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Informe – SOJA, MILHO E TRIGO – 08/05/2015

Leia a análise econômica da movimentação das principais commodities agrícolas

Por: Tânia Moreira, economista do Departamento Técnico e Econômico da FAEP.

SOJA EM BAIXA COM PLANTIO AMERICANO

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Apesar de números positivos em relação as exportações semanais americanas, os contratos futuros da soja na Bolsa de Chicago na data de ontem voltaram a registrar perdas. O contrato de julho caiu 0,76% fechando no valor de US$ 9,75/bushel.

Com um câmbio menor a cotação CIF no porto de Paranaguá também registrou perda, fechando em R$ 67,00 por saca (-2,2%).
No mercado interno o preço médio recebido pelo produtor registrou queda de 1,1% no valor de R$ 58,69 por saca, segundo dados da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (SEAB).

Perspectivas climáticas positivas para as próximas semanas favorecendo o plantio de soja e milho pressionaram as cotações na data de ontem. Além disso, a fraqueza do preço do petróleo não contribuiu para o suporte às cotações.

O dado das exportações americanas e um dólar mais fraco limitaram as perdas na CBOT. O dólar caiu frente ao real refletindo o anúncio do Comitê de Política Monetária (Copom) de dar continuidade a alta da taxa de juros brasileira visando garantir a meta de inflação, que os analistas acreditam ocorrer apenas no final de 2016.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou ontem as exportações semanais de soja encerradas em 30 de abril, relatando uma queda de 22% em relação à semana anterior, apesar de um aumento de 4% em relação à média das últimas quatro semanas. No acumulado, os números surpreenderam, com o total comprometido da safra velha em 49,4 milhões de toneladas, o que é maior que a projeção do USDA de 48,7 milhões de toneladas.

Dados da Bolsa de Cereales da Argentina também contribuem para a pressão nos preços. A colheita atingiu percentual de 68,6% segundo relatório publicado ontem, com previsão de produção de 60 mil toneladas.

Na data de hoje, até às 08:44 o contrato futuro de julho na CBOT operava em queda de 0,08% no valor de US$ 9,74/bushel, com o câmbio em queda de 0,84% cotado a R$ 3,002.

MILHO EM QUEDA COM PLANTIO AMERICANO

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As perspectivas climáticas positivas ao plantio que já avançou 55% nos Estados Unidos contra os 38% da safra passada no mesmo período exerceram pressão sobre os contratos futuros do milho na data de ontem, com dados da exportação americana que não contribuíram muito para altas.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou ontem as exportações semanais de milho encerradas em 30 de abril. As exportações cresceram 1% em relação à semana anterior e 15% acima da média das últimas quatro semanas, sendo relatados 841 mil toneladas, o que foi acima das expectativas do mercado, demonstrando uma melhora nas duas últimas semanas, frente a lentidão anterior.

O total comprometido da safra velha é de 41,1 milhões de toneladas abaixo das 44,1 milhões de toneladas em igual período do ano passado e abaixo das expectativas do USDA de 45,7 milhões de toneladas. Para a safra nova as exportações americanas monstraram uma retração.

No mercado interno os preços médios recebidos pelos produtores recuaram com o menor câmbio. O preço de ontem foi de R$ 19,86 por saca, o que atualmente está abaixo dos R$ 20,36 por saca calculados pela Companhia Nacional do Abastecimento (Conab) para o custo operacional de produção e apenas R$ 1,97 por saca acima do custo variável de produção, calculado com base nos preços de janeiro de 2015.

O mercado segue atento para as informações sobre o clima e próximo relatório do USDA com estimativas para a safra 2015/16.

TRIGO EM QUEDA COM BAIXA DEMANDA

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No caso do trigo, a demanda fraca pelo produto americano voltou a aparecer no relatório de exportações semanais do USDA de ontem, com cancelamento de exportações americanas.

No mercado interno o preço médio recebido pelo produtor manteve-se estável em R$ 35,84 por saca, com a paridade de importação ainda favorecendo o cereal nacional.

Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MIDC) as importações do cereal no acumulado de janeiro a abril de 2015 somaram 1,6 milhão de toneladas contra as 2,0 milhões importadas no ano anterior no mesmo período, sendo originadas em 84% da Argentina.
OUTRAS:
* Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) o IPCA do mês de abril foi de 0,71% registrando uma queda em relação ao mês anterior, sendo no acumulado do ano a maior taxa (4,56%) para o quadrimestre desde o ano de 2003.No acumulado de doze meses a taxa é de 8,17%.

* O IBGE destacou a influência da energia elétrica no indíce, relatando que o consumidor está pagando em média 38,12% mais caro pelo uso de energia, considerando este primeiro quadrimeste. Se considerado o acumulado de doze meses o número sobe para 59,93%.

André Amorim

Jornalista desde 2002 com passagem por blog, jornal impresso, revistas, e assessoria política e institucional. Desde 2013 acompanhando de perto o agronegócio paranaense, mais recentemente como host habitual do podcast Boletim no Rádio.

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