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Contra a proibição

Estudo da Embrapa aponta que veto ao uso do paraquate traria problemas ambientais, além de frear a produtividade e a competitividade das lavouras

Preocupada com a possível proibição do paraquate – princípio ativo de herbicidas como o Gramoxone –, a FAEP solicitou parecer técnico da Embrapa Soja sobre a importância para agricultura do herbicida utilizado no manejo de plantas daninhas, e seu impacto técnico e econômico na produção agrícola. O documento, assinado pelos pesquisadores Dionisio Luiz Pisa Gazziero e Fernando Storniolo Adegas, conclui que “a descontinuidade no uso certamente trará um impacto importante na agricultura brasileira não só por questões de produtividade e competitividade das culturas comerciais, mas por criar problemas de ordem ambiental, especialmente no caso do retorno do método mecânico de controle. Também cabe ressaltar que a diversificação de produtos com diferentes mecanismos de ação é importante para a prevenção e manejo de espécies resistentes, um problema que tem crescido de forma preocupante em nosso país”.

Com base na análise técnica, a FAEP preencheu formulário da consulta pública de reavaliação toxicológica do paraquate. O produto é usado no combate a mais de 40 plantas daninhas, em especial nas lavouras que usam o sistema de plantio direto. Segundo estimativas da Embrapa, divulgadas pela Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), se o paraquate for banido, haverá um aumento de 129% nos custos de produção. O documento da Embrapa lembra ainda que a grande maioria dos produtores brasileiros adota o sistema de semeadura direta das culturas comerciais, como resultado de um esforço conjunto de produtores, assistência técnica e pesquisa.

A contribuição desse sistema na conservação do solo e da agua é inquestionável e permitiu a eliminação do fogo, que era usado para queimar a palhada da colheita anterior. O plantio direto também evita o uso de arado e de grade, que eram utilizados para trabalhar o solo e controlar as plantas daninhas que emergem antes da semeadura da soja. Esses implementos provocam a formação de camadas de compactação subsuperficiais e causam a erosão da camada a mais produtiva do solo, que é a superficial.

Assim, o método mecânico de controle das infestantes foi substituído pelo químico, pois no dia da semeadura a área deve estar completamente livre dessas espécies. Em condições tropicais, como acontece no Brasil, as plantas daninhas apresentam dinâmica e agressividade diferenciada, e a convivência dessas espécies com as culturas comerciais podem tornar essa atividade inviável.

O paraquate, assim como os demais herbicidas chamados de “dessecantes”, é usado no manejo da pré-semeadura, visando a favorecer a emergência das culturas econômicas e evitar a competição com as plantas infestantes. Os produtos usados nesse manejo possuem especificações técnicas próprias. Por isso a definição sobre qual ou quais devem ou podem ser aplicados é feita com base no diagnóstico feito por profissional legalmente habilitado, e seu uso poderá ser feito desde que emitida uma receita agronômica. Atualmente, o paraquate tem sido administrado como produto de contato para complementar o controle de biótipos resistentes ao glifosato e outras espécies de difícil controle.

Depois de concluída a consulta pública, em 16 de novembro, a decisão final da Anvisa deverá ser divulgada em 120 dias.

 

 

 

 

 

 

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