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Soja sobe mais que 6% com relatório do USDA

USDA divulgou seu relatório de oferta e demanda do mês de maio. Confira a análise da economista Tânia Moreira Alberti, do DTE da FAEP

Tânia Moreira Alberti, economista do DTE da FAEP

Em 10 de maio, terça-feira, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou seu relatório de oferta e demanda do mês de maio, com estimativas para a safra 2015/16 que segue se consolidando na América do Sul e as primeiras estimativas para a safra 2016/17 que tem início nos Estados Unidos.

O mercado reagiu positivamente, com ganhos ultrapassando 6% para a soja, com o contrato de julho/16 cotado a    US$ 10,90 por bushel, na melhor cotação desde agosto de 2014. No milho, os ganhos se aproximaram de 4% com o contrato de julho/16 cotado a US$ 3,78 por bushel.

 SOJA: ESTOQUES FINAIS AMERICANOS SOFREM CORTE ACIMA DO ESPERADO E MERCADO REGISTRA ALTA

O relatório do USDA foi positivo ao mercado indicando estoques finais americanos de 10,89 milhões de toneladas, o que foi menor que o indicado no mês passado e menor do que era esperado pelo mercado (11,64 milhões de toneladas). Os estoques finais americanos para a temporada 2016/17 foram a principal surpresa, sendo indicado em 8,29 milhões de toneladas, ficando abaixo da safra 2015/16 e bem abaixo das expectativas médias de mercado, que apontavam para 11,62 milhões de toneladas.

Estoques menores em 2016/17 são resultado de uma produção americana menor, estimada em 103,42 milhões de toneladas, em relação à safra recorde de 106,93 milhões de toneladas em 2015/16. A área de plantio foi reduzida para 82,2 milhões de acres, abaixo das estimativas iniciais e abaixo da área em 2015 e 2014. A produtividade americana foi estimada em 46,7 bushels por acre, abaixo dos 48 e 47,5 bushels por acre de 2015 e 2014.

Os estoques finais globais da safra 2015/16 e 2016/17 também sofreram cortes acima do esperado pelo mercado.  O estoque final global da safra 2016/17 foi estimado em 68,21 milhões de toneladas, abaixo das 73,4 milhões de toneladas esperadas pelo mercado e abaixo dos 74,25 milhões de toneladas da temporada anterior.

A produção brasileira da safra 2015/16 foi reajustada para 99,0 milhões de toneladas, em relação as 100,0 milhões de toneladas estimadas anteriormente. A produção da Argentina foi revisada para 56,5 milhões de toneladas, abaixo das 59,0 milhões de toneladas, estimadas em abril.

A reação imediata do mercado foi altista e o USDA estimou preços médios para a temporada 2016/17 acima do projetado na temporada 2015/16.

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MILHO: GANHO BATE EM 4% NO DIA

O relatório também foi positivo para o milho, com ganhos se aproximando de 4% no dia para o futuro de julho, cotado a US$ 3,83 por bushel, na melhor cotação desde outubro de 2015.

O USDA estimou estoques finais americanos de 54,68 milhões de toneladas, abaixo dos 56,59 milhões de toneladas esperadas pelo mercado. Os estoques finais da temporada 2015/16 foram indicados em 45,79 milhões de toneladas, abaixo da estimativa de abril e abaixo das expectativas médias de mercado (46,35 milhões de toneladas).

A produção americana, no entanto, veio acima das expectativas do mercado, indicada em 366,54 milhões de toneladas, configurando-se como a maior produção americana de milho na série histórica. A área de plantio passou de 88,0 milhões de acres na safra 2015/16 para 93,6 milhões de acres na estimativa de 2016/17, após três anos consecutivos de corte de área. A produtividade é estimada em 168 bushels por acre, em relação aos 168,4 bushels por acre da safra passada.

Os estoques finais globais da temporada 2016/17 foram estimados em 207,04 milhões de toneladas, abaixo das 210,4 milhões de toneladas esperadas pelo mercado. Os estoques finais globais da safra 2015/16 foram indicados em 207,87 milhões de toneladas, abaixo dos estoques estimados em abril, mas acima de expectativa média de mercado.

As exportações americanas na temporada 2015/16 foram elevadas, enquanto as exportações brasileiras foram reduzidas. A produção brasileira sofreu corte de 3,0 milhões de toneladas e a produção argentina de 1,0 milhão de toneladas.

Os preços médios indicados pelo USDA para a temporada 2016/17 ficaram abaixo dos preços médios projetados na temporada 2015/16.

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TRIGO: RELATÓRIO FOI BAIXISTA, MAS MERCADO AINDA REGISTROU GANHO NO DIA

Apesar dos futuros marcarem alta se aproximando de 2%, o relatório do USDA ficou mais no terreno negativo para o trigo. Os estoques finais americanos na temporada 2016/17 foram estimados em 28,0 milhões de toneladas, enquanto o mercado esperava 26,7 milhões de toneladas.

Os estoques finais globais foram estimados em 257,34 milhões de toneladas na temporada 2016/17, bem acima das expectativas médias de 243,6 milhões de toneladas. Os estoques finais globais da safra 2015/16 ficaram em 242,91 milhões de toneladas, acima da estimativa de abril e acima das expectativas de mercado.

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Ouça a análise da economista Tânia Moreira, do DTE da FAEP

 

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