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Soja registra recuo de área no Paraná após seis temporadas

Produção paranaense de grãos de verão poderá alcançar 23 milhões de toneladas, volume 14% superior ao da safra de verão 2015/16

Após seis safras consecutivas, a área dedicada a soja, principal cultura semeada no Paraná, irá registrar recuo. De acordo com o primeiro levantamento da temporada de verão 2016/17 do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab), a oleaginosa deve cobrir 5,23 milhões de hectares, cerca de 50 mil hectares a menos em relação ao ano passado — 5,28 milhões de hectares.

Em contrapartida, milho e feijão terão suas áreas ampliadas. O cereal é o grão que mais ganha área, com avanço de 17%, passando de 413.775 hectares para 484.940 hectares. A cultura vinha perdendo espaço para a soja nos últimos anos, movimento que se acentuou a partir de 2012.

O feijão da primeira safra também ganha território. Este ano, o Deral prevê uma área plantada de 196.927 hectares, cerca de 7% a mais em relação ao ano passado — 184.884 hectares.

A área total a ser cultivada no Estado é semelhante a da temporada passada, já que o Paraná está com sua fronteira agrícola esgotada. A estimativa é semear 5,9 milhões de hectares, cerca de 1% a mais do que na safra anterior.

O levantamento do órgão estadual indica que a produção paranaense de grãos de verão poderá alcançar 23 milhões de toneladas, dependendo da normalidade do clima entre a primavera deste ano, com a semeadura das lavouras de arroz, soja, feijão e milho da primeira safra, e o verão de 2017, quando o ciclo se completa com os trabalhos de colheita.

Caso confirmado, o volume será 14% superior ao da safra de verão 2015/16, quando foram colhidas 20,2 milhões de toneladas. Os 2,8 milhões de toneladas a mais estão baseados na expectativa de aumento da produtividade, que pode ocorrer caso os fenômenos climáticos não sejam severos, como ocorreu na safra 15/16, com excesso de chuvas na primavera e no verão devido o fenômeno El Niño que prejudicou fortemente as culturas de feijão, milho e soja.

Soja – Apesar da redução da área, em cenário de clima normal, a previsão do Deral ainda é de safra recorde, podendo atingir um volume de 18,2 milhões de toneladas. O Paraná perdeu cerca de 1,8 milhão de tonelada em relação à previsão inicial na safra 2015/16, devido ao clima, mas os preços se sustentaram em função da valorização do dólar frente ao real, que elevou os ganhos do produtor.

Milho – A produção esperada com o plantio de milho é de 4,24 milhões de toneladas, quase um milhão de toneladas a mais sobre a safra anterior, que rendeu 3,3 milhões de toneladas durante a primeira safra. A expansão do cereal está impulsionada pela valorização do grão, que aumentou 68% no último ano. Como ocorreu quebra na safra passada de milho, há escassez de produção e a expectativa é que os preços do grão se mantenham acima de R$ 30 a saca no mercado, o que está levando os produtores a plantarem o grão em detrimento da soja.

Feijão – Em condições normais de clima, o Paraná poderá colher 368.209 toneladas de feijão, cerca de 26% a mais que no mesmo período do ano passado — 291.914 toneladas. Nesta primeira safra, concentra-se o plantio de feijão preto na região Centro-Sul do Estado, que representa 81% da produção total. A exemplo do milho, há escassez de feijão no mercado devido às perdas na safra passada, em função do El Niño, que provocou excesso de chuvas e prejudicou as lavouras. Segundo o Deral, o Paraná perdeu 20% da produção esperada, o que corresponde a 151 mil toneladas a menos na colheita.

Carlos Filho

Jornalista do Sistema FAEP/SENAR-PR. Desde 2010 trabalha na cobertura do setor agropecuário (do Paraná, Brasil e mundial). Atualmente integra a equipe de Comunicação do Sistema FAEP/SENAR-PR na produção da revista Boletim Informativo, programas de rádio, vídeos, atualização das redes sociais e demais demandas do setor.

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