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Consumo chinês de carne bovina crescerá 50%

A evolução da renda dos chineses vai incentivar o consumo de proteínas, principalmente o de carne bovina. Zan Linsen, diretor do Centro Nacional do Desenvolvimento de Carne Bovina na China, diz que em 2015 o consumo médio de carne bovina deverá atingir 10 quilos per capita -o atual é de 6,7 quilos.

Se a previsão se confirmar, a China terá de abater mais 20 milhões de cabeças de gado por ano -quase metade do abate atual do Brasil.

As importações, que atingem 20% do consumo, deverão crescer ainda mais nos próximos anos.
Zan diz que a produção de carne bovina vem crescendo muito e ocupando novos espaços na dieta dos chineses.

Há duas décadas, o consumo de carne suína dominava a alimentação dos chineses, somando 95% do consumo de proteínas. Esse percentual caiu para 65% atualmente.

Assim como ocorre com a carne bovina, o consumo de frango, de carneiro e de carne suína também cresce rapidamente, exigindo fortes investimentos das empresas.

O Shiyang Group, que possui dois frigoríficos na região de Xian, está abrindo mais quatro para chegar ao mercado de varejo.

O maior consumo de proteínas na China exigirá uma alimentação de melhor qualidade para os animais, o que forçará o país a importar mais componentes para rações.

As importações ocorrerão principalmente porque o crescimento da produção de carnes ocorre via empresas, que já dominam 35% desse segmento.

A produção, antes de fundo de quintal, passa a ser feita em grande escala. E esse novo sistema exige o uso de ração de melhor qualidade, à base de soja, diz Zan.

Esse novo cenário, além de abrir as portas da exportação de carnes de qualidade do Brasil para a China, deverá elevar também as importações de soja pelos chineses, segundo ele.

A população rural da China é de 600 milhões de pessoas, que consomem 26 quilos de carne por ano, em média. Na cidade, onde o poder de compra é seis vezes maior do que no campo, o consumo é de 40 quilos.

Comercialização – Na China, as vendas de grãos são feitas para um cerealista da vila, que revende o produto para armazéns do governo. Não é permitida a formação de cooperativas -apenas o associativismo técnico.

Solo – Chove pouco na região agrícola de Xian, uma das áreas produtivas do país. A agricultura chinesa enfrenta, cada vez mais, a falta de água.

Fertilizantes – Os chineses usam, em média, 800 quilos de adubo por hectare. O uso de ureia é intenso, mas o adubo fosfatado também começa a ser utilizado.

Tributação – Os produtores chineses pagaram impostos por 2.000 anos. Há cinco anos, ficaram isentos do pagamento. Além disso, recebem um subsídio do governo.

Produtividade – As de trigo (6.000 kg/ha) e de milho (8.000 kg/ha) seguem padrões mundiais, mas superam as do Brasil. A de soja (2.000 kg/ha) é baixa.

Plantio –  Em algumas áreas é feito com pequenos tratores. Já a mecanização na colheita é mais escassa.

Duas safras – Os chineses plantam trigo em outubro e colhem em maio. Após a colheita do cereal, eles têm uma janela de apenas uma semana para semear o milho da safra de verão.

Uso de milho – Os chineses destinam 65% do milho colhido para a produção de ração. Outros 30% são destinados a fins diversos, como a indústria. Apenas 5% ficam para o consumo humano.

Álcool – Na febre da produção de energia renovável em 2005, os chineses seguiram os norte-americanos e entraram no programa de produção de álcool proveniente do milho. Não deu certo.

Terra – A chance de os chineses aumentarem a área de cultivo agrícola é zero. Apesar do crescimento das cidades, procuram manter essa área próxima de 120 milhões de hectares.

Fonte: Folha de São Paulo – Vaivém – Mauro Zafalon

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