Em viagem ao Paraná para falar com 5.000 produtores rurais nesta sexta-feira (29), o governador de Pernambuco e provável candidato à Presidência em 2014, Eduardo Campos (PSB), afagou os representantes do agronegócio e criticou o “pacto político” atual.
O pessebista tem promovido uma aproximação com o setor desde que se aliou à ex-senadora Marina Silva (PSB), que enfrenta resistência desse grupo.
No evento de hoje, promovido pela Faep (Federação de Agricultura do Paraná) e que reuniu lideranças de todo o Estado, Campos disse que estava presente para “aprender como fazer uma agricultura competente, comprometida com a sustentabilidade”.
“Para construirmos um Brasil mais forte, temos que conversar com o campo.” Questionado mais tarde se, com a participação no evento, tentava quebrar as resistências do setor produtivo à sua chapa, o governador disse que queria manter “um diálogo democrático e sereno” com os agricultores.
“Sobretudo, que as pessoas conheçam o que a gente pensa. Nós temos clareza de importância social e econômica da produção do campo para o Brasil”, declarou. “Queremos nos aproximar, para sermos entendidos e para entender.”
PACTO POLÍTICO
Campos criticou ainda o atual “pacto político de Brasília”, numa alfinetada ao governo da presidente Dilma Rousseff e ao duelo entre PT e PSDB –o governador pretende se posicionar como uma terceira via nas eleições do ano que vem.
“Não dá para ficar nessa disputa ‘nós e eles’. Esse debate é muito pobre”, afirmou.”Precisamos unir os brasileiros num novo projeto de nação, num novo pacto político, porque esse que está em Brasília não vai gerar nada de novo para o futuro do Brasil.”
Aparentemente, Campos agradou a plateia. Foi aplaudido por 14 vezes durante 35 minutos de discurso. Depois do evento, foi cercado por produtores que pediam fotos com ele e o chamavam de “futuro presidente”.
Campos foi recebido no Paraná pelo governador Beto Richa (PSDB), que é aliado do PSB no Estado. O tucano, que discursou depois do pernambucano, rasgou elogios a Campos, chamando-o de “brilhante” e “amigo e companheiro”.
Segundo aliados, por causa da tradicional parceria entre os partidos, Richa deve subir em dois palanques no ano que vem –no do pessebista e no de Aécio Neves (PSDB).
Folha de São Paulo 29/11/2013
Comentar