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BB reabilita 40 mil produtores para a obtenção de crédito rural

O Banco do Brasil decidiu reabilitar 40 mil produtores até agora impedidos de contratar novos empréstimos de crédito rural em razão de haver renegociado dívidas antigas em programas de investimento.

Ao anunciar a destinação de R$ 45,7 bilhões ao setor na nova safra (2011/2012), o vice-presidente de Agronegócios do BB, Osmar Dias, informou ontem que a medida não seguiu nenhuma resolução oficial ou orientação do governo, mas foi uma decisão interna do banco. "Esses 40 mil não podiam contratar por ter renegociado investimentos. Tiramos esse impedimento e isso é uma forma de desburocratização", afirmou.

A barreira foi imposta pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) à época da última grande repactuação dos débitos. Mas os pagamentos antecipados de boa parte dessas dívidas, cujo volume aumentou de forma significativa nos últimos meses, deu segurança ao BB para ousar.

A decisão do banco cria um "potencial" de R$ 3 bilhões de negócios com esse grupo de produtores, informou o diretor de Agronegócios do BB, Ives Fülber. "Antes de decidir isso, fizemos avaliações das condições financeiras de cada um. Isso não implica em riscos. Haverá garantia real e limites de crédito em cada operação dessa", afirmou.

A medida ajudará o banco a ampliar sua carteira de crédito rural, cuja fatia nesse mercado somou 61,2% no primeiro trimestre deste ano. O volume de empréstimos rurais do banco chegou a R$ 78,3 bilhões. Desse total, 92,2% estavam classificados entre os níveis de risco "AA" e "C", considerados os mais seguros pelo mercado financeiro.

A nova safra terá um novo desenho para o BB. Alguns segmentos do setor rural foram escolhidos para reforçar a oferta de crédito, hoje abundante nos depósitos à vista e na poupança rural. O banco elegeu como foco a agricultura familiar, os médios produtores, as ações de redução das emissões de gases do efeitos estufa e as cooperativas agropecuárias.
O BB terá como uma de suas prioridades as ações de ampliação do atendimento aos produtores. E o Banco Postal, uma parceria com os Correios, ajudará na estratégia. O BB ampliará a oferta de seus serviços a 2.076 municípios onde atualmente não mantém uma agência bancária.

Vamos dar força ao microcrédito, aos pequenos empreendedores e aos agricultores familiares dessas regiões mais distantes dos grandes centros", relatou Osmar Dias. Assim, o BB antecipará sua meta de chegar a todos 5.565 municípios brasileiros. "Isso estava previsto para janeiro de 2015. Agora, faremos em 2012", disse. Hoje, 880 agências do banco respondem po 80% de todo o crédito rural.

O BB também decidiu entrar firme para ajudar o governo a cumprir sua meta de redução das emissões de gases do efeito estufa. Até 2020, o país se comprometeu a reduzir entre 36% e 38% essas emissões. Para isso, o BB destinará R$ 850 milhões para financiar atividades do chamado "baixo carbono". O primeiro contrato foi assinado ontem com uma produtora de Ipameri (GO)

Em uma área de 900 hectares, o BB emprestou R$ 708 mil para recuperação de pastagens e da mata ciliar, além da plantação de eucalipto e adequação para o sistema de integração lavoura-pecuária-florestas. Esse valor é mais do que todo o volume emprestado pela linha Agricultura de Baixo Carbono (ABC) na safra 2010/2011.

"O banco não operou antes porque precisávamos fazer adequações aos problemas estruturais", explicou Osmar Dias. Os recursos serão da fonte "poupança rural", cujas taxas de juros são subsidiadas pelo Tesouro Nacional.

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