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Quais foram os efeitos das geadas no trigo do Paraná

Atualizamos hoje os últimos reportes das lavouras de trigo paranaenses, aguardando ainda a síntese dos prejuízos pela SEAB-PR. Consultamos também pesquisadores para avaliar o potencial de danos em lavouras implantadas e recém-plantadas.

Segundo a SEAB-PR, nota-se que já temos 3% das lavouras em fase de maturação, algo que deve ser acelerado nas próximas semanas, já que a previsão de clima no Paraná é de tempo seco e temperaturas em elevação nos próximos 10 dias.

Aliás sobre o clima seco, este se torna favorável neste momento para amenizar possíveis danos secundários às geadas, como a brotação de grãos na espiga e mesmo infecções bacterianas nos tecidos da planta lesados pelas baixas temperaturas.

 

A classificação das condições das lavouras de trigo no Paraná, segundo a secretaria de agricultura do Paraná foi fortemente rebaixada na última semana. Sendo que a soma de lavouras avaliadas como em péssimas condições subiu de 4 para 18%.

Aguarda-se ainda para esta semana a divulgação de um levantamento de perdas por parte da SEAB-PR. O efeito das geadas nos preços de trigo paranaense tem sido de fortes altas, sendo que a variação nos preços de trigo em lotes no mês de julho foi de 8,1%.

Relatos preliminares por região nos mostram que o potencial de perdas em Cascavel e Toledo são os mais expressivos. Em Cianorte técnicos a campo reportaram que as perdas foram heterogêneas entre as áreas avaliadas.

Região de Apucarana nota que os prejuízos ocorreram quase que na totalidade da Área tritícola, ao mesmo tempo que em Francisco Beltrão visualiza-se menores prejuízos do que o imaginado. Regiões como Ponta Grossa, União da Vitória e Guarapuava não notam prejuízos neste instante. 

Consultamos esta semana o pesquisador da EMBRAPA Trigo João L. Nunes Maciel sobre os efeitos da geada nas lavouras, com este nos reportando que nas lavouras em desenvolvimento vegetativo há alguns efeitos benéficos pelas baixas temperaturas, sendo eles:
1)   A diminuição de plantas invasoras durante o ciclo e principalmente para a cultura sucessora;
2)   Diminuição da população de pulgões, insetos que além do dano direto de sugar a seiva da planta (efeito na produtividade), também são vetores de viroses;
3)   Indução ao perfilhamento, pela quebra da dominância apical das plantas após a queima de gemas. Induzindo mais brotações laterais. Ainda que haja um gasto energético inicial, lavouras com nutrição adequada compensam durante o ciclo com maior interceptação solar.

Sobre o potencial de perdas nas lavouras em período reprodutivo, Nunes Maciel explicou que lavouras em início de floração podem trazer a reduções de produtividade, por conta do abortamento das espiguetas afetadas pelas baixas temperaturas.

Já nas lavouras que atravessavam o período de enchimento de grãos, os danos por geada trazem à paralisação do crescimento do grão, reduzindo além do peso por hectolitro, aspectos como acúmulo de proteína e demais parâmetros qualitativos (W,FN, estabilidade, etc).

Fonte: AF News Análises  – 02/08/2013

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