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Um terço do trigo será rebaixado

 Cerca de 35% do trigo que está sendo plantado no Paraná será rebaixado na hora da comercialização. Com a mudança do padrão do grão para comercialização determinada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), um terço do produto colhido no Estado será vendido com uma classificação diferente dos anos anteriores, conforme avaliação que parte dos dados das cooperativas.

A instrução normativa do Mapa que entra em vigor em julho amplia de três para quatro os grupos de classificação. As propriedades do trigo melhorador e pão ficam mais rígidas e o que era trigo brando agora se divide em trigo doméstico e básico. A linha de corte para o trigo sem classificação passa de 50 para 100 pontos de força de glúten.

A projeção é que o Paraná produza 2,2 milhões de toneladas de trigo no Paraná neste ano. Deste montante, cerca de 770 mil toneladas devem ser enquadradas em uma classe mais baixa do que era na safra passada, conforme o Sindicato e Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar).

No ano passado, 90% do volume colhido no Paraná foram vendidos como trigo melhorador ou pão. Essas classificações são destinadas à panificação, que representa mais de 50% do mercado de farinha de trigo no Brasil. Com os critérios que entram em vigor em julho, apenas 60% devem atender essa demanda.

Uma outra parcela também será rebaixada. Trata-se da porção de 5% da colheita que eram classificados como trigo brando, usado para produção de bolachas e biscoitos, e agora estarão abaixo da linha de corte. O produto tende a ser misturado ou destinado para ração animal.

"O problema será atender a esta demanda quando o clima não ajudar e a qualidade do trigo diminuir", afirma Flávio Turra, gerente técnico e econômico da Ocepar. Ele explica que, quando a safra for prejudicada, o mercado vai depender de importações. Turra avalia que o produtor está ciente das mudanças e vai fazer o possível para se adaptar.

Os novos critérios não são novidade para a indústria, afirma Marcelo Vosnika, vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Trigo (Abitrigo). "Ao invés de quantidade, o produtor vai investir em qualidade."
 
Fonte: José Rocher/Gazeta do Povo

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