Sistema FAEP

Livro reúne resultados de pesquisas na conservação do solo e água

Realizados em seis mesorregiões do Paraná, estudos com o apoio do Sistema FAEP envolvem 105 pesquisadores

Os produtores rurais do Paraná têm um novo subsídio na preservação de recursos naturais. Trata-se do segundo volume do livro “Manejo e Conservação de Solo e Água”, lançado em 16 de abril, na sede do Sistema FAEP. Ao longo de 616 páginas, a obra sistematiza resultados de cinco anos de estudos científicos conduzidos por 105 pesquisadores nas principais regiões produtivas do Paraná. A publicação é mais um produto da Rede Paranaense de AgroPesquisa e Formação Aplicada (Rede AgroParaná).

Fruto de uma parceria entre o Sistema FAEP, a Fundação Araucária e o governo do Paraná, os estudos congregam sete instituições executoras: Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), Universidade Federal do Paraná (UFPR), Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Unioeste, Unicentro e Instituto Cesumar. A iniciativa recebeu investimentos da ordem de R$ 21 milhões.

De acordo com o presidente interino do Sistema FAEP, Ágide Eduardo Meneguette, os dados e informações resultantes das pesquisas podem ser aplicados por produtores rurais em suas atividades agrícolas. Na sua avaliação, o livro é uma publicação fundamental ao agronegócio moderno.

Luiz Márcio Spinosa (Fundação Araucária), Ágide Eduardo Meneguette (Sistema FAEP), Marcos Pelegrina (Seti) e Ivo Mottin (UEPG) celebram o lançamento

“O solo é maior patrimônio que nós temos e é fundamental para a humanidade. Os resultados mostram que as práticas de conservação de solo devem ser integradas. Assim, o solo bem conservado proporciona mais produtividade e lucro para o produtor rural, melhora a qualidade da água e do ambiente”, destaca Meneguette, enfatizando que as pesquisas fazem parte de um retorno do Paraná à vanguarda de pesquisa aplicada ao agronegócio. “O nosso Estado já foi referência de preservação de solo para o Brasil. Mas, infelizmente, com o passar dos anos, acabamos deixando de lado a conservação do solo. O objetivo é voltar para a vanguarda. E essas pesquisas e os resultados, que estão neste livro, são fundamentais para isso”, complementa.

O primeiro volume das pesquisas foi lançado em agosto de 2023. Agora, com a extensão dos estudos, o Paraná passa a dispor de dados inéditos para seis mesorregiões (Centro-Sul, Sudoeste, Norte, Oeste, Noroeste e Nordeste), que podem ser aplicados na prática por produtores rurais, garantindo a preservação dos recursos naturais de suas respectivas propriedades.

“Este segundo volume representa um marco para a ciência agrícola paranaense, ao integrar indicadores físicos, químicos e biológicos do solo com resultados práticos e aplicáveis às propriedades rurais”, destaca Graziela Moraes de Cesare Barbosa, pesquisadora do IDR-Paraná e uma das editoras do livro.

A obra apresenta uma profunda análise da dinâmica hidrossedimentológica – ou seja, do comportamento da água da chuva, quando escorre pela superfície, levando consigo partículas de terras. Os estudos foram conduzidos em bacias hidrográficas e megaparcelas, com o objetivo de quantificar o escoamento de água superfície, a perda de sedimentos e a variação de nutrientes. A partir das avaliações, as pesquisas fornecem subsídios para o planejamento conservacionista em diferentes condições de solo, clima e manejo.

Um dos resultados aponta a eficiência do terraceamento em minimizar as perdas de solo. Em 7 de novembro de 2024, por exemplo, o município de Cambé, no Norte do Paraná, registrou uma precipitação de 53 milímetros em apenas 40 minutos. Com a chuva concentrada, a megaparcela conduzida com terraços perdeu o equivalente 47,7 quilos. As perdas na área sem terraceamento foram superiores a 26 toneladas.

Também em Cambé, o monitoramento apontou que na área manejada sem terraceamento houve produção de sedimentos por processos erosivos de 3,5 toneladas por hectare e escoamento de água de 45 milímetros por hectare. As perdas chegam a US$ 282 por hectare. Na parcela com terraço, os sedimentos chegaram a uma média de 440 quilos por hectare e o escoamento, a 7 milímetros por hectare. “O livro traz todos os resultados por mesorregião, o que fornece subsídios muito importantes aos produtores rurais”, diz Graziela.

Imprensa

Composto por jornalistas e diagramadores, o Departamento de Comunicação do Sistema FAEP desenvolve a divulgação das ações da entidade. Entre suas tarefas, uma é o relacionamento com a imprensa, incluindo a do setor agropecuário e também os veículos

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