Sistema FAEP/SENAR-PR

Sistema FAEP promove palestra do Herdeiros em Campo Mourão

Programa que aproxima gerações foi apresentado a uma plateia de educadores da região de Campo Mourão

Manter a família unida e preservar o patrimônio. Esse poderia ser um resumo dos objetivos do programa Herdeiros do Campo, iniciativa do SENAR-PR que trabalha a sucessão familiar rural em suas três dimensões: propriedade, família e empresa rural. No dia 26 de outubro, o assessor da presidência do Sistema FAEP/SENAR-PR, Antônio Poloni, realizou uma palestra sobre o programa durante a “II Formação para Educadores do Campo – A Sustentabilidade e a Interdependência Campo Cidade”, promovida pelo Núcleo Regional de Educação de Campo Mourão.

Na ocasião, Poloni falou a uma seleta plateia formada por 250 educadores de 17 escolas localizadas em 11 municípios da região de Campo Mourão. O perfil do público é estratégico para difundir o programa entre os jovens e seus familiares, uma vez que grande parte das instituições de ensino representadas tem como público filhos de produtores e trabalhadores rurais. O objetivo é que esse público opere como multiplicador do programa, levando sua mensagem para as comunidades onde atuam.

O Herdeiros do Campo surgiu em resposta a um desafio central da atividade agropecuária: a necessidade de preparar as novas gerações para dar continuidade aos empreendimentos rurais, que não raro são descontinuados quando do processo sucessório. “O objetivo desta conversa foi transferir o conhecimento, para que a sucessão familiar seja feita com planejamento e não por exclusão”, afirma Poloni, referindo- -se à dificuldade que existe quando um herdeiro precisa assumir a empresa rural, mas não foi feito um plano de sucessão. “Todo filho é herdeiro, mas nem todo herdeiro é sucessor”, pontua. A diferença está na capacidade técnica e na vontade de dar continuidade ao empreendimento rural, que precisa ser trabalhada desde cedo para que ocorra de forma fluida e sem sobressaltos. As consequências do não planejamento, todos conhecemos: venda da terra, dilapidação do patrimônio e – não raro – brigas familiares.

“Em muitas famílias isso ainda é um tabu, mas temos que encarar isso de frente”, afirma o presidente do Sindicato Rural de Campo Mourão, Nery Thome, que também participou do evento. Na sua opinião, quando a sucessão é bem-feita, evita-se conflitos e até a desagregação do núcleo familiar. “Tem produtor que fala para os filhos ‘quando eu não puder mais vocês resolvem’. Isso está errado. Temos que preparar esse caminho”, acrescenta Thome.

Segundo o técnico pedagógico do Núcleo Regional de Educação de Campo Mourão Márcio Luiz Ramos, o êxodo rural se intensificou nos últimos anos, a ponto de algumas escolas rurais terem que fechar as portas por falta de público. “Fica muito claro que a juventude rural está perdendo o interesse na vida do campo. A ideia é mostrar que a opção de permanecer no campo é viável”, afirma. Segundo Poloni, a escola e a universidade podem ajudar os jovens a encontrar esse caminho. “Mas os pais têm que sensibilizar os filhos desde cedo e mostrar não só que a atividade rural é viável, mas que é possível ter uma vida digna no campo, tanto quando na cidade e que, para exercê-la, é preciso se profissionalizar”, finaliza.

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Antonio Senkovski

Repórter e produtor de conteúdo multimídia. Desde 2016, atua como setorista do setor agropecuário (do Paraná, Brasil e mundial) em veículos de comunicação. Atualmente, faz parte a equipe de Comunicação Social do Sistema FAEP/SENAR-PR. Entre as principais funções desempenhadas estão a elaboração de reportagens para a revista Boletim Informativo; a apresentação de programas de rádio, podcasts, vídeos e lives; a criação de campanhas institucionais multimídia; e assessoria de imprensa.

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