Depois de ser considerado o vilão da inflação em 2010, o feijão começou o ano com comercialização lenta e preços em queda, abaixo do custo de produção e do preço mínimo de R$ 80,00 estabelecido na Política de Garantia de Preços Mínimos – PGPM, com a média do primeiro trimestre variando entre R$ 62,00 e R$ 63,56 para saca de 60 quilos do feijão de cor e preto.
A produção da primeira safra, com a colheita terminada em março, encerrou no valor de 533 mil toneladas no Paraná, com incremento de 9% na produção em relação à safra anterior. O Paraná representou 32% do total de 1,66 milhões de toneladas de feijão produzidas no país.
A partir de março os preços reagiram lentamente passando para uma média de R$ 67,00/sc e R$ 70,81/sc em abril, período caracterizado pelo final da colheita da primeira safra e início do plantio da segunda. No mês de abril os preços médios do feijão preto e de cor, já foram menores em 29% e 8,4% em relação ao mesmo período do ano passado.
As importações de feijão preto de janeiro a abril somaram 28 mil toneladas, provenientes da Argentina, Bolívia e China, das quais 17,6 mil toneladas (62%) tiveram como destino o Paraná. Em 2010 o acumulado das importações totais de janeiro a abril somava 13 mil toneladas.
O porto de Paranaguá, neste quadrimestre, recebeu o maior volume importado de feijão preto comparado com as outras vias e portos. Em abril, as importações do Paraná totalizaram 8,8 mil toneladas, contribuindo ainda mais para desaceleração nos preços do mercado interno.
IMPORTAÇÕESDE FEIJÃO PRETO – JANEIRO A ABRIL 2011
País origem |
Quant. Importada (Kg) |
Porto/Via |
Argentina |
5.485.640 |
Foz do Iguaçu – Rodovia, Dionísio Cerqueira, Porto Xavier, São Borja |
Bolívia |
720.000 |
Corumbá – Rodovia |
China |
22.037.370 |
Fortaleza – Porto, Rio de Janeiro-Porto, Santos-Porto, Porto de Paranaguá, Dionísio Cerqueira, Itajaí, Porto do Rio Grande. |
Fonte: MIDC Elaboração: FAEP / DTE
Mesmo no período de entressafra de março a abril os preços ficaram reduzidos, dado a maior disponibilidade do produto causada pela comercialização lenta da primeira safra, que ainda resta comercializar 22% e maior volume de importações. A segunda safra já totaliza 27% da área de cultivo colhida e 18% comercializado.
Devido a este cenário ruim de preços e um bom cenário nos preços do milho, a área da segunda safra no Paraná deve reduzir, novamente, agora em 11,5%, segundo estimativa da Conab. No entanto, devido a um aumento de 15% na produtividade, a produção não deve reduzir, mantendo-se estável. No ano passado a redução de 28% na área ocasionou a redução de 19% na produção.
Considerando o percentual comercializado mês a mês versus os preços médios mensais a rentabilidade da safra atual até abril já é 6% inferior a do mesmo período da safra passada.
Como neste ano a disponibilidade do produto é maior, comparado ao ano passado, em decorrência de uma produção maior e importações maiores os preços nos próximos meses podem continuar sofrendo quedas.
Fonte: Tânia Moreira -FAEP / DTE
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