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Porto de Paranaguá planeja avançar no mar

Prevendo maior produtividade no campo, porto investe para movimentar 80 milhões de toneladas em 2030

O barulho é quase ensurdecedor no cais de Paranaguá, onde a soja percorre as esteiras, do armazém até o porão do navio. A cada hora, o equipamento chamado shiploader (carregador) despeja 2.000 toneladas do grão na embarcação. Um navio classe Panamax, o mais comum no terminal localizado no litoral paranaense, pode transportar até 65.000 toneladas.

A movimentação de cargas tem sido intensa em Paranaguá neste ano. Só no primeiro trimestre, a exportação de milho quase dobrou e atingiu 677.000 toneladas. O volume de farelo de soja chegou a 1,48 milhão de toneladas e foi 52% superior ao embarcado em igual período do ano passado.

“Tivemos o melhor janeiro, o melhor fevereiro e o melhor março da história do porto”, comemora Lourenço Fregonese, que assumiu, em março deste ano, o cargo de diretor-presidente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA). O agronegócio responde pela maior parte do volume movimentado no terminal. Saem, principalmente, soja, farelo de soja, milho, açúcar e carnes, operação arrendada. O que mais entra é fertilizante. Segundo a APPA, 40% do adubo usado no Brasil passa por Paranaguá.

O porto já vem de resultado histórico em 2017. Transitou 14,2% mais carga que em 2016: 51,5 milhões de toneladas. Dos 32,6 milhões de toneladas exportadas, foram 3,5 milhões de milho, 11,4 milhões de soja, 4,5 milhões de farelo e 4,8 milhões de toneladas de açúcar. Dos 18,8 milhões importados, 8,8 milhões de toneladas foram de adubo.

Só pelo Corredor de Exportação, que integra os terminais de grãos, foram 17,4 milhões de toneladas em 2017. “Se o mercado continuar como está, com logística funcionando, volume de carga e campo vendendo, podemos bater outro recorde neste ano”, diz Lourenço, falando em 55 milhões de toneladas entre importação e exportação.

Ele avalia que os números resultam de massivos investimentos em produtividade. Entre 2011 e o início deste ano, foram R$ 657 milhões em reformas de cais de atracação, dragagem, aumento de capacidade de correias de transporte, shiploaders e automação dos locais de triagem dos caminhões. Antigos armazéns, inutilizados, foram demolidos, dando lugar a um pátio para carros ou cargas que demandem grande espaço.

O objetivo agora é adentrar mais ao mar. No lado leste, onde está o Corredor de Exportação, a APPA planeja a construção de um novo píer, no formato de uma letra T. O projeto já passou por avaliações de viabilidade e de utilização do espaço para manobras dos navios.

Do lado oeste, o primeiro berço de atracação será estendido em 100 metros, com a intenção de ampliar a capacidade na área de 2 milhões para 6 milhões de toneladas por ano. O investimento é de R$ 183 milhões, com obra já contratada e conclusão prevista em 20 meses. Também está nos planos um novo píer no local, este na forma de um F, também mar adentro.

A ideia da APPA é ter um segundo corredor de exportação, que será operado por empresas privadas. “Temos um indicativo do interior de que haverá um aumento de produtividade nas lavouras de 30% até 2030 e estamos nos preparando para escoar a produção. Virão novos players. Temos interessados em investir”, diz Lourenço Fregonese.

Matéria completa: Revista Globo Rural.

Antonio Senkovski

Repórter e produtor de conteúdo multimídia. Desde 2016, atua como setorista do setor agropecuário (do Paraná, Brasil e mundial) em veículos de comunicação. Atualmente, faz parte a equipe de Comunicação Social do Sistema FAEP. Entre as principais funções desempenhadas estão a elaboração de reportagens para a revista Boletim Informativo; a apresentação de programas de rádio, podcasts, vídeos e lives; a criação de campanhas institucionais multimídia; e assessoria de imprensa.

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