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Fertilizantes flutuam no mar

O congestionamento de navios carregados com fertilizantes na baía de Paranaguá está dificultando a chegada de adubo no campo. Até o meio da tarde de ontem, dos 47 navios que aguardavam autorização para atracar no porto, 19 traziam matérias-primas para a safra que vem. Algumas dessas embarcações entraram na fila há mais de 20 dias e, de acordo com fontes do setor, a tendência é que esse tempo de espera fique ainda maior.

O fluxo lento é agravado pelo aumento e a concentração das exportações de soja em grão, que estão quase 70% acima do normal.

"Anualmente, o Paraná tem aumentado a participação nas importações de fertilizantes, mas o porto é o mesmo. Por isso, há uma superlotação de descarregamentos e carregamentos de soja. Esse congestionamento vai continuar até que haja uma melhoria na infraestrutura", avalia Nilson Hanke Camargo, assessor técnico e econômico da Federação da Agricultura e Pecuária do Paraná (Faep).

Com a forte demanda do campo por adubo e o atraso na chegada das mercadorias, os estoques de algumas indústrias zeraram nos últimos meses. O supervisor de vendas de uma multinacional de fertilizantes que prefere não ser identificado confirma estar sem estoque de MAP (sigla do fosfato monoamonio) e do supertriplo, dois dos formulados mais utilizados nas lavouras de grãos.

Segundo a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), o número de navios com adubo caiu no primeiro quadrimestre, mas confirma que terá de enfrentar um fluxo maior na segunda metade do ano e se prepara para abrir outros três berços de atracação nos meses de pico – entre junho e novembro -, no cais público de Paranaguá. Assim, a capacidade será elevada para até oito berços. Hoje, são cinco, sendo três em Paranaguá e dois em Antonina.

Navio parado é sinônimo de gastos extras. A taxa "demurrage" – termo que define o custo diário com estadia da embarcação e de seus tripulantes, é de cerca de US$ 0,70 por tonelada, ou seja, pode ultrapassar os US$ 30 mil por dia.

As entregas de fertilizantes também têm sido antecipadas. A partir de 2008, a sazonalidade do setor se inverteu, ficando concentrada no primeiro semestre – em 2011, 65% das entregas ocorreram de janeiro a junho.

Fonte: Jornal de Londrina –

DETI

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