Sistema FAEP

De olho no avanço da ovinocultura, Sistema FAEP mapeia o setor no Paraná

Expedição Bééé vai realizar diagnóstico para, posteriormente, a elaboração de políticas públicas e ações voltadas aos produtores rurais

Há 40 anos, o produtor Esaú Paul iniciou a produção de ovinos na propriedade de 48,4 hectares no município de São Mateus do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). A opção pela atividade se deu pela necessidade de retorno financeiro rápido. Isso porque, na época, Paul precisava de dinheiro para girar os negócios.

Os primeiros rebanhos eram formados por raças comuns. Com o passar dos anos e diante dos bons ganhos financeiros, o pecuarista passou a investir em raças melhoradas, como a Texel. Atualmente, 250 cabeças de ovinos estão espalhadas em um talhão da propriedade, que também conta com lavouras de soja, milho, feijão, azevém e erva-mate, além bovinos de corte.

A maior parte do rebanho de ovinos de Paul é destinada à venda como reprodutor e melhorador de raça, enquanto uma pequena parcela é abatida para comercialização da carne. “Seja para reprodução ou a carne, quem conhece a atividade paga o valor justo, pois sabe que vale”, afirma o pecuarista.

De acordo com Paul, além da comercialização do animal (ou da carne), a ovinocultura tem outras vantagens como a ajuda na limpeza dos pastos, diversificação da renda e agrega valor, por conta das raças refinadas. Hoje, cada animal gera lucro que pode chegar a 50% sobre o valor investido.

Apesar do bom momento, a ovinocultura paranaense ainda encontra desafios, tanto dentro da porteira como fora. Para minimizar esse quadro e auxiliar os produtores rurais a expandirem os negócios, o Sistema FAEP, em parceria com a Associação Paranaense de Criadores de Ovinos (Ovinopar), está traçando o panorama do setor, a fim de propor soluções focadas na raiz do problema.

Representantes dos elos da cadeia da ovinocultura paranaense participaram do alinhamento do mapeamento

Esse trabalho está sendo chamado de ‘Expedição Bééé’, e já aconteceu em outros Estados, quando levantou dados para a criação de um plano de ação. A expedição percorreu mais de 11 mil quilômetros no Paraná, com visita a propriedades de ovinos e caprinos, frigoríficos e cooperativas. O diagnóstico será apresentado no dia 13 de novembro, em um evento realizado em São Luís do Purunã.

“Essa pesquisa vai apresentar o real diagnóstico do setor e, com esses dados, vamos apresentar alternativas de negócios ao nosso produtor rural. Nosso compromisso é ampliar as possibilidades dentro da porteira”, destaca o presidente interino do Sistema FAEP, Ágide Eduardo Meneguette.

“Essa iniciativa traz o apontamento de diversas ações regionais que demonstram profissionalismo, resultados concretos e benefícios diretos aos criadores. O objetivo é um novo momento para o setor”, afirma o presidente da Ovinopar, Jorge Augusto Szczypior.

Dados para profissionalização

Segundo Fabio Mezzadri, técnico do Departamento Técnico e Econômico (DTE) do Sistema FAEP, a produção de ovinos e caprinos no Paraná ainda é pequena, mesmo representando uma oportunidade de diversificar a renda.

“Muitas vezes não encontramos no mercado. Tanto que para atender a demanda, o Paraná recebe cordeiro do Rio Grande do Sul e até do Uruguai. E, às vezes, não tem a mesma qualidade do cordeiro produzido aqui”, ressalta Mezzadri.

Até o momento, não há dados precisos em relação a ovinocultura do Paraná, justamente por ser um mercado informal. Entretanto, com a pesquisa estruturada e focada no propósito, a meta é elaborar políticas públicas e ações para fortalecer o setor.

De forma profissional, produção de ovinos e caprinos pode gerar boa renda ao pecuarista

Inclusive, a partir dos dados, a expectativa é de que a Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Sistema FAEP possa atuar de maneira mais precisa. “É uma cadeia que trabalha muito no achismo, sem profissionais especializados suficientes. A ATeG vem para ajudar a organizar nos quesitos de qualidade dos animais, sanitário, comercialização, escala, permitindo que o produtor deixe a informalidade para atuar com profissionalismo no mercado”, destaca o técnico do Sistema FAEP.

“Somente com uma base produtiva sólida poderemos desenvolver, de forma consistente, a criação genética de qualidade. Acreditamos que, unidos e organizados, conseguiremos avançar ainda mais na estruturação e fortalecimento da cadeia produtiva de ovinos no Paraná”, afirma Szczypior, presidente da Ovinopar.

Relações com a Imprensa

O Departamento do Sistema FAEP desenvolve a divulgação das ações da entidade. Entre suas tarefas, uma é o relacionamento com a imprensa, incluindo a do setor agropecuário e também os veículos

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