Em nota conjunta dos ministérios das Relações Exteriores, Agricultura e Indústria e Comércio Exterior, o Brasil disse que “lamenta” a decisão da China de impor tarifas de até 34% de carne de frango brasileira. O texto diz que as exportações do produto complementam a produção daquele país, beneficiando seus consumidores.
Na noite desta quinta-feira, 7, o governo foi surpreendido com a decisão da China de ampliar as tarifas para o frango de corte brasileiro a partir deste sábado, 9. Segundo Pequim, a decisão foi tomada em caráter preliminar, sobe a alegação que a indústria chinesa foi substancialmente prejudicada pelas importações de produto brasileiro.
A medida deve prejudicar os negócios externos de gigantes nacionais dos alimentos como a Seara, controlada pela JBS, e a BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão.
Fonte do governo brasileiro disse que a decisão chinesa foi recebida com muita preocupação, pois tem “pouca consistência do ponto de vista técnico”. Os principais elementos que justificariam a adoção de uma medida antidumping estão ausentes.
O principal argumento do Brasil é que as exportações de frango do Brasil não prejudicaram as empresas concorrentes locais, que seria um requisito obrigatório para a aplicação da medida antidumping. Pelo contrário, as empresas chinesas cresceram, aumentaram sua capacidade instalada, elevaram sua lucratividade e até subiram o preço do frango comercializado no mercado interno.
“A participação das importações brasileiras representa cerca de 5% do mercado da China e elas, em nenhum momento, foram responsáveis por deslocar as vendas internas de produto chinês, que cresceram continuamente ao longo do período da investigação”, frisa a nota.
Esse argumento foi levado à China em recentes visitas dos ministros Aloysio Nunes (Relações Exteriores), Blairo Maggi (Agricultura) e Marcos Jorge (Indústria, Comércio Exterior e Serviços). Também foi formalizado em documento. Mesmo assim, o antidumping provisório foi autorizado.
Fonte: Gazeta do Povo.
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