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Preço mínimo sobe, mas não anima produtores de trigo

No momento em que as plantadeiras cobriram mais de 40% da área destinada ao trigo de inverno no Paraná, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) anuncia dois estímulos à produção do cereal: aumento de até 5% no preço mínimo do trigo e mais R$ 430 milhões a serem destinados em leilões de apoio à comercialização do produto.

As entidades que representam o setor produtivo do estado e o próprio governo paranaense mostraram-se pouco animados com a primeira notícia. Para o setor, a ampliação do mínimo chegou tarde demais para reverter o quadro de redução da área semeada com o produto neste inverno.

Além disso, mesmo com aumento do mínimo do trigo pão, tipo 1, para R$ 501 por tonelada – até ontem era de R$ 477 por tonelada -, os custos de produção da lavoura devem continuar empatados ou até negativos. A própria Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) calcula que o custo médio operacional para se produzir trigo no país está em R$ 531 por tonelada, R$ 30 acima do atual mínimo.

"Há dois anos o governo anunciou deságio de 10% no preço mínimo. Nesta safra ele repôs só 5%, teria de repor 14%. É melhor do que nada, mas não é suficiente para cobrir os custos de um trigo bem plantado", avaliou Ivo Arnt Filho, agricultor de Tibagi e presidente da comissão de cereais da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Faep). Seguindo o caminho de praticamente todos os produtores do estado, Arnt reduziu em 15% o cultivo do cereal neste inverno.

Mesmo diante das novas medidas, o setor produtivo calcula que a área plantada com trigo no Paraná – o estado perdeu a liderança nacional de produção na última safra para o Rio Grande do Sul – tende a continuar caindo. "Da forma que estamos sendo tratados nos últimos anos, em que o produtor planta e não tem resultado positivo, não há outra saída a não ser optar por outras culturas", diz Ágide Meneguetti, presidente da Faep.

O presidente da Orga­nização das Coope­rativas do Paraná (Ocepar), João Paulo Koslovski, também confirma que o anúncio não vai influenciar em nada o plantio no Paraná. Porém, se viesse antes, "poderíamos ter um menor porcentual de redução da área do que tivemos". "Estávamos esperando para até o fim de janeiro a política da safra", revelou Kosloviski. Segundo ele, a entidades paranaenses pediram oficialmente ao Mapa que o mínimo fosse de R$ 530 por tonelada, mesmo valor calculado pela Conab para os custos operacionais da lavoura.

Como forma de protestos à baixa liquidez e aos preços do trigo praticados no mercado, os agricultores paranaenses reduziram em 19% o terreno dedicado à cultura neste inverno, que deve 850 mil hectares, contra 1,05 milhão plantado no ano anterior. 

Fonte: Gazeta do Povo Online – Curitiba/PR Cassiano Ribeiro

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