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Faep alerta para PGPM do milho e trigo

A Faep, com base em informações da Seab-Pr e do mercado, fez um detalhado cenário da produção e da comercialização do milho e do trigo paranaenses.

Os dados serviram para sustentar dois documentos que foram encaminhados a Ministérios e às bancadas do nosso Estado na Câmara Federal e no Senado (**), alertando sobre a necessidade de garantia de preços mínimos do milho e do trigo.

No primeiro ofício, aos órgãos do Executivo, é destacada a “importância do Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento (MAPA) e do Ministério da Fazenda planejarem para o mês de agosto, e para os meses seguintes, a utilização dos instrumentos de apoio à comercialização da Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM), com o apoio para 1,5 milhão de toneladas de trigo e de 2 milhões de toneladas do milho paranaenses”.

No outro documento, a FAEP solicita a intervenção dos parlamentares paranaenses, com esse mesmo objetivo. Veja abaixo a integra do ofício assinado pelo presidente da FAEP, Ágide Meneguette.

– “O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) anunciou a liberação de R$ 500 milhões para o Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural (Pepro) do milho relativo à safra 2013/2014 e 2014. A expectativa é de que esse volume de recursos seja suficiente para atender 10 milhões de toneladas do grão no Brasil. O Paraná, segundo maior produtor no ranking nacional, representa 19% da produção de milho do país.

No estado, os produtores terminaram o plantio do trigo e seguem com a colheita do milho de segunda safra. A Secretaria da Agricultura e Abastecimento (SEAB) estimou que até este momento 60% da produção da segunda safra de milho foi colhida e que a produção deve totalizar 10,2 milhões de toneladas, das quais foram comercializadas apenas 17%.

Além disso, há ainda 24% produção da safra de milho de verão 2013/14 em estoque, que somadas com a entrada do milho segunda safra em fase de colheita, totalizam praticamente 10 milhões de toneladas de milho que precisarão ser comercializadas nos próximos meses.

Como agravante, as exportações de milho do Brasil ainda não atingiram o ritmo previsto, por conta dos preços praticados no comércio internacional, com volume exportado no primeiro semestre de 2014 de apenas 5,3 milhões de toneladas, quando no mesmo período de 2013 foram exportadas 8,4 milhões de toneladas. Esse ano o país está longe de repetir as exportações de 20 milhões de toneladas de 2013, o que representa maior oferta no mercado interno, pressionando os preços.

O milho tem preço mínimo definido pelo governo de apenas R$ 17,67/sc-60kg e fechou a primeira semana de agosto com os preços médios recebidos pelos produtores em R$18,75, segundo a SEAB-PR, indicando que poderá ocorrer dificuldades com a comercialização, considerando a intensificação da colheita e a maior oferta do produto, caso não sejam adotas medidas para promover o equilíbrio entre oferta e demanda no mercado interno.

TRIGO

Para o trigo, as estimativas de produção são de 3,9 milhões de toneladas no Estado do Paraná, líder nacional na produção do cereal, representando em torno de 52% do total produzido no país em 2014.

Desde janeiro de 2014, o preço médio pago ao produtor de trigo no Paraná tem sofrido reduções sistemáticas a cada semana. No começo deste ano, quando o produtor fez o planejamento da safra de inverno, a saca de 60 kg era cotada a R$ 41,00 e ao longo dos meses foi perdendo valor, fechando em julho a R$ 38,00. Agora, no momento que antecede a comercialização, está cotado a R$ 34,66, sendo registrados negócios a R$ 32,00 na região de Maringá, conforme a SEAB.

O preço mínimo estabelecido pelo governo federal é incompatível com o custo de produção, tendo sido fixado em apenas R$ 33,45/sc-60kg. O valor pago ao produtor de trigo já não cobre o custo de produção de R$ 39,92/sc-60kg, de acordo com os cálculos estimados pela Conab.

A colheita começou em agosto e é em setembro e outubro que historicamente concentram os meses de maior comercialização do cereal no Paraná, quando o cenário de preços para a cultura poderá ser ainda pior esse ano, considerando a intensificação da colheita e o aumento da oferta com a entrada de produto importado.

Conforme informações de mercado, a Argentina vai ampliar a produção para 12,5 milhões de toneladas (2 milhões a mais que no ciclo passado) e mais que triplicar as exportações de 2 milhões de toneladas do ano passado, passando a ter 6,5 milhões de toneladas para exportar nessa safra.

Diante disso, destacamos a importância do Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento (MAPA) e do Ministério da Fazenda planejarem para o mês de agosto, e para os meses seguintes, a utilização dos instrumentos de apoio à comercialização da Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM), com o apoio para 1,5 milhão de toneladas de trigo e de 2 milhões de toneladas do milho paranaenses”.

  • Encaminhado ao MAPA , MINISTÉRIO DA FAZENDA , CASA CIVIL
    C/C –  MDA,  PLANEJAMENTO,  SAP/MAPA – SENERI PALUDO, SE/MAPA – GERARDO FONTELLES

** Encaminhado às bancadas do PR em Brasília, ao presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária  e a Célio Porto (IPA)
 

 

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