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Safra de milho desvia de Paranaguá

Para fugir da demora no carregamento, 4 mil caminhões seguiram direto para o porto de Rio Grande neste ano

Imagem com fotos de satélite, mostra "congestionamento" de embarcações em Paranaguá

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Em Rio Grande, a quantidade de navios é menor, o que resulta em embarques mais ágeis

"Paranaguá está muito complicado. Em São Francisco do Sul, o trabalho de descarregamento não ultrapassa 12 horas", afirma Jaime Alfredo Binsfeld, presidente da Fiagril, trading que atua em 10 municípios mato-grossenses e que não tem enviado cargas para Paranaguá. A empresa prioriza a entrega o cereal no Porto de Santos (SP), a cerca de 2 mil quilômetros de sua sede em Lucas do Rio Verde (Médio-Norte de MT). A distância maior – de 90 quilômetros – e mais um pedágio no percurso resulta em acréscimo de R$ 5 a R$ 10 por tonelada no frete, segundo Binsfeld.

Por enquanto, os terminais de Rio Grande receberam volumes não muito significativos do cereal, mas diante da situação de excesso do produto no Centro-Oeste, operadores acreditam que terão de absorver mais cargas da região. "Até agora, recebemos 180 mil toneladas de milho, vindas principalmente do Oeste do Paraná e de Mato Grosso do Sul. O auge da safra do Rio Grande do Sul já passou. Como tem uma produção muito grande na área de influência de Paranaguá e Santos, a fila de navios se dilata e faz sentido trazer cargas para cá", diz Guilhermo Dawson, superintendente da Termasa, um dos terminais que atuam em Rio no porto.

O socorro às exportações do Centro-Oeste começou logo no início da colheita da safra passada, conforme Dawson. Tradicionalmente, o porto de Rio Grande escoa mais soja do que milho para o mercado internacional. No acumulado deste ano, 700 mil toneladas do cereal deixaram o país pelo porto gaúcho. Já a previsão de embarques de soja é de 8 milhões de toneladas para este ano. Até o momento, as exportações de soja em grão pelo Rio Grande do Sul acumulam alta de 60% em relação ao ano passado. Mais de 4,5 milhões de toneladas do produto deixaram o Brasil pelo estado.

Congestionamento

A espera para carregamento no porto de Rio Grande é de quatro dias, conforme o setor produtivo. Já a baía paranaense acumula uma fila de embarcações de mais de 100 navios. Alguns deles estão à deriva em alto-mar desde o dia 25 de maio esperando serem chamados para atracar e carregar grãos.
O superintendente da Appa, Luiz Henrique Dividino, diz que maior parte dos navios que está na fila não tem carga programada. "Eles vêm e se posicionam na baía porque sabem que uma hora a carga terá de sair. O porto é público. Em Rio Grande, os terminais são privados e podem selecionar quem entra para carregar. Mesmo que estivéssemos totalmente livres, não acredito que todo esse milho de Mato Grosso desceria, porque não tem preço nem mercado para o milho", afirma.

180 mil toneladas é o volume de milho que o porto de Rio Grande recebeu até o momento. Cargas que seriam direcionadas a Santos ou Paranaguá equivalem a 4 mil carretas com 45 toneladas cada. Enfileiradas, elas somariam 120 quilômetros, a distância entre Curitiba e Ponta Grossa.

20 milhões de toneladas é quanto de milho o Brasil terá de guardar em estoques neste ano por conta de duas supersafras do cereal. Ao todo, o país colheu cerca de 80 milhões de toneladas do produto.

Cassiano Ribeiro/Gazeta do Povo

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