Sistema FAEP/SENAR-PR

Rede trifásica promete modernizar fornecimento de energia no campo

Governo estadual irá investir R$ 2,1 bilhões nos próximos cinco anos para minimizar os problemas recorrentes no campo

Uma demanda antiga e recorrendo do meio rural parece que tem data para terminar. Nos próximos anos, o fornecimento de energia elétrica as propriedades rurais paranaenses devem melhorar significativamente. Isso porque, no dia 29 de outubro, o governo estadual anunciou o investimento de R$ 2,1 bilhões na instalação de 25 mil quilômetros de redes trifásicas de energia no campo, em todas as regiões do Paraná. A promessa é que o programa intitulado Paraná Trifásico modernize a rede de distribuição com a instalação do sistema trifaseada nas áreas rurais, que desde a década de 1980 utiliza tecnologia monofásica. O programa será implantado pela Copel até 2025.

“A melhoria do sistema de energia elétrica no campo é uma reivindicação antiga dos produtores rurais, que a FAEP está, há anos, lutando para modernizar. Acreditamos que esse investimento anunciado será muito importante para continuidade das atividades agropecuárias, tão importantes para a economia estadual”, destaca o presidente do Sistema FAEP/SENAR-PR, Ágide Meneguette. “A nova rede irá permitir a instalação de novos e modernos equipamentos, para ampliar a produção rural, além de evitar quedas de energia e, consequentemente, perdas de produção”, acrescenta o governador Carlos Massa Júnior.

Hoje, redes isoladas sofrem com a queda de energia. E, consequentemente, inúmeros prejuízos são registrados pelos produtores, como a perda de lotes inteiros de aves por falta de climatização do aviário, de leite com o não resfriamento, peixes com a falta de oxigenação da água, entre outros. Afinal, todos os equipamentos utilizados nas propriedades rurais, como frízeres, tanques, ventiladores e ordenhadeiras, necessitam de fornecimento ininterruptos de energia elétrica.

Há mais de uma década, a FAEP pede a modernização das linhas de transmissão e os sistemas de distribuição nas áreas rurais, onde se concentram as reclamações de oscilações e quedas. Recentemente, estudo elaborado pelo Departamento Técnico Econômico (DTE) da Federação apontou a dimensão do prejuízo que a queda de energia elétrica pode gerar. Na avicultura, por exemplo, um pecuarista com 50 mil aves alojadas e que receberia da integradora R$ 0,78 por cabeça, contabilizaria perda financeira de R$ 39 mil. Ainda, uma pecuarista que produza 1,5 mil litros de leite por dia e que faça a captação a cada 48 horas, arcaria com um prejuízo médio de R$ 3,5 mil, em caso de interrupções de energia.

Com o investimento, a Copel irá garantir melhoria da qualidade no fornecimento de energia para o campo, além de renovar seus ativos e prover mais segurança aos seus empregados e à população. Os novos cabos são todos protegidos, com nível de resistência reforçada quando atingidos por galhos de árvores ou outros objetos.

Com o trifaseamento, haverá interligação entre elas. O efeito será a criação de redundância no fornecimento, ou seja, redes que hoje estão próximas mas não se conversam, passarão a ser interligadas. Se acabar a energia em uma ponta, a outra fornece o abastecimento e, em caso de desligamentos, os produtores rurais terão o restabelecimento da energia mais rápido.

“A Copel terá um benefício triplo: melhora no fornecimento de energia, redução dos custos, porque a rede demanda um custo menor de manutenção, e aumento da base regulatória, por onde é remunerada pelos seus ativos”, explica o presidente da Copel, Daniel Pimentel Slaviero.

Sucessor do Clique Rural

O Paraná Trifásico é uma evolução do Clique Rural, principal programa de eletrificação rural da época e que levou energia para mais de 120 mil propriedades rurais nos anos 1980. Na época, o Paraná se tornou o Estado com maior número de consumidores rurais ligados à rede de energia elétrica, o que contribuiu para dar condições a quem vivia no campo seguir trabalhando na terra.

Mas, para executá-lo e atender às necessidades do momento, a Copel definiu como estratégia diminuir as sofisticações técnicas e focar no barateamento dos serviços, para torná-los acessíveis. Na época, todas as redes instaladas eram monofásicas. Passados mais de 30 anos, o perfil do consumidor rural também mudou. Com o avanço dos processos tecnológicos no campo, cada vez mais mecanizados e automatizados, a preocupação com a qualidade do fornecimento de energia elétrica passou a ser prioridade, tanto para o investidor quanto para a Copel.

Antonio Senkovski

Repórter e produtor de conteúdo multimídia. Desde 2016, atua como setorista do setor agropecuário (do Paraná, Brasil e mundial) em veículos de comunicação. Atualmente, faz parte a equipe de Comunicação Social do Sistema FAEP/SENAR-PR. Entre as principais funções desempenhadas estão a elaboração de reportagens para a revista Boletim Informativo; a apresentação de programas de rádio, podcasts, vídeos e lives; a criação de campanhas institucionais multimídia; e assessoria de imprensa.

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