Sistema FAEP

Discurso Rodolpho Luiz Werneck Botelho

Leia o discurso do presidente da Comissão de Bovinocultura de Corte da FAEP, diretor do comitê gestor e presidente do Sindicato Rural de Guarapuava

LANÇAMENTO PLANO INTEGRADO DE DESENVOLVIMENTO DA BOVINOCULTURA DE CORTE NO PARANÁ
11 DE AGOSTO DE 2015

Senhor governador Beto Richa, secretários de Estado, lideranças e representantes de entidades da sociedade civil.

Inicialmente, queremos agradecer, em nome dos produtores do Estado, suas entidades e toda a cadeia agroindustrial a dedicação deste Governo e da Federação da Agricultura do Estado do Paraná, em realizar esse belo trabalho em prol da pecuária paranaense, juntamente com uma série de organizações públicas e privadas.

Queremos agradecer a disponibilidade do senhor governador e equipe em ouvir as reivindicações desse setor.

Modernizar a pecuária paranaense e fortalece-la politicamente era um sonho antigo das lideranças da classe produtora rural e certamente, de todos os profissionais da área.

Esse plano não tem apenas um pai. É um trabalho feito por muitas mãos e, se todos os envolvidos fizerem sua parte, a pecuária estadual dará um salto significativo, podendo ser referência para o restante do Brasil.

A bovinocultura de corte representa nada menos do que cerca de dois terços do rebanho paranaense, com aproximadamente 6 milhões de cabeças, de um plantel total de 9,4 milhões.

A estrutura fundiária do estado aponta que 87% das propriedades são de até 50 hectares. Dados do Instituto EMATER apontam que o rebanho médio das 56 mil propriedades bovinocultoras é de 109 animais.

Isso denota a peculiaridade do perfil do pecuarista paranaense, que hoje contribui com cerca de 5% da produção nacional de carne bovina. Nada mal para um estado que conta com apenas 2,3% do território brasileiro.

Temos aqui uma mudança de paradigma, pois a bovinocultura de corte geralmente é atribuída a grandes rebanhos e extensões de terras.

Esperamos, com o Plano, consolidar o Paraná como o melhor produtor de carne bovina do Brasil, promovendo a evolução do segmento em gestão, tecnologia e, acima de tudo, em qualidade do produto final.

Em 10 anos almeja-se transformar a atividade e consolidar uma pecuária de corte de alto padrão no Paraná, com regularidade de oferta e segurança alimentar.

Sabemos que não podemos competir com a pecuária de grandes escalas conduzidas em outras regiões do Brasil e não temos a pretensão de nos tornar maior que nossos vizinhos.

Entretanto, reconhecemos nosso potencial em produzir intensivamente um produto de qualidade diferenciada. Não somos os maiores, mas podemos ser os melhores.

Já temos modelos de sucesso, implantados por pecuaristas, alianças mercadológicas e cooperativas de carne, que vêm apostando em qualidade e ganhando espaço em nichos de mercado mais sofisticados e rentáveis.

Queremos nos próximos 10 anos comemorar melhores índices zootécnicos da produção bovina no Paraná, aumentando a oferta de animais para a industrialização, fomentando a agroindústria e gerando emprego e renda para toda a cadeia.

Almejamos a redução de idade de abate, maior taxa de lotação de pastagens, aumento no número de matrizes e a autossuficiência na produção de bezerros.

O Paraná já é um estado privilegiado. Enquanto a taxa de ocupação de pastagens no Brasil é de apenas meia cabeça por hectare/ano, nosso estado já é capaz de alojar 1,4 cabeças por hectare/ano. Nossa meta é atingir 2 cabeças por hectare/ano.

No abate, queremos reduzir a média da idade dos animais dos atuais 37 para 30 meses.

Almeja-se também elevar a produção de carcaças 210 quilos por hectare/ano. Hoje, a média paranaense é de apenas 137.

Existem no Paraná exemplos de produção de 500, 600 ou até 700 quilos de carcaças por hectare/ano. São capazes de produzir animais com 14 meses de idade, com rendimentos de carcaças superiores a 58%, resultados similares aos mais eficientes do mundo.

Sabemos que esses dados representam o que há de melhor no setor produtivo, entretanto, esses exemplos precisam ser divulgados e as tecnologias que permitem essa produção devem ser amplamente aplicadas.

Nas matrizes, se buscará uma retenção de 10% do plantel, que atualmente conta com 2,3 milhões de cabeças na bovinocultura de corte.

Isso associado a um incremento de 65 para 75% na taxa de natalidade média do estado, possibilitará uma oferta de cerca de 480 mil bezerros a mais anualmente.

Isso só será possível com a aplicação de diversas ferramentas de tecnologia de produção, gestão, comercialização e organização dos produtores.

A exemplo da evolução tecnológica na agricultura no Estado, que chegou a dobrar a produtividade de algumas culturas, a principal ferramenta deverá ser a difusão de informação, por meio de assistência, eventos técnicos e unidades referência.

Concomitantemente, a aproximação e fortalecimento do setor produtivo junto às áreas de pesquisa, seja via universidades instituições oficiais, será fundamental para o sucesso desse Plano.

Sabemos que assim como o setor produtivo, a cadeia agroindustrial também tem enfrentado dificuldades. Com o Plano, almejamos promover o diálogo com todos os elos da cadeia.

O lançamento é um primeiro passo. Precisamos continuar debatendo, contribuindo e interagindo com toda a cadeia da bovinocultura de corte.

Para que tudo ocorra conforme o planejado, faço um apelo especial ao pecuarista, para que ele se abra às inovações, participe dos fóruns de discussão e contribua com a evolução da atividade.

De forma inédita, a união das instituições públicas e privadas em prol da pecuária de corte do estado é a pedra fundamental desse trabalho.

Temos que estar unidos e coesos para podermos enfrentar os atuais desafios de um mundo globalizado, de altíssima competitividade.

Com apoio de nosso Governador, do Secretário da Agricultura, de entidades públicas e privadas e produtores, buscamos o desenvolvimento da economia paranaense como um todo

Assim, e somente assim, poderemos avançar e consolidar uma pecuária moderna no estado.

Estamos então nos preparando para aumentar a produção de carne de qualidade, preconizando a segurança alimentar e ofertando, no mercado nacional e internacional, um produto diferenciado, sustentável e de maior valor agregado.

O Paraná possui uma história de inovação e protagonismo no setor agropecuário. Juntos, não mediremos esforços para fazer da bovinocultura de corte desse Estado um exemplo de produção de proteína animal, para o Brasil e para o mundo.

Muito obrigado!

Rodolpho Luiz Werneck Botelho
Presidente da Comissão de Bovinocultura de Corte da FAEP, diretor do comitê gestor e presidente do Sindicato Rural de Guarapuava

 

André Amorim

Jornalista desde 2002 com passagem por blog, jornal impresso, revistas, e assessoria política e institucional. Desde 2013 acompanhando de perto o agronegócio paranaense, mais recentemente como host habitual do podcast Boletim no Rádio.

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