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Ampliação do Plano Safra para 18 meses perde força

Apesar de haver "boa vontade" dentro do governo em alterar a vigência do Plano Agrícola e Pecuário da safra 2013/14 de 12 meses para 18 meses, a mudança esbarra em questões políticas e na falta de um "padrinho" no Planalto que encampe a ideia. A medida ainda está em estudo, mas o setor produtivo, que fez a sugestão, admite que dificilmente haverá mudanças no curto prazo.

O Valor apurou que o problema político se deve ao fato de 2014 ser um ano de eleições majoritárias. Caso o anúncio do novo Plano Safra, no início de junho próximo, traga a mudança para 18 meses, o governo federal não se beneficiaria de um anúncio de peso em meados do ano que vem, pouco antes do primeiro turno das eleições, em outubro. Mas essa hipótese não é bem aceita entre os produtores.

"Qual a diferença entre anunciar em junho um plano de 12 meses e em junho de 2014 outro e lançar um plano de 18 meses em junho deste ano e fazer outro lançamento em setembro do ano que vem?", questiona um fonte do setor produtivo.

Já a hipótese da falta de "padrinho" no governo é mais aceita entre os produtores. Apesar de o governo garantir que vê com bons olhos a mudança e que não existe opositores de peso à ideia, falta "vontade" em levar adiante a ideia. "Ninguém pegou a ideia para defendê-la. Com todos olhando o tempo passar não será possível colocar em prática. Nem esse ano nem no próximo se o comportamento não mudar", afirmou a mesma fonte, que acompanha a elaboração do plano.

Mesmo com essa percepção, entidades que representam produtores continuam pressionando o governo para que a mudança aconteça neste ano. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), por exemplo, pede ao governo cerca de R$ 132 bilhões para um Plano Safra de 12 meses e algo em torno de R$ 190 bilhões para um de 18 meses. Os sinais mais fortes atuais indicam que o governo deve fechar o pacote 2013/14 com a duração de um ano e R$ 130 bilhões.

Independentemente da duração e do volume de recursos, uma novidade do plano será o aumento do custeio de R$ 800 mil para R$ 1,4 milhão por produtor em novas fronteiras agrícolas, para facilitar sua fixação e dar mais uma opção de negociação aos produtores, além das tradings. Os juros também podem passar de 5,5% para 4,5% ao ano. Essa redução, porém, também ainda está em estudo no Ministério da Fazenda.

 
Valor Econômico

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