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FICAFÉ marca ‘nova cafeicultura’ no Norte Pioneiro

Evento, nos dias 17 e 18 de novembro, sela trabalho realizado pelo Programa de Cafés Especiais; mudança de percepção faz produtores deixarem de trabalhar o produto como simples commodity

Desde que a Associação de Cafés Especiais do Norte Pioneiro do Paraná (ACENPP) iniciou suas atividades e, junto com o Sebrae/PR, construiu o Programa de Cafés Especiais, em 2006, a qualidade dos grãos produzidos na região experimenta uma evolução inédita. Os resultados são alcançados após uma mudança de comportamento dos produtores de café do Norte Pioneiro, que passaram em investir em capacitação, tecnologia, sustentabilidade e certificação para garantir a colheita de grãos diferenciados.

A região possui aproximadamente 7,5 mil produtores de café, distribuídos em 45 municípios. Eles são os responsáveis pela fase conhecida como a ‘nova cafeicultura’ paranaense, que valoriza a qualidade do café e não a quantidade da produção, como acontecia no Estado, no século passado.

Odemir Capello, consultor do Sebrae/PR e gestor do Programa de Cafés Especiais, explica que a denominação ‘nova cafeicultura’ refere-se à nova origem do café produzido no Norte Pioneiro e que transformou a região em uma produtora de café de atributos únicos – valorizados inclusive no mercado internacional. "Podemos considerar essa fase como um recomeço. O produtor que não estiver inserido nesse contexto irá vender seu produto com preços mais baixos. Por essa razão, trabalhamos com oito núcleos em municípios diferentes que disseminam as informações e auxiliam no processo de certificação", conta Capello.

O Programa de Cafés Especiais incentiva a comercialização da marca própria, de forma organizada e com condições de atender os mercados interno e externo. Outra estratégia criada pela ACENPP, para divulgar a qualidade do café produzido na região, foi a criação da Feira Internacional de Cafés Especiais do Norte Pioneiro do Paraná – FICAFÉ, que marca uma nova etapa na história da cafeicultura paranaense.

Para Capello, o evento tem mudado os conceitos da atividade econômica, que passa a valorizar a qualidade do produto, a gestão empresarial das propriedades agrícolas e a inovação tecnológica. "Nossa intenção é agregar valor ao produto e melhorar a rentabilidade do agricultor. Graças à FICAFÉ e ao trabalho de divulgação realizado pelos parceiros do projeto, nosso café passou a ser reconhecido e respeitado em todo o Brasil e no exterior, e a região representa a mais nova origem de cafés de qualidade do Brasil", diz o consultor do Sebrae/PR.

A FICAFÉ 2011 será realizada nos próximos dias 17 e 18 de novembro, em Jacarezinho. A Feira reúne cafeicultores de várias regiões produtoras do grão no Brasil – indústrias, corretores, fabricantes de insumo, máquinas e equipamentos, cafeterias, entidades do agronegócio, compradores de cafés especiais e outros interessados. O evento é uma verdadeira "imersão" no universo dos cafés especiais. Durante dois dias, os visitantes têm a oportunidade de participar de rodadas de negócios, degustações comentadas de cafés certificados especiais e de várias palestras sobre o setor.

A FICAFE 2011 é uma realização do Sebrae/PR e da ACENPP com apoio do Banco do Brasil, Prefeitura de Jacarezinho, Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), Associação dos Municípios Norte Pioneiro (Amunorpi), Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura  e Agronomia do Paraná (CREA-PR), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Estado do Paraná (Senar) e Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater).

Café especial

Uma das diferenças entre um café especial e um café comercial é a pureza e a uniformidade dos grãos.  Nos lotes de cafés especiais, o consumidor sabe em que propriedade e região de origem o café foi colhido, graças à certificação da propriedade e à rastreabilidade do produto.

Os cafés especiais não apresentam nenhum defeito primário como grãos pretos, verdes ou ardidos. Uma prova ‘cega’, feita por especialistas que analisam amostras de cafés retiradas dos lotes atribuem notas, de acordo com a classificação da SCAA, determinando se um café é ou não especial. Para um café ser certificado como especial a nota recebida tem que estar acima dos 80 pontos.

A pesquisadora do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), Maria Brígida Sholz, foi uma das responsáveis pelos estudos que demonstram os atributos encontrados em análises de cafés produzidos na região. A pesquisa levou em consideração o clima, a altitude e a latitude do Norte Pioneiro. Tais fatores proporcionam aos cafés atributos específicos, como percentual de doçura, suavidade, aroma, corpo, acidez e sabor.  "O café do Norte Pioneiro é único no mundo. Trata-se de um café leve, encorpado, com intenso aroma e sabor. É doce, caramelado e com acidez moderada", comenta a pesquisadora.

FOnte: Assessoria de Imprensa 

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