Foi em meio à crise entre o palácio do Planalto e seu principal partido aliado, o PMDB, que a presidente Dilma Roussef escolheu, no último dia 13, o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, para assumir o comando da pasta.
Geller assume no lugar do peemedebista Antônio Andrade em um momento em que o governo tentava costurar uma reforma no recheado ministério com 39 nomes, capaz de agradar aos partidos aliados neste ano eleitoral.
Apesar de não possuir o status de ministro, era Geller que tocava o barco da agropecuária nacional em Brasília. Produtor rural em Lucas do Rio Verde, no Mato Grosso, ele possui experiência política. Foi vereador por duas vezes pelo PSDB e deputado federal pelo PP e se filiou ao PMDB em outubro do ano passado.
Essa bagagem ficou demonstrada no último dia 12, quando, após ser indicado pela presidente Dilma, atravessou a rua e foi encontrar-se com o presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN) e com o líder do PMDB na Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Naquele momento, Geller sabia que sua indicação fazia parte da “água na fervura” da crise entre PMDB e o governo.
O novo ministro conhece os problemas da agricultura. Embora, teoricamente, seu mandato seja de apenas oito meses e meio, os produtores esperam uma atuação mais efetiva do ministério. Caberá a ele, por exemplo, levar a cabo o Plano Agrícola e Pecuário 2014/15, que irá nortear as políticas para o apoio e o desenvolvimento da atividade agropecuária em todo país.
Em fevereiro foi apresentado ao futuro ministro as “Propostas para o Plano Agropecuário e Plano Safra 2014/2015”, documento com sugestões dos produtores rurais, sindicatos, cooperativas e entidades do setor agropecuário, coordenada pela FAEP, Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar) e Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab).
Momento de expansão
Geller assume num momento em que o país se prepara para uma safra de grãos 0,7% superior à do ano passado, chegando a 188,7 milhões de toneladas. Segundo o 6º Levantamento de Grãos da Safra 2013/2014, divulgado no último dia 12, pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção de soja continua sendo a campeã, com crescimento de 4,8% na produção, que representa 3,9 milhões de toneladas a mais e 7,4% a mais na área plantada.
O feijão primeira safra também teve elevação na produção de 35,7%, passando de 964,6 mil para 1,3 milhão de toneladas, enquanto o milho apontou redução na primeira e segunda safras de 9,1% (3,2 milhões de toneladas) e de 6,8% (3,1 milhões de toneladas), respectivamente.
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