Os preços da soja iniciam a semana operando em campo positivo na Bolsa de Chicago. Na sessão desta segunda-feira (9), por volta das 7h40 (horário de Brasília), os principais vencimentos subiam entre 4,75 e 7,75 pontos, com as posições ainda na casa dos US$ 9,90 por bushel.
O mercado tenta uma retomada depois do fechamento estável na última sexta-feira (6), no entanto, ainda tem os investidores buscando um melhor posicionamento e operando mais na defensiva à espera dos números que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulga amanhã (10).
Com alta do dólar, soja tem semana de preços bons e avanço das vendas no Brasil
O mercado internacional da soja fechou a última da semana estável, com oscilações bem pouco expressivas. Na sessão desta sexta-feira (6), os principais vencimentos terminaram o dia com o março valendo US$ 9,79 por bushel, sem variação, o julho e o agosto fecharam com queda de 0,50 ponto e o novembro encerrou a semana valendo US$ 9,89, também sem variação.
Nessa semana, o início foi marcado por uma valorização significativa entre as posições mais negociadas, em função da greve dos caminhoneiros ainda interrompendo o fluxo de produto no Brasil. Porém, conforme o movimento foi perdendo força, apesar de não ter sido efetivado nenhum acordo entre as duas frentes, o mercado também perdeu força e parte das altas acumuladas.
Dessa forma, à medida em que a greve já não era mais um fator relevante – e de alta para as cotações – o mercado passou a se voltar para os seus já conhecidos fundamentos e para a necessidade dos investidores reajustarem suas posições. Paralelamente, houve ainda a pressão do dólar, que disparou nos últimos dias, e superou o patamar dos R$ 3,00. Porém, a moeda americana subiu ainda frente às divisas de quase todas as economias emergentes.
Com o dólar forte e valorizado, os preços negociados nas bolsas norte-americanas acabam por se tornar menos competitivos e estimular a demanda em outros fornecedores, como, no caso da soja, os exportadores da América do Sul. A divisa fechou a semana com alta de a maior alta semanal desde 2008, com mais de 1% de ganho frente ao real. Nesta sexta, a moeda ficou em R$ 3,0565, maior valor desde 27 de julho de 2004, subindo 1,49%.
E foi essa valorização da moeda norte-americana que motivou um bom avanço da comercialização no Brasil, com os preços chegando a bater em R$ 70,50 ao longo da semana, registrando os melhores momentos do ano e da temporada. Nesta sexta, a soja futura, com entrega para abril/15, fechou a semana valendo R$ 68,00 por saca.
“Essa efeito do dólar tem dado uma tendência de continuidade dos preços da soja em reais, mas infelizmente, por outro lado, há uma boa evolução da colheita de soja no Brasil, na Argentina e esse dólar mais valorizado repercute negativamente sobre a Bolsa de Chicago”, explica o analista de mercado Marcos Araújo, da Agrinvest.
Novos números do USDA
Outro fator que deve seguir tirando a direção do mercado é a espera por novos números do USDA que serão reportados nas próximas semanas. À espera dessas informações, os investidores já buscam um melhor posicionamento – e por isso, segundo analistas e consultores, já operam mais na defensiva – antes da divulgação de novos números que serão reportados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nos próximos dias.
No dia 10, será divulgado o boletim mensal de oferta e demanda, o qual, segundo analistas, poderia trazer uma redução dos estoques americanos, um aumento das exportações dos EUA e revisões nos dados das safras da América do Sul. Já no final do mês, serão reportadas as primeiras projeções oficiais para a safra 2015/16 dos EUA e isso também deve trazer um direcionamento às cotações. Indicações do USDA apontam para uma menor área de plantio de soja na nova safra, entretanto, os analistas n]ao têm apostado nessa confirmação.
Do lado da oferta, o mercado espera pela conclusão da irregular, principalmente no Brasil, safra da América do Sul.
O adido do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) no Brasil estimou a safra brasileira de soja 2014/15 em 93 milhões de toneladas. A última estimativa oficial da matriz do departamento, no entanto, é de 94,5 milhões de toneladas. Os números serão atualizados no novo boletim mensal de oferta e demanda do USDA no próximo dia 10.
O número do adido fica em linha com algumas projeções divulgadas nessa semana, como a de 93,5 milhões de toneladas da França Junior Consultoria; 93,1 milhões da FCStone e 92,5 milhões da Informa Economics. O maior número veio de Agroconsult, que estimou 94,7 milhões de toneladas, e o menor ficou com a Céleres Consultoria, que projetou a colheita do país em 91 milhões de toneladas.
Fonte: Notícias Agrícolas – 09/03/2015
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