ImprensaEntidades do Sistema S do Paraná promoveram, nesta quarta-feira (24), a 4º edição do Compliance Day, iniciativa dedicada a estimular temas relacionados a políticas e boas práticas corporativas. O evento transcorreu sob o tema “Compliance e ESG: o que isso tem a ver?”, com palestra proferida por Flávia Feliz, empreendedora e mestre em Ciências em Empreendedorismo Social. O evento foi realizado na sede do Sistema FAEP/SENAR-PR, em Curitiba, e transmitido pelo YouTube da entidade. Também promoveram a iniciativa os sistemas Fecomércio, Fiep, Ocepar, Faciap, Fetranspar e Sebrae.
A cultura de governança e de gestão faz parte do dia a dia das entidades do Sistema S, permeando o cotidiano de todos os mais 8 mil colaboradores. Essa edição do Compliance Day é mais uma prova disso, para que possamos avançar com iniciativas e boas práticas nas organizações.
Livaldo Gemin, diretor-secretário do Sistema FAEP/SENAR-PR
Em nome das outras entidades, o presidente da Fetranspar, coronel Sérgio Malucelli, destacou a importância de ESG e de compliance estarem permanentemente presentes no cotidiano das organizações. Para o dirigente, um desses conceitos não existe sem o outro. “ESG e compliance são primos que caminham juntos. Não é apenas um comportamento interno, de respeito à regulamentação, mas são coisas que nos leva a ter um comportamento externo de respeito àqueles que você atende”, disse Malucelli.
Confira as fotos do evento:
Diretora de ESG do Sistema FAEP/SENAR-PR, Fabiana Campos, ressaltou a relação direta do tema com os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (OSD), definidos pela Organização das Nações Unidas (ONU), com metas a serem atingidas pelos países até o ano de 2030. “Temos, ali, as diretrizes. A questão é olharmos em direção aonde queremos chegar daqui uns anos e ver qual caminho vamos tomar e que orientação vamos seguir”, apontou Fabiana.
ESG e compliance
Mestre pela Universty of Southern California e ex-diretora de Conexões Internacionais da MSSE Student Association, Flavia Feliz contextualizou as discussões sobre temas de governança e sustentabilidade ao longo dos anos, até chegar a 2005. Naquele ano, pela primeira vez, foi utilizado o termo ESG. A expressão foi cunhada pelo ex-secretário-geral da ONU, Kofi Annan, em uma reunião com 50 megaempresários e banqueiros. “Foi uma provocação de Kofi Annan para esses empresários, cobrando das empresas aspectos relacionados ao meio ambiente, a questões sociais e a práticas de governança”, disse Flávia.
Mas, afinal, o que significa ESG? A palestrante esmiuçou o conceito. Na sigla, o “E” corresponde ao cuidado da empresa com o planeta, por meio de seus produtos, serviços e operações. Diz respeito, por exemplo, à preocupação da organização com mudanças climáticas, energias renováveis e gestão hídrica, entre outras. O “S”, por sua vez, corresponde ao cuidado com as relações humanas, desde colaboradores a clientes e a comunidade. Já o “G” está relacionado à transparência e às boas práticas de gestão.
Flavia também esmiuçou os níveis de maturidade de ESG e apontou o impacto que o tema tem trazido às organizações. Segundo pesquisas apresentadas pela palestrante, quatro em cada cinco brasileiros consideram importante que as empresas adotem ESG e corporações que utilizam essas práticas tiveram desempenho 615% melhor no Ibovespa, nos últimos 12 anos. “A ESG não é uma tendência. Já é uma realidade. Os resultados dessas pesquisas comprovam isso”, sintetizou a especialista.
Já os conceitos de compliance começaram a ser utilizados nos Estados Unidos, na década de 1970, inicialmente mais relacionados a práticas anticorrupção. Hoje, o conceito se expandiu. Em síntese, abrange a conformidade com a lei, a aspectos de ética e conduta, e a gestão de riscos. Assim como indicaram os discursos de abertura do evento, Flavia também frisou que os conceitos de ESG e de compliance devem coexistir no âmbito das organizações. Para a especialista, a aplicação no dia a dia não é algo tão complicado, como pode parecer.
É passar a observar o que já está sendo feito e pensar estrategicamente de que forma isso pode ser feito de forma a gerar um impacto mais positivo. Não é preciso reinventar a roda, mas ter esse olhar estratégico. É pensar em como a nós podemos ir além juntos.
Flavia Feliz, palestrante
Comentar