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Retorno das chuvas em maio é boa notícia para o triticultor

Produtores aguardam o retorno das chuvas para dar sequência à semeadura do trigo nas regiões Oeste e Norte do Paraná

Os agricultores do Paraná aguardam a chegada das chuvas para dar continuidade à semeadura do trigo em algumas regiões e iniciar em outras. A preocupação é devido ao período prolongado sem a ocorrência de chuvas significativas no estado que afeta tanto as lavouras de milho segunda safra – muitas já em estágio reprodutivo – como posterga o avanço da semeadura da cultura do trigo e demais cereais de inverno. No estado, as janelas de plantio do trigo variam de cidade para cidade, com base em itens como: altitude e latitude das regiões, tipo de solo e potencial produtivo. Em algumas regiões, o período de semeadura já se iniciou em abril, mas ainda é possível garantir o cumprimento do prazo que vai em algumas regiões, até meados e final de maio e, em outras, até final de junho.

Ainda que a falta de chuvas deixe parte dos agricultores apreensivos, semear trigo dentro do mês de abril oferece alguns riscos inerentes ao período, como geadas precoces e favorecimento a ocorrência de Brusone. No caso do milho, a preocupação é plenamente justificada, mas para o trigo, o agricultor pode ter algumas vantagens com a semeadura feita pouco mais tarde. O agrometeorologista da Rural Clima, Marco Antônio do Santos, explica que as chuvas devem normalizar no início do mês de maio. “Temos uma condição onde ocorreu a formação de um bloqueio atmosférico nestas regiões que está gradativamente perdendo força e, com isso, as chuvas devem retornar em bom volume, após o dia 4 de maio”, explica.

Para o inverno, a projeção do clima é positiva para os cereais de inverno. “Os modelos meteorológicos indicam que o mês de maio terá regularidade quanto ao tema, tendo bons volumes de chuva e seguindo assim ao longo do outono e todo o inverno. São condições excepcionais para a cultura do trigo, com frio e umidade, ou seja, tudo que a planta precisa, inclusive no período de colheita, tendo condição parecida ao ano de 2016, onde a safra de trigo foi excepcional”, finaliza.

Semear trigo de maneira antecipada, mesmo sendo a preferência de parte dos agricultores, pode não ser a melhor alternativa, segundo o gerente da Regional Norte da Biotrigo, Fernando Michel Wagner. Quando analisados dados históricos de ocorrência de doenças, como por exemplo a Brusone, semeaduras em abril tem maior registro da doença além do maior risco com perdas por geada. “Vemos uma certa tendência de se ter maior pressão nos campos semeados precocemente, ao contrário daqueles semeados a partir do mês de maio. Ainda que algumas cultivares ofereçam um maior nível de resistência à Brusone, é preferível semear em datas que ofereçam menor risco, dado o dano potencial que ela pode causar à lavoura, especialmente às regiões oeste, transição e norte paranaenses. Outro agravante é o risco da geada, maior em semeaduras no mês de abril”, alerta.

Fernando ainda destaca que cada safra se apresenta de maneira distinta quanto ao clima, sendo importante escolher cultivares que ofereçam maior resistência às chuvas em pré-colheita para o fechamento da semeadura. “Se analisarmos as cultivares que eram semeadas nessas regiões há cinco ou seis anos atrás, o nível de resistência à germinação na espiga evoluiu bastante, o que oferece uma segurança muito maior ao semear trigo nos meses de maio e junho. Quanto a semeadura da soja, não devemos ter problemas pois os ciclos mais semeados ainda deverão abrir um bom espaço para os agricultores que desejam semear a leguminosa no início do zoneamento; sem falar das áreas abertas anteriormente onde se semeia milho ou outro cereal no inverno”, finaliza Wagner.

Safra 2017/2018

O estado, que é o maior produtor de trigo do Brasil, deve semear, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, 1,048 milhão de hectares do cereal neste inverno. A estimativa é de uma produção de 3,314 milhões de toneladas, o que representa quase 50% de aumento em relação ao ano passado. A produtividade média deve subir 37%, chegando a 3.163 quilos por hectare.

Fonte: Biotrigo

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