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Geada atinge produção de feijão e pode mudar preço em plena safra

Perdas em produções foram registradas em pelo menos quatro municípios do Paraná: Tibagi, São Mateus do Sul, Prudentópolis e Guarapuava

A onda de frio do último feriado atingiu em cheio lavouras de feijão no Brasil. De acordo com levantamento do Instituto Brasileiro do Feijão, há relatos de perdas em produções de pelo menos quatro municípios do Paraná, como Tibagi, São Mateus do Sul , Prudentópolis e Guarapuava, e Porto União, em Santa Catarina. Durante a segunda safra, é em maio que ocorre tradicionalmente o maior volume de entrada de produto no mercado. No entanto, especialistas alertam para sinais de que uma onda de preços mais altos pode estar se aproximando em pleno pico da colheita.

De acordo com dados da consultoria Safras&Mercado, nos próximos dias vão entrar no mercado brasileiro 37,2 % da segunda safra a serem colhida. É o momento que concentra maior volume da oleaginosa para o período, mas não necessariamente vai ser o de menores preços já que o frio diminuiu produtividade prevista para algumas lavouras. Além disso, a meteorologia indica a chegada de uma nova onda de frio com riscos de geadas a partir da segunda quinzena do mês, o que se confirmado pode comprometer mais a produção.

“Nesse últimos dias não houve casos de lavouras dizimadas, mas sem dúvida a geada vai tirar o potencial produtivo da planta. Vamos ter uma produtividade média menor do que tínhamos estimado num primeiro momento. Qualquer perda de produção é importante”, explicou o presidente do Ibrafe, Marcelo Lüders.

O produtor rural Laécio Dallavechia, de Mangueirinha, no Paraná, escreveu ao Mercado&Cia nesta terça-feira contando das perdas na lavoura de feijão atingida pela geada. Ele aparece na foto ao lado com a planta morta pelo frio intenso que afetou sua produção.

As consequência do clima estão no radar do mercado, mas ainda não mudaram o patamar dos preços. O feijão carioca extra 9 e especial tipo 8,5 mantiveram os mesmos preços da semana anterior com negócios em R$ 157,50 a saca e R$ 145, respectivamente,  assim como comercial tipo 7 e 8 que foram negociados por R$ 130 e R$ 117,50, respectivamente, de acordo com divulgação da consultoria Safras&Mercado. A expectativa do analista da empresa é que surpresas climáticas podem colaborar para alteração desses preços.

“Com o ingresso maior da safra isso pode pesar e gerar perda maior nos preços. No entanto, perdas na safra podem inverter essa tendência e fazer os preços subirem.  Com a retomada no consumo, mesmo com a entrada da safra, há tendência a minimar as quedas dos preços pois a relação de oferta e demanda está mais justa”, explica o analista de mercado de feijão, Jonatan Pinheiro.

O presidente do Ibrafe, recomenda: “Nós normalmente temos um volume maior de feijão carioca. Então,o produtor já está atento a isso. Ainda que tenha volume grande em maio ele pode fazer a comercialização mais tranquilamente”.

Fonte: Canal Rural

Carlos Filho

Jornalista do Sistema FAEP/SENAR-PR. Desde 2010 trabalha na cobertura do setor agropecuário (do Paraná, Brasil e mundial). Atualmente integra a equipe de Comunicação do Sistema FAEP/SENAR-PR na produção da revista Boletim Informativo, programas de rádio, vídeos, atualização das redes sociais e demais demandas do setor.

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