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USDA reduz estimativa de safra mundial

SOJA – Produção brasileira estimada em 66 milhões de toneladas, corte de 2,5 milhões de toneladas.

Nesta terça-feira (10), o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos – Usda, divulgou o relatório mensal de março com o quadro de oferta e demanda mundial das principais commodities agrícolas para a safra 2011/12, trazendo os cortes efetuados nas produções brasileira e argentina.

A produção brasileira foi reajustada para 66,00 milhões de toneladas, um corte de 2,5 milhões de toneladas sobre a estimativa do relatório de março (68,50 milhões de toneladas). Em relação à estimativa de fevereiro (72 milhões de toneladas) o corte soma 6 milhões de toneladas. Para a Argentina, a produção foi reavaliada de 46,50 milhões de toneladas para 45,00 milhões de toneladas, um corte de 1,5 milhão de toneladas.

Com isso, a produção mundial de soja na safra 2011/2012 foi retificada de 245,07 milhões de toneladas para 240,15 milhões de toneladas, ou seja, um corte de 4,92 milhões de toneladas. O consumo mundial estimado é de 253,20 milhões de toneladas, exportações baixando para 89,00 milhões de toneladas e estoque final caindo de 57,30 para 55,52 milhões de toneladas.  A relação estoque final/consumo é de 21,9%. É o que apontam os dados do relatório do Usda.

Estados Unidos – Em relação aos Estados Unidos, a produção foi mantida em 83,17 milhões de toneladas, o esmagamento passou para 44,36 milhões de toneladas, o consumo doméstico ficou em 47,51 milhões de toneladas, as exportações passaram de 34,70 para 35,11 milhões de toneladas e os estoques finais caíram de 7,49 para 6,81 milhões de toneladas.  Com isso, a relação estoque final/consumo ficou em 14,3%.

Brasil – O Usda revisou a produção para baixo, considerando as perdas com a estiagem.  Com isso, a produção foi reajustada de 68,50 milhões de toneladas para 66,00 milhões de toneladas (menos 2,50 milhões de toneladas)., um corte superior às expectativas do mercado, que trabalhava com 67 milhões de toneladas.

Na safra passada de 2010/11, a produção brasileira, de acordo com o Usda foi de 75,5 milhões de toneladas. O consumo previsto em 35,50 milhões de toneladas. As exportações foram reajustadas de 36,90 para 35,70 milhões de toneladas.   Apesar do corte, o Brasil permanece como primeiro exportador mundial de soja em grão, com 40% das exportações mundiais.

Argentina – A produção argentina de soja foi reavaliada por conta da estiagem de 46,50 milhões para 45,00 milhões de toneladas (menos 1,5 milhão de toneladas), o consumo reajustado para 39,80 milhões de toneladas, exportações baixaram para 8,60 milhões de toneladas e estoque final de 19,47 milhões de toneladas.

Na Bolsa de Chicago, o relatório considerado positivo pelo mercado, teve repercussão imediata nos contratos futuros.  No início do -pregão, os contratos para o primeiro vencimento, maio/12 são negociados a US$ 31,85/saca, uma alta de US$ 0,30 por saca.  

MILHO: Estoques finais reavaliados para 122,71 milhões de toneladas
O Usda procedeu corte nos estoques mundiais, passando de 124,53 para 122,71 milhões de toneladas. A produção mundial foi ligeiramente elevada para 864,97 milhões de toneladas. Já o consumo global ficou em 867,29 milhões de toneladas e as exportações previstas em 96,56 milhões de toneladas. A relação estoque final/consumo global é de 14%, considerada baixa.

Para os s Estados Unidos, principal produtor mundial de milho, o USDA o manteve a produção norte-americana em 313,92 milhões de toneladas. O consumo ficou estável em 279,54 milhões de toneladas. As exportações permaneceram em 43,18 milhões de toneladas e os estoques finais mantidos em 20,35 milhões de toneladas.

O relatório de abril manteve a produção brasileira de milho em 62 milhões de toneladas, o consumo doméstico em 52 milhões de toneladas e as exportações reajustadas para 10,50 milhões de toneladas.   O estoque final brasileiro é 10,29 milhões de toneladas.

A União Europeia (27 países) teve mantidos os números do relatório de março: produção de 64,52 milhões de toneladas, importações de 4,50 milhões de toneladas, exportações de 2,50 milhões de toneladas e estoques finais de 5,41 milhões de toneladas.

A produção chinesa foi mantida em 191,75 milhões de toneladas e estoques reavaliados para 56,97 milhões de toneladas.

Os contratos futuros são negociados, no meio-pregão na Bolsa de Chicago, em leve baixa, a US$ 15,30 por saca.

TRIGO – Produção mundial reajustada para 694,32 milhões de toneladas

O USDA retificou a produção mundial de trigo, passando de 694,02 para 694,32 milhões de toneladas.  O consumo reajustado para 686,76 milhões de toneladas, exportações previstas em 143,73 milhões de toneladas e estoques finais menores, passando de 209,58 milhões de toneladas para 206,27 milhões de toneladas. Relação estoque final/consumo mundial de 30,3%.

Para os Estados Unidos, o Usda manteve a produção de 54,41 milhões de toneladas, o consumo foi reajustado para 32,35 milhões de toneladas, exportações mantidas em 27,22 milhões de toneladas e estoque final caindo de 22,45 para 21,58 milhões de toneladas.

A produção argentina de trigo foi mantida em 14,50 milhões de toneladas, consumo doméstico em 5,93 milhões de toneladas, exportações reajustadas para 9,50 milhões de toneladas e estoque final baixando para 2,18 milhões de toneladas.

Para o Brasil, o USDA manteve a produção 5,80 milhões de toneladas e um consumo de 11,20 milhões de toneladas.  Com isso, as necessidades de importação são de 7,30 milhões de toneladas.  O estoque final é de 680 mil toneladas.

O relatório mensal manteve a produção da União Europeia (27 países) em 137,49 milhões de toneladas e consumo em 125,50 milhões de toneladas.

Para os países do FSU 12 (antiga União Soviética), o USDA ratificou a produção em 114,30 milhões de toneladas e o consumo mantido em 80,10 milhões de toneladas.

Na China a produção permaneceu em de 117,92 milhões de toneladas e consumo interno reavaliado para 118,00 milhões de toneladas.   Para a Índia, o relatório manteve a produção de 86,87 milhões de toneladas e consumo de 83,06 milhões de toneladas.  Já para a Rússia a projeção foi mantida em 56,23 milhões de toneladas.  Austrália e Canadá tiveram mantidas a produção de 29,50 e 25,26 milhões de toneladas, respectivamente. 

Na Bolsa de Chicago, os preços reagem levemente e os futuros para maio/12 são negociados a US$ 14,1525 por saca.

Por Gilda Bozza, economista da FAEP

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