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Crescimento do agronegócio passa pelo fortalecimento da distribuição de insumos

"Cerca de 60% das vendas de insumos agrícolas e pecuários comercializados no Brasil passam pelos distribuidores. Esse percentual é cada vez maior, assim como cresce a importância da distribuição no aumento da agricultura e na produção animal, especialmente em um momento de grande instabilidade global em relação ao balanço oferta/demanda de grãos e oferta em alta de carnes".

A afirmação acima é de Marco Antonio Nasser de Carvalho, presidente da Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários (Andav), no painel de encerramento do II Congresso Andav, que atraiu mais de 800 empresários do setor e especialistas em agronegócios, em São Paulo. A Andav reúne mais de 1.000 associados espalhados por 400 municípios, em 25 estados diferentes. Na última safra, essas empresas movimentaram R$ 7,7 bilhões. Carvalho também ressaltou a necessidade de gestão profissional do distribuidor de insumos. "Temos de deixar de ser apenas negociadores e passar a fornecedores de soluções para os produtores rurais. Afinal, é isso que agricultores e pecuaristas esperam dos seus parceiros de distribuição".

Outra conclusão do Congresso Andav diz respeito à globalização do segmento de distribuição, com a chegada ao Brasil de players mundiais. "A internacionalização já chegou a vários segmentos de insumos, como defensivos, fertilizantes e produtos veterinários. Agora é a hora da distribuição. Essa situação reforça a necessidade de os empresários do setor profissionalizarem as suas estruturas. Caso contrário, poderão sucumbir ao interesse de grandes grupos, já que o Brasil é um dos grandes mercados agrícolas", disse o presidente da Andav.

Realizado entre 7 e 9 de agosto de 2012, o II Congresso Andav discutiu a situação atual e os caminhos da distribuição de insumos agrícolas e veterinários no Brasil. O evento foi encerrado com o painel A Importância do Setor de Distribuição para o Agronegócio, que abordou questões relevantes para o setor, como as perspectivas do distribuidor diante do cenário atual, o aumento do consumo de alimentos, o papel do distribuidor neste cenário e estratégias de precificação.

A discussão envolveu importantes empresários do agronegócio. Carlos Heredia, diretor de Fertilizantes da Bunge, lembrou aos presentes que o mercado brasileiro de fertilizantes é o quarto maior do mundo e vem evoluindo tecnologicamente. "Esse cenário exige a profissionalização dos agentes envolvidos, como os distribuidores, responsáveis por cerca de 30% das vendas de fertilizantes".

Vilson Antônio Simon, diretor presidente da MSD Saúde Animal, informou que "o Brasil é o terceiro maior de produtos veterinários do mundo, movimentando cerca de R$ 3,5 bilhões por ano. Nosso maior desafio é fazer chegar o produto para o consumidor final, no maior número de ponto de vendas possível. E aí entra a distribuição. Precisamos de parceiros eficientes e profissionais".

Sobre a possível entrada no Brasil de gigantes norte-americanas de distribuição, Laércio Giampani, CEO da Syngenta, comentou que existe, sim, essa possibilidade, "mas acredito mais na oportunidade de negócios com os estrangeiros. O momento do mercado deles é muito diferente do nosso e a intenção é buscar parcerias aqui, alavancando o segmento". Antônio Zen, presidente da FMC para a América Latina, concorda. Para ele, "o modelo norte-americano tem condições de se ajustar ao mercado brasileiro mas em parcerias e não aquisição".

Nesse mesmo tema, Douglas Ribeiro, diretor de Marketing da Dow AgroSciences, entende que o mercado é soberano e se auto regula. "O mais importante é criar diferenciação nas empresas e encontrar saídas para o crescimento com eficiência".

O II Congresso Andav ocorreu paralelamente ao IX Congresso da Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócios e como parte da Agrinsumos & Induspec.

FONTE

Texto Assessoria de Comunicações
Catarina Marrão e Rogério Sousa – Jornalistas

DETI

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