Depois de discutir por um mês um pacote de medidas para reduzir o caos no escoamento da supersafra de grãos, o governo federal desistiu de fazer um anúncio nacional dessas ações.
A reforma ministerial iniciada pela presidente Dilma Rousseff (primeiro na pasta da agricultura e depois no Ministério dos Transportes) comprometeu o plano que estava sendo costurado pelo Ministério da Casa Civil.
O secretário especial dos portos, Leônidas Cristino, confirmou ontem em São Paulo que a ideia de reunir os ministérios da Agricultura, Transportes e dos Portos no anúncio de medidas emergenciais foi suspenso.
Técnicos ligados a outros ministérios informaram à Folha que as pastas foram liberadas para falar sobre as medidas pontuais que podem reduzir o caos no escoamento da safra.
Como ministro dos portos, Cristino disse que os congestionamentos registrados ao longo do mês de março na Baixada Santista foram minimizados depois de negociações entre a Codesp, os terminais graneleiros, a Prefeitura de Guarujá, a Polícia Militar Rodoviária e a Artesp (agência reguladora dos transportes em São Paulo).
Além disso, o ministério disse que a Codesp foi orientada a controlar o fluxo de caminhões que acessam diariamente o porto de Santos. O ministério pediu ao Serpro, estatal de TI do governo, o desenvolvimento de um software para fazer o controle.
PALIATIVO
A Folha apurou que os próprios técnicos do governo consideravam limitados os efeitos das medidas que seriam propostas. De forma reservada, consideravam medidas paliativas.
A pasta da Agricultura anunciaria medidas de apoio a produtores do Nordeste na contratação de frete para o transporte do milho. A região tem dificuldade para contratar os caminhões por causa da distância necessária para carregar a safra de soja.
O ministério também iria sugerir o uso dos armazéns públicos para aumentar a capacidade de armazenagem.
Folha de S. Paulo
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