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Governo tem plano para ampliar armazéns até 2015

O governo promete para este ano o lançamento do Plano Nacional de Armazenagem (PNA), que já era anunciado em 2012. O documento prevê investimentos públicos de R$ 250 milhões por ano, além de incentivo fiscal e liberação de crédito à iniciativa privada, a fim de nivelar a capacidade de armazenamento por meio da oferta de grãos no Brasil até 2015.

A safra de 2012/2013, que deve render mais de 180 milhões de toneladas de grãos, terá espaço para armazenar, estaticamente, 145 milhões (80,5%). "A maior dificuldade é com a safrinha de milho, que chega quando ainda há soja armazenada", aponta o coordenador-geral de Infraestrutura Rural e Logística de Produção do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Carlos Alberto Batista.

Segundo ele, o PNA prioriza as regiões de fronteira agrícola, especificamente as circunscritas na área conhecida por Matopiba (de Maranhão, Tocantins, Piauí e sul da Bahia), "onde o governo identifica as maiores carências de infraestrutura". Também o Mato Grosso, que apresenta o maior déficit logístico, é prioridade.

O governo pretende aumentar sua participação, atualmente inferior a 3%, no total de unidades armazenadoras do País – 17.500 -, de acordo com Batista. Para o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, a questão da armazenagem é uma prioridade do Plano Agrícola e Pecuário 2012/2013, anunciado em junho do ano passado.

"Temos R$ 18 bilhões nos programas agrícolas de investimento. É crédito, em condições especiais, para a compra de máquinas e equipamentos, para irrigação, armazenagem, adequação ambiental da propriedade, estufas, galpões, instalações", havia declarado o representante.

O novo secretário de Política Agrícola do Mapa, Neri Geller, tem visitado associações de produtores e indústria, em vários estados brasileiros, para captar demandas e poder traçar uma estratégia para o desenvolvimento da infraestrutura logística do agronegócio brasileiro, que apresentou graves problemas – provocando a morte de rebanhos na Região Nordeste, por exemplo – em 2012. Destaque-se que uma nova safra recorde está por vir.

Na semana passada, o superintendente da Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat) recebeu Geller na sede da entidade, em Cuiabá. "Falamos do que não é novidade para ninguém: carência de logística, infraestrutura e crédito. Em fevereiro, teremos outra reunião", disse.

A preocupação quanto às condições logísticas aumenta, no Mapa, conforme a expectativa de que haverá uma nova safra recorde. Geller e um representante da Companhia Nacional de Abastecimento confirmaram, em entrevista à Agência Estado, a perspectiva positiva.

A redução e a irregularidade das chuvas têm sido um benefício para a cultura da soja em Mato Grosso, avaliou o secretário de Política Agrícola na semana de sua posse: "O excesso de chuvas acaba provocando muita doença." Ele ressaltou que a expectativa do governo é a de que a produção de grãos em geral vai avançar em termos de produtividade este ano, e que os ganhos, portanto, não serão fruto do aumento da área plantada.

Já o diretor de Política Agrícola e Informações da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Silvio Porto, acrescentou que a situação do clima no começo deste ano está semelhante ao que ocorreu em 2010.

"São chuvas irregulares, mas suficientes para manter a safra", comentou. Ele salientou que a ocorrência de chuvas a cada 10 ou 15 dias garantem a produção e não comprometem as culturas. "Por isso esperamos safra recorde", completou.

O Brasil, atualmente, precisa de aproximadamente R$ 15 bilhões em recursos para equalizar os níveis de produção e estocagem, de acordo com estimativa da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural.

Sabendo que a produção brasileira de grãos vem aumentando a cada safra e da falta de capacidade para escoamento, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), no início de 2012, instituiu o Grupo de Trabalho da Armazenagem, constituído por representantes públicos, associações de classe e iniciativa privada.

O objetivo: fazer um diagnóstico da situação dos armazéns no País. "O grupo objetiva reestruturar o setor no Brasil e identificar os gargalos existentes para poder dimensionar um parque de armazenagem que seja compatível com a produção nacional de grãos", explicara Batista no anúncio de criação do GT.

O PNA "vai minimizar os problemas da estocagem", garantira o Mapa. O País tem uma capacidade de armazenamento aquém do tamanho da safra e boa parte das unidades não tem condições de armazenar os grãos pelo período necessário sem comprometer a qualidade.

"O grupo vem se reunindo com freqüência e está finalizando o diagnóstico para definir as estratégias de ações de propostas dentro do plano", dissera o coordenador do plano, cujo lançamento, afinal de contas, ficou para 2013 – como reafirma Batista.

DCI – São Paulo/SP

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