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Frango do Paraná dá nova ‘revoada’

Num ano em que o Brasil perde espaço no mercado internacional, o Paraná amplia suas exportações de carne de frango e se consolida como líder nacional no segmento avícola. Enfrentando forte competição dos Estados Unidos, o país viu seus embarques recuarem 2% no primeiro semestre de 2012, para 1,9 milhão de toneladas. Na contramão, o estado exportou 13% mais e concentrou quase um terço dos negócios firmados pelo país com o mercado externo no período.

Com 563,5 mil toneladas de carne de frango exportadas entre janeiro e junho, o Paraná abriu ampla vantagem sobre o seu principal concorrente, Santa Catarina. O estado vizinho, que nesta mesma época do ano passado encabeçava o ranking brasileiro de exportação, viu seus embarques encolherem 8% em 2012, para 478,4 mil toneladas – 85 mil toneladas a menos que o Paraná.

Competitividade
Com custos em alta, setor teme desaceleração no segundo semestre

Depois de encerrar o primeiro semestre com resultado recorde, o Paraná deve diminuir o ritmo de expansão da avicultura na segunda metade do ano. A previsão é do presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas (Sindiavipar), Domingos Martins. "Vínhamos crescendo a taxas chinesas, que agora se tornam insustentáveis diante de custos de produção".

A alta do milho e do farelo de soja, principais insumos usados na produção de frango, esmaga as margens do setor e obriga a indústria a reduzir o alojamento. Desde o início do ano, as cotações do milho subiram 26% e a soja avançou 76% no Paraná, enquanto os preços da carne de frango permanecem estagnados desde dezembro.

Levantamento da Jox mostra que essa disparidade diminuiu o poder de compra da indústria avícola: uma tonelada de carne de frango vale 3,3 toneladas de milho ou 1,4 tonelada de farelo de soja e, um ano atrás, pagava 3,6 toneladas de milho ou 3 toneladas de farelo. O recuo foi de 11% e 53%, respectivamente. Segundo Martins, a avicultura está em linha com o PIB, que, conforme o Banco Central, deve avançar 1,9% neste ano.
Número

3,8 milhões de cabeças/dia foram abatidas no Paraná no ano passado.

O presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), Domingos Martins, atribui o avanço paranaense a uma série de fatores, como o crescimento do número de avicultores e de abatedouros, quase todos habilitados à exportação, e à disponibilidade de matéria-prima. "O Paraná é privilegiado. Somos os maiores produtores de grãos do país e, tendo soja e milho à vontade como nós temos aqui, é mais fácil fazer frango", observa.

Hoje, o Paraná tem mais de 18 mil avicultores integrados a 42 indústrias, entre abatedouros e incubatórios. Essas empresas são as responsáveis pela produção anual de mais de um bilhão de cabeças de frango – quase 4 milhões de aves por dia. As 28 indústrias paranaenses habilitadas para exportação vendem todos os anos mais de 1 bilhão de toneladas de carne de frango para 130 países dos cinco continentes, injetando na economia do estado mais de US$ 2 bilhões.

Todo o frango produzido no Paraná vem das granjas de matrizes espalhadas pelo estado.

Além de gerar receita, essas indústrias também têm um papel muito importante na distribuição da renda. "Não existe outro setor dentro do agronegócio que empregue tanto quanto a avicultura", sustenta Martins. De acordo com o Sindiavipar, a cadeia avícola paranaense gera atualmente 50 mil postos de trabalho diretos e 500 mil empregos indiretos.

Dinâmica, a atividade ocupa posição de destaque nas pequenas economias regionais. É o caso de Piraí do Sul. Dono do maior plantel de aves dos Campos Gerais paranaenses, o município tem aproximadamente metade de sua renda proveniente da avicultura. "Setenta por cento do faturamento do município vêm do campo e, desse total, setenta por cento vêm da cadeia das aves", calcula o secretário da Agricultura de Piraí, Luiz Fernando Tonon.

Especializado na criação de frango inteiro tipo griller, o município tem 100% da sua produção direcionada à exportação a um dos principais mercados importadores do produto brasileiro, o Oriente Médio. Segundo o secretário, são cerca de 200 avicultores que produzem aproximadamente 50 milhões de frangos por ano.

"Hoje está sendo muito bom para nós, mas no longo prazo essa dependência é preocupante. Se a BRFoods fechar, Piraí quebra. Precisamos buscar alternativas de diversificação", defende o secretário. Leite, ovinos, morango, mandioca e peixes estão entre as opções promovidas pelo Projeto Piraí Rural, lançado pela prefeitura no ano passado.

Roteiro Projeto percorre das granjas do interior ao Porto de Paranaguá

Das granjas do interior até o Porto de Paranaguá, a Expedição Avicultura 2012/2022 vai percorrer, nas próximas semanas, os caminhos que a produção paranaense faz para ganhar o mundo e chegar aos mais exigentes mercados importadores. Com o know-how e a capilaridade da Expedição Safra, realizada há seis temporadas, uma equipe de técnicos e jornalistas iniciou na semana passada um roteiro pelos principais polos avícolas do Paraná. A sondagem começou pelos Campos Gerais e segue pelas regiões Sudoeste, Oeste, Noroeste e Norte, além dos portos de Paranaguá e Antonina.

A partir do Paraná, a Expedição vai discutir o futuro da avicultura brasileira e o impacto do segmento nas economias regionais brasileiras, do produtor ao consumidor, dentro e fora da porteira. O levantamento será técnico-jornalístico e o pano de fundo é o desenvolvimento econômico e social do Paraná, da Região Sul e do Brasil.

Uma iniciativa do Agronegócio Gazeta do Povo, o projeto conta com o oferecimento do Grupo Unifrango e apoio técnico do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Paraná (Sindivipar).

DETI

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