema FAEP

Para levar mais informações sobre o serviço aos produtores paranaenses, o Sistema FAEP preparou um folder contendo as principais informações do programa. O material informativo está disponível nos sindicatos rurais paranaenses e no site do Sistema FAEP .

No folder, é possível conhecer as etapas do programa, a metodologia que embasa esse trabalho e as ferramentas à disposição dos produtores atendidos. Um exemplo é o aplicativo “Conecta Produtor Senar”, que permite compilar os dados econômicos e produtivos da propriedade e acessá-las de forma simples e fácil.

O material também elenca as 14 cadeias produtivas contempladas no programa de ATeG do Sistema FAEP e os pré-requisitos para participar, como ser produtor rural, ter mais de 18 anos e participar dos cursos do Sistema FAEP.

André Amorim

Jornalista desde 2002 com passagem por blog, jornal impresso, revistas, e assessoria política e institucional. Desde 2013 acompanhando de perto o agronegócio paranaense, mais recentemente como host habitual do podcast Boletim no Rádio.

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