A temporada parece ser de caldo ralo nas lavouras de feijão do Paraná, maior nacional do grão. A primeira safra estadual já tinha sido frustrante, com uma quebra de 10% na média geral, mas com regiões, como o Centro-Oeste, apontando para até 54% de perdas. No Oeste e Sudoeste, as perdas chegaram próximas a 40%. No campo, a expectativa era de que a segunda safra pudesse compensar os estragos da anterior. Porém, não é o que está acontecendo. Para piorar o quadro, o preço tem subido em ritmo insuficiente para compensar a queda nos rendimentos e na qualidade dos grãos.
Uma faixa que se estende pela região Sul concentra a maior parte da produção estadual de feijão segunda safra, com 154 mil hectares dedicados à cultura. Isso corresponde
a 51% dos 306,3 mil hectares de feijão no Estado (veja mais no gráfico). A região, no entanto, se destaca em um índice negativo nessa temporada. De acordo com dados do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab), o Sul pode ter quebra de 22%, o que ajuda a puxar a média estadual para baixo, podendo fechar em -12%, nas contas da entidade.
Com o plantio do feijão segunda safra, em sua maioria, entre janeiro e fevereiro, Carlos Alberto Salvador, engenheiro agrônomo do Deral, aponta o clima como uma pedra no sapato dos produtores. “Na hora do plantio estava mais frio e choveu bastante no momento em que os agricultores começaram a plantar a safra, criando dificuldades para as plantas se estabelecerem. Depois, nos meses de abril e maio, nós tivemos uma redução nas chuvas, que praticamente não aconteceram, justamente nos momentos mais esperados, nas etapas de floração e maturação. Algumas
regiões ficaram mais de 30 dias sem precipitação”, relata.
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