O secretário de Agricultura do Paraná, Norberto Ortigara, encaminhou na última semana um ofício ao ministro da Agricultura, Neri Geller, apontando a necessidade da realização de Aquisições do Governo Federal (AGF) para manter equilibrado o preço do feijão no Estado.
A medida foi discutida junto à FAEP e a outras entidades representativas do setor agrícola paranaense, que apontaram para um cenário desanimador. Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura do Paraná (Seab), nas primeiras semanas de julho os preços praticados no Estado para o feijão de cor e feijão preto estiveram abaixo dos preços mínimos.
Conforme estimativas, a safra que está sendo comercializada atualmente deverá ser 25,8% maior do que a safra anterior. Porém, sem equilíbrio entre oferta e demanda e sem uma política de preços adequada, os produtores serão desestimulados a continuar apostando no feijão, reduzindo a área plantada, o uso de tecnologia, e, consequentemente, a produtividade e a qualidade do grão paranaense.
No início de 2014, o governo do Estado pediu ao ministério a realização de AGF para o feijão. Em maio ocorreu a primeira liberação de recursos, no Paraná foram alocados apenas R$ 2 milhões, que garantiram a compra de 1,26 mil toneladas, enquanto 95% da safra passada, ou 377 mil toneladas, já haviam sido comercializadas a valores abaixo do preço mínimo, trazendo prejuízo para os produtores de feijão do Estado.
Agora, com a segunda safra, mercado superofertado e cotações em queda, os produtores temem quedas ainda mais intensas nos preços pagos pelo grão. Para reduzir este impacto, a governo do Paraná pede três aportes de recurso para AGF do feijão no Estado: R$ 25 milhões em julho, R$ 25 milhões em agosto e R$ 20 milhões em setembro.
Segundo o ofício encaminhado ao ministério, se não houver aporte de recursos para realização dos AGFs, a produção de feijão do Paraná poderá sofrer um retrocesso.
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