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Tempo de vacas magras

Comissão Técnica de Cereais, Fibras e Oleaginosas, da FAEP, se reúne para discutir as perspectivas para a próxima safra

“A época das vacas gordas já passou. Os juros vão subir e os recursos ficarão mais escassos. Vamos enfrentar algumas turbulências nos próximos anos no agronegócio”, avaliou o presidente do Sistema FAEP, Ágide Meneguette, durante a abertura da reunião da Comissão Técnica de Cereais, Fibras e Oleaginosas, no último dia 30 de março, em Curitiba.

No primeiro encontro da Comissão em 2015, produtores e representantes dos sindicatos rurais de todo o Estado discutiram as perspectivas para a próxima safra e relataram problemas decorrentes do plantio de soja safrinha e do cultivo de soja sobre soja. De acordo o relato dos produtores, o cultivo dessa soja fora de época está favorecendo o aumento nos casos de ferrugem asiática, além do ataque de lagartas em lavouras de todo o Estado.

Na avaliação do presidente da Comissão, Ivo Carlos Arnt Filho, a última safra foi boa diante de todos os problemas enfrentados na agricultura. O grande desafio do produtor nesse momento é driblar a atual conjuntura política e econômica no país. “O cenário não está favorável, no entanto a maioria dos produtores pretende realizar uma comercialização com bons preços, já que o dólar está subindo e favorecendo o preço das commodities”, observou Ivo.

Ao mesmo tempo em que o dólar favorece as comercializações externas, essa alta vai aumentar os custos de insumos, como fertilizantes e defensivos. Durante a reunião, os técnicos Edimar Gervásio, Carlos Hugo Godinho e Marcelo Garrido, do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (Seab), apresentaram um estudo em que, na cultura de trigo, por exemplo, os fertilizantes subiram 5% e os agrotóxicos ficaram 8% mais caros. “O nosso estudo foi realizado antes dessa última alta do dólar. A moeda mais cara vai se refletir para o produtor que ainda não comprou os insumos para a próxima safra”, explicou Godinho.

Para Ivo, os impactos de custo de produção provavelmente serão mais altos em relação aos estudos do Deral. “Nós acreditamos que o impacto será em torno de 15 a 20%, baseado principalmente no aumento do óleo diesel. Além disso, em maio teremos o reajuste salarial em média de 10% e sem contar a alta dos insumos. Para o pequeno produtor é uma situação delicada por causa da grande queda na rentabilidade na propriedade rural”.

Ouça o áudio de Ivo Carlos Arnt Filho

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