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Ortigara fala na Assembleia Legislativa sobre situação da avicultura no Paraná

Atendendo solicitação dos deputados estaduais, o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, esteve na Assembleia Legislativa na terça-feira (18) para falar sobre a crise que afeta a avicultura paranaense e as medidas adotadas pelo governo para apoiar os produtores. O segmento é responsável por cerca de 660 mil empregos no Paraná, entre diretos e indiretos.

O secretário disse que a estabilidade do setor e a manutenção dos empregos são uma preocupação do governo. "O governador Beto Richa está preocupado com a manutenção do modelo de integração entre empresas e avicultores, que deu tão certo no Paraná, e quer evitar a ameaça de quebra que paira sobre o setor", afirmou.

Ortigara lembrou que o Paraná se tornou o maior produtor nacional de carne de frango, com uma produção anual de 2,8 milhões de toneladas. Anualmente são abatidas no Estado 1,4 bilhão de aves, o que corresponde a um abate de quatro milhões de aves por dia.

Ele informou que a Secretaria da Agricultura elaborou, em conjunto com entidades do setor produtivo, um documento com reivindicações, enviado aos ministros da Agricultura, Mendes Ribeiro; do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas; da Fazenda, Guido Mantega; do Planejamento, Míriam Belchior; e da Casa Civil, Gleisi Hoffmann.

"Precisamos socorrer o produtor, que mais uma vez é penalizado pelo aumento nos custos e queda na atividade, assim como aconteceu no início do Plano Real, há quase 20 anos, quando os produtores praticamente pagaram a conta da implantação da nova moeda", disse o deputado Elio Rusch. Os deputados Pedro Lupion, Jonas Guimarães, Francisco Bührer e Elton Welter também manifestaram preocupação com a crise e apoiaram as ações da Secretaria da Agricultura.

ORIGEM DA CRISE
De acordo com Ortigara, o setor avícola no Estado vinha crescendo num "ritmo chinês" até que em agosto deste ano o preço da soja e domilho, grãos que compõem a ração animal, registrou alta além da normalidade, em decorrência do anúncio da quebra da safra de milho norte-americana. A tonelada de farelo de soja, que era vendida a R$ 611,82 em agosto de 2011, hoje está em R$ 1.400,00 – ou seja, o preço mais do que dobrou.

Com o capital de giro esgotado em função dessa pressão de custos, as empresas instaladas já começaram a reduzir a oferta de carne na tentativa de ajustar a produção e a demanda. Mesmo assim o setor continua crescendo no Estado por conta de novas plantas industriais que entram em operação até o final deste ano. Hoje no Paraná são 42 indústrias entre abatedouros e incubatórios e cerca de 19 mil avicultores que dependem do setor para gerar receita.

PROPOSTAS
De acordo com Ortigara, a recuperação da avicultura passa pela recuperação da perda de capital de giro das indústrias. O documento enviado ao governo federal pede a liberação de uma linha de crédito nos moldes do Procap Agro (Programa de Capitalização das Cooperativas Agropecuárias) para viabilizar a continuidade das atividades dos abatedouros nesse período de crise.

Conforme o documento enviado ao governo federal, para solucionar o problema a taxa de juros para essa linha de crédito deve ser de no máximo de 5,5% ao ano ou Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) mais 1% ao ano e com prazo mínimo de cinco a seis anos para pagamento.

Outra reivindicação apresentada pelo Paraná foi a agilização da remoção dos estoques do milho da região Centro Oeste para o Paraná, via Companhia Nacional do Abastecimento (Conab), que promove vendas de milho em balcão para os pequenos avicultores a preços subsidiados. Não há falta de milho no Estado, disse o superintendente da Conab no Paraná, Luiz Vissoci, que também compareceu à audiência na Alep para explicar como estão as negociações para o transporte do grão.

A remoção dos estoques de milho da região Centro Oeste para venda subsidiada em balcão iria baratear o preço do milho na região Sul do País, sem afetar o preço ao produtor, explicou o secretário.

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