A baixa competitividade do milho na safra de verão vai fazer com que estas lavouras praticamente desapareçam, engolidas pela soja na regional de Cascavel. O cultivo, que já é pouco expressivo do grão neste ciclo, vai reduzir ainda mais, baixando de 32.175 hectares nos 28 municípios de abrangência do Núcleo Regional da Seab (Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento) contabilizados em 2013, para 20.620 hectares à safra 2014/2015, com recuo em área de 36%.
No mesmo caminho, a produção vai despencar. No ciclo 2013/2014 foram colhidas 342.500 toneladas. Agora, se tudo correr como o esperado, os dados do Deral (Departamento de Economia Rural) apontam para, não mais que 226.085 toneladas. Queda de 34%.
O técnico do Deral, J. J. Pértille explica que as lavouras de milho que começam a ser plantadas em poucos dias só se manterão em propriedades que apostam na rotação de cultura. “Se fosse pelo preço do produto, os agricultores já teriam migrado para a soja. Quando a safrinha de milho começou a ser plantada, em março deste ano, o preço da saca estava cotado a R$ 23, agora não passa de R$ 18”, afirma.
A PROTAGONISTA
Se o milho perde campo, a soja ganha. Serão 546.500 hectares destinados á oleaginosa agora, contra 530.935 na safra 2013/2014, avanço de 3%. A produção também promete ser excelente. Se o clima e o tempo avançarem como o esperado – chuva, sol e oscilação de temperaturas de acordo com o esperado – a regional de Cascavel promete colher 1,980 milhão de toneladas. Na safra passada foram 1,910 milhão.
No trigo, qualidade preocupa
Os sojicultores se preparam para o cultivo de verão, mas ainda precisam aguardar mais alguns dias até o fim do vazio sanitário que se encerra em 15 de setembro. A partir disso, basta o solo estar úmido para colocar as máquinas no campo e iniciar o plantio das modalidades superprecoces. Quanto ao milho, como o vazio sanitário não interfere nesta cultura, os produtores aguardam apenas uma chuva significativa para lançar os grãos ao solo e esperar a fecundação.
Para isso, muitos intensificam a colheita do trigo. Na regional, 8% dos 140 mil hectares destinados à cultura de inverno já tiveram os grãos removidos do solo.
O que preocupa é a qualidade do cereal. “Há muitas doenças provocadas por fungos, os grãos foram afetados na qualidade e na produtividade depois do excesso de chuva registrado em junho. A tendência é para que o que será colhido daqui para frente tenha uma qualidade melhor”, afirmou o técnico do Deral, J. J. Pértille.
A produtividade média nestes 11 mil hectares não tem ultrapassado 1,7 mil quilos por hectare. O esperado era pelo menos 2,2 mil quilos por hectare.
Fonte: O Paraná – 27/08/2014
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