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Commodities agrícolas – INFORME DIÁRIO

Commodities agrícolas – INFORME DIÁRIO

Acompanhe a análise do Departamento Técnico e Econômico da FAEP sobre as culturas de soja, milho, trigo, café e feijão

REFERENTE ÀS COTAÇÕES DE 02/03/2015
Por: Tânia Moreira, economista do Departamento Técnico e Econômico da FAEP.
SOJA: nesta segunda-feira os contratos futuros para soja encerraram em queda. O contrato de março caiu 1,89% fechando no valor de US$ 10,11/bushel (R$ 64,54/saca).

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Dados do USDA sobre as inspeções das exportações americanas influenciaram os contratos. As exportações americanas na semana encerrada em 26 de fevereiro somaram a quantidade de 635,1 toneladas diante das 978 toneladas embarcadas na semana anterior e 986 toneladas embarcadas no mesmo período de 2014.
Notícias de que a paralisação dos caminhoneiros deve se normalizar no Brasil também influenciaram os preços.
Enquanto isso a colheita no Brasil e na Argentina segue em andamento. Segundo a Bolsa de Cereais da Argentina a colheita começa a voltar-se ao mercado internacional.
No Paraná segundo a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (SEAB) o percentual colhido de soja no Estado até a semana passada era de 28% contra os 42% colhidos na safra passada. A produção deve totalizar 16,7 milhões de toneladas, consolidando como novo recorde de produção no Estado, segundo dados da SEAB. O percentual comercializado é de 16% segundo dados da SEAB.
No Mato Grosso o percentual colhido é de 53% contra os 49% colhidos no mesmo período na safra anterior, segundo dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária. O percentual comercializado é de 61,9% segundo dados do IMEA.

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Os fundamentos até o momento são de estoques finais altos e produções recordes, mas com demanda aquecida, além da previsão de redução de área para a nova safra americana que deve contar com nova estimativa a partir de final de março.
MILHO: os contratos futuros encerraram em queda nesta segunda-feira na CBOT.

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Mercado segue a espera de números novos. A atenção está concentrada no desenvolvimento das lavouras de primeira safra e plantio do milho safrinha, sendo aguardado, como será, principalmente, o desenvolvimento da safrinha.
No Paraná o percentual plantado da safrinha é de 49% contra os 57% plantados na safra anterior, segundo dados da SEAB. O produtor paranaense segue cauteloso na decisão de plantio da segunda safra, considerando os preços e os custos de produção. O percentual comercializado é de 8,4%, segundo dados da SEAB. A produção paranaense de milho para a segunda safra tem projeção para 9,95 milhões de toneladas, com redução de 4% em comparação a safra anterior.
No Mato Grosso o percentual de plantio é de 64,6% contra os 74% no mesmo período do ano passado, segundo o IMEA. O percentual comercializado até o momento, segundo informado por algumas consultorias, segue em ritmo acelerado. A previsão de produção para a segunda safra é de 17,2 milhões de toneladas, com redução de 2%, segundo dados da Companhia Nacional do Abastecimento (Conab)
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) divulgou ontem que as exportações de fevereiro para o milho totalizaram 1.104,8 milhões de toneladas (com saldo médio diário de embarque de 61,4 toneladas). O número é inferior as 3.195,4 milhões de toneladas embarcadas em janeiro, e teve aumento de 4% em relação a exportações acumuladas de fevereiro de 2014.

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Os fundamentos dados até o momento são de produção, demanda e estoques finais elevados, além da prevista redução de área da próxima safra americana em favor da soja, o que passa a ser esclarecido a partir do final de março com novos dados do USDA.
As inspeções das exportações norte-americanas para semana terminada em 26 de fevereiro resultaram em um aumento de 40,8% em relação a semana anterior e de 21% em relação ao mesmo período do ano anterior segundo o USDA.

TRIGO: os contratos futuros também encerraram em queda na CBOT.

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O dado das inspeções norte-americanas veio negativo, sendo exportadas 15% a menos que em janeiro e 26% a menos que no mesmo período do ano anterior.
No Paraná os preços médios recebidos pelos produtores seguem abaixo do preço mínimo (R$ 33,45/saca) estabelecido pelo governo. O preço médio de ontem foi de R$ 31,44/saca com percentual comercializado no Estado de 75,2% contra os 93% comercializados na safra anterior, segundo dados da SEAB.

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As importações de 2014 totalizaram 5,78 milhões de toneladas (US$ 1,81 bilhões). Para o ano comercial (agosto até julho) as importações da safra 2014/15 até janeiro totalizaram 2,63 milhões sendo provenientes 48% dos Estados Unidos.
A estimativa inicial da SEAB é de que haja uma redução de pelo menos 2% na área de plantio do trigo para a próxima safra, mas com possível aumento da produção devido um incremento nas produtividades em função do aumento de tecnologia. Os produtores seguem cautelosos quando a decisão de plantio do trigo, já que os preços que precedem o plantio são piores que em 2014 e os custos de produção com perspectiva de aumento.
CAFÉ: os contratos futuros encerraram em queda na Bolsa de Nova Iorque.

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O dólar alto tem pressionado as cotações, mas, além disso, a perspectiva de melhora das condições climáticas, com a chegada das chuvas nas regiões produtores, tem contribuído para queda do preço.
No momento existe muita discordância sobre o verdadeiro tamanho da safra brasileira. A última estimativa da Conab previu a produção de 47 milhões de sacas, mas o setor produtivo espera uma produção bem menor, em torno de 40 milhões de sacas, dado um prejuízo irrecuperável da seca.

FEIJÃO: a colheita da primeira safra segue praticamente concluída, com percentual de 98% e o plantio da segunda safra já tem 85% da área plantada, segundo a SEAB.
Da primeira safra 75% já foi comercializado, em ritmo mais acelerado que na safra passada devido aos melhores preços deste ano. No Paraná a primeira safra teve uma redução de 17% na produção, segundo a SEAB. Na produção brasileira esta redução foi de 11,6%, segundo a Conab.
Para segunda safra o percentual de plantio é de 85%, com previsão de redução de 16% na área, mas aumento de 13% na produção em função de uma produtividade 31% maior. Segundo a SEAB, nos últimos dias, devido às chuvas, o controle fitossanitário nas lavouras ficou prejudicado, o que pode levar a um ajuste na produtividade.

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André Amorim

Jornalista desde 2002 com passagem por blog, jornal impresso, revistas, e assessoria política e institucional. Desde 2013 acompanhando de perto o agronegócio paranaense, mais recentemente como host habitual do podcast Boletim no Rádio.

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