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Relatório do USDA provoca altas para o milho de a soja

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou nesta terça-feira (9), o relatório de novembro com novos números da oferta e demanda mundial de grãos para a safra 2010/11. Algumas surpresas aconteceram e pressionaram as cotações internacionais na Bolsa de Chicago, dando maior força às commodities.  Tal acontece, haja vista a recente valorização a partir da injeção de US$ 600 bilhões na economia americana e a conseqüente desvalorização do dólar.  Com isso, as commodities assumem o papel de proteção financeira

Milho
As expectativas do mercado se confirmaram, ou seja, o relatório de novembro trouxe novos cortes para a produção americana de milho na safra 2010/11.  A produção passou de 321 para 318 milhões de toneladas. Considerando o corte efetuado no relatório de outubro de 16 milhões de toneladas, a redução total na produção dos Estados Unidos soma 19 milhões de toneladas. A produtividade, a menor dos últimos anos, ficou em 9.674 kg por hectare. O consumo projetado é de 292 milhões de toneladas e estoques finais de 21 milhões de toneladas. Com isso, a relação estoque final/consumo americano passa para 7,2%.Vale lembrar o aumento da demanda de etanol, a partir da elevação de 10 para 15% na mistura de etanol na gasolina, aprovada recentemente nos Estados Unidos.   Assim, a necessidade de milho para produzir etanol é de 121,9 milhões de toneladas e para uso doméstico é de 291 milhões de toneladas.

A produção mundial foi retificada para 818,5 milhões de toneladas. O consumo mundial estimado em 837,3 milhões de toneladas e estoque final de 129,1 milhões de toneladas.  A relação estoque final/consumo é de 19,4 %.As estimativas de produção para o Brasil e a Argentina foram mantidas em 51 e 25 milhões de toneladas, respectivamente.

Na Bolsa de Chicago, no pregão intermediário, os preços do milho apontam uma alta deUS$ 0,32/saca, com os contratos para dezembro negociados a US$ 14,14/saca.

Soja
Para a soja, o fato novo foi o corte efetuado na produção americana na safra 2010/11, projetada em 91,8 milhões de toneladas (menos 900 mil toneladas)e o estoque final de 5 milhões de toneladas, sinalizando um quadro de oferta e demanda mais ajustado. Estes números deverão causar impacto porque estão abaixo das expectativas do mercado.  A produtividade média prevista é de 2.950 kg por hectare. A relação estoque final/consumo americano é de 10,4%.

A produção mundial estimada é de 257,36 milhões de toneladas, superior à previsão do relatório anterior por conta da revisão efetuada na produção argentina e brasileira.  O consumo mundial também foi reavaliado, passando de 252 para 254 milhões de toneladas.  O estoque final ficou praticamente estável (61,4 milhões de toneladas), com uma relação estoque final/consumo mundial de 23,8%.

A produção brasileira foi retificada para 67,5 milhões de toneladas (mais 500 mil toneladas) e para a Argentina reajustada para 52 milhões toneladas (mais 2 milhões de toneladas).

A China, maior consumidor mundial, com uma produção de 14,4 milhões de toneladas, teve suas importações revisadas de 55 para 57 milhões de toneladas.  O consumo chinês tem estimativa de 68,8 milhões de toneladas.

O relatório já repercute nos preços na Bolsa de Chicago no meio pregão.  Os contratos da soja operam em limite de alta, com novembro batendo US$ 29,36/saca, um ganho de US$ 1,49 por saca, em relação ao fechamento da terça-feira (US$ 27,87/saca).
 

Gilda M. Bozza
Economista – DTE/FAEP

DETI

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