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Safra recorde derruba preços de milho e soja

Outro fator que pode influenciar as cotações é a possibilidade de uma supersafra também nos Estados Unidos, principal concorrente brasileiro na disputa pelo mercado externo

A safra recorde de soja no Brasil e a possibilidade de recorde também na safra dos Estados Unidos são apontadas pelos analistas de mercado como os principais fatores para as fortes quedas nos preços da oleaginosa nos últimos dias. A situação é parecida para o milho, que também enfrenta a concorrência norte-americana e a aproximação da colheita do safrinha. Ontem, pelo acompanhamento da Secretaria da Agricultura, a saca de soja de 60 quilos era vendida em Maringá a R$ 56, uma diferença, para baixo, de R$ 10 com relação a janeiro, quando o preço estava em R$ 66. Em junho do ano passado, Maringá vendeu soja a R$ 81.

“As notícias são baixistas hoje, mas a situação poderá ficar pior para o produtor, pois a tendência é de preços caindo ainda por mais alguns dias”, diz Rafael Sagrilo Silva, de uma das mais importantes corretoras de cereais de Maringá. “O que já foi colhido de soja no Paraná mostra um novo recorde na produção e ainda tem soja para ser colhida. Além do excesso do produto no mercado, o Paraguai teve safra recorde e outros países vizinhos estão produzindo bem. O excesso do produto no mercado leva à queda do preço.”

Para Sagrilo, outro fator que pode influenciar nos preços da soja brasileira é a possibilidade de uma supersafra também nos Estados Unidos, principal concorrente brasileiro na disputa pelo mercado externo. Lá a soja acaba de ser plantada, mas as previsões são de clima bem equilibrado até a fase da colheita.

Para o consultor Vlamir Brandalizze, as quedas nos preços da soja no mercado brasileiro devem continuar se acumulando até maio, com preços seguindo pressionados e um cenário que pouco motiva para os negócios. Segundo o consultor, na medida em que os embarques forem atendidos e os compradores precisarem se comportar de forma mais agressiva, novas oportunidades de venda podem aparecer e o produtor vai, aos poucos, participando do mercado. Mas, isto só deve acontecer a partir do mês que vem.

Outro fato que serve como esperança a quem ainda tem soja para vender é a possibilidade de quebra na safra argentina devido ao excesso de chuvas no Sul da América do Sul, que está atrasando a colheita e muitos grãos podem apodrecer ou brotar ainda no pé.

Milho

O milho também continua em queda. A saca que em janeiro custava, na região de Maringá, R$ 27,50, estava ontem a R$ 21, pouco mais da metade do valor de há um ano, quando bateu em R$ 39,98.

Segundo Sagrilo, há excesso de milho no Brasil e os estoques aumentam a partir de junho, quando começa a colheita do safrinha, a principal safra de milho do ano.

Produção

19 milhões de toneladas de soja estão sendo colhidas no Paraná, segundo a Secretaria da Agricultura.

Fonte: O Diário

Carlos Filho

Jornalista do Sistema FAEP/SENAR-PR. Desde 2010 trabalha na cobertura do setor agropecuário (do Paraná, Brasil e mundial). Atualmente integra a equipe de Comunicação do Sistema FAEP/SENAR-PR na produção da revista Boletim Informativo, programas de rádio, vídeos, atualização das redes sociais e demais demandas do setor.

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