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Informe – SOJA, MILHO E TRIGO – 04/05/2015

Leia a análise econômica da FAEP sobre as principais commodities agrícolas

Por: Tânia Moreira, economista do Departamento Técnico e Econômico da FAEP.

SOJA EM ALTA POR FATORES MISTOS

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Os contratos futuros de soja na Bolsa de Chicago na última quinta-feira recuaram em relação às três altas anteriores. O contrato de maio perdeu 1,0% com a cotação CIF do porto de Paranaguá fechando a R$ 67,50, com valorização em função do câmbio a R$ 3,01.

Uma realização de lucros por parte dos investidores somado à expectativa de que os produtores americanos possam aumentar a área de soja ainda mais que o previsto, contribuíram para pressionar os preços.

Dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) para as exportações semanais encerradas em 23 de abril, com bom resultado nas exportações acumuladas da safra 2014/15 forneceram sustentação para que as quedas não fossem maiores. O total comprometido com as exportações foram de 49,0 milhões de toneladas contra uma previsão de 48,7 milhões de toneladas, e contra 44,5 milhões exportadas na safra anterior no mesmo período.

Segundo a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (SEAB) o preço médio recebido no Paraná no mês de abril foi de R$ 57,57 por saca em relação aos R$ 58,87 por saca do mês anterior, com percentual comercializado de 48% até a data de 20 de abril.
Na data de hoje, até às 09:35 o contrato futuro de julho na CBOT operava em alta de 0,39% no valor de US$ 9,68/bushel, com o câmbio em R$ 3,076 com ganho de 2,09%.

 

MILHO EM QUEDA POR PLANTIO NOS EUA

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Apesar de dados melhores em relação às exportações americanas na semana encerrada em 23 de abril, com total comprometido da safra 2014/15 em 40,3 milhões de toneladas contra o previsto de 45,7 milhões de toneladas e 44,0 milhões de toneladas da safra anterior no mesmo período, os contratos futuros do milho na CBOT não encontraram suporte.

A expectativa de que o USDA deva relatar em seu relatório de hoje evolução considerável do plantio de milho mantém os preços sob pressão.

No mercado interno, o preço médio recebido pelo produtor segundo a SEAB no mês de abril foi de R$ 20,87 por saca em relação aos R$ 21,34 por saca do mês anterior e aos R$ 20,36 por saca referente à média do custo operacional de produção calculado pela Companhia Nacional do Abastecimento (Conab) no mês de janeiro.

Os produtores paranaenses seguem atentos à elevação do custo de produção frente à queda dos preços do milho. Levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada – CEPEA indicam que os fertilizantes subiram em torno de 30% no mês de março em relação ao mesmo mês do ano passado.

A partir de dados da SEAB custos mais altos são relatados também no óleo diesel, mão de obra e agroquímicos. Além dos juros dos finaciamentos que também compõem a conta do custo variável de produção.

Na data de hoje, até às 09:35 o contrato futuro de julho na CBOT operava em queda de 0,62% no valor de US$ 3,60/bushel.

 

TRIGO EM BAIXA POR BOAS CONDIÇÕES DE PLANTIO

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Os contratos futuros reverteram os ganhos dos dois dias anteriores com perda de 2,1% no contrato de maio. A expectativa de condições climáticas favoráveis ao plantio e que devem ser divulgadas no relatório de evolução da safra do USDA contribuíram para queda.

No mercado interno o preço médio recebido pelo produtor em abril foi de R$ 34,37 por saca segundo a SEAB o que é abaixo dos R$ 37,40 por saca referente ao custo variável de produção calculado pela CONAB no mês de janeiro, e 21% abaixo do custo operacional de produção de R$ 43,91 por saca.

Na data de hoje o contrato de julho na CBOT até às 09:35 registrava perda de 1,21% no valor de US$ US$ 4,68/bushel.

 

OUTRAS:
* Segundo o Banco Central o resultado do superávit primário acumulado no primeiro trimestre do ano foi de R$ 19,0 bilhões o que foi o pior resultado desde de 2009 e o que tem reflexo no câmbio fazendo o dólar ganhar valor perante o real, afastando os investidores do risco.
* Segundo o último Boletim Focus do Banco Central a expectativa é de uma piora no cenário da inflação passando de 8,25% a previsão para o IPCA do último boletim para 8,26%, com aumento da taxa de juros passando de 13,25% para 13,50% no final do período e previsão de queda ainda maior para o PIB passando de 1% para 1,18%.

André Amorim

Jornalista desde 2002 com passagem por blog, jornal impresso, revistas, e assessoria política e institucional. Desde 2013 acompanhando de perto o agronegócio paranaense, mais recentemente como host habitual do podcast Boletim no Rádio.

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