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Vendas de defensivos voltam a crescer

De acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg), em 2015 as vendas de defensivos renderam US$ 9,6 bilhões, 22% menos que em 2014

O clima deverá trazer bons ventos para as empresas de defensivos no Brasil em 2017. A expectativa de boa safra para as principais culturas plantadas no país nesta temporada 2016/17 e o aumento da umidade, que favorece a incidência de pragas e doenças, já começaram a ampliar a demanda doméstica por agroquímicos, e, com isso – e com um câmbio mais estável, já que grande parte da oferta é importada -, a expectativa é que o faturamento com as vendas retome neste ano a tendência de alta que vinha sendo observada até 2014.

“É um otimismo bastante cauteloso, mas estamos otimistas. Temos uma safra [2016/17] remuneradora e é uma safra [de grãos] cheia. Isso ativa bastante a economia agrícola e amplia a disposição do agricultor em fazer investimentos nas lavouras”, afirma Ronaldo Pereira, presidente da multinacional americana FMC para a América Latina.

Estima-se que a receita das vendas no segmento tenha encerrado o ano passado em um patamar próximo ao observado em 2015. E isso graças ao desempenho do segundo semestre. No primeiro, o mercado refletiu as quebras de safra da temporada 2015/16 causadas pelo El Niño. As intensas oscilações cambiais de grande parte de 2016 também deixaram os produtores mais cautelosos e afetaram as vendas.

De acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg), em 2015 as vendas de defensivos renderam US$ 9,6 bilhões, 22% menos que em 2014. A entidade ainda não tem os números oficiais de 2016, mas estima que o faturamento tenham ficado em torno de US$ 9 bilhões. A consultoria Allier Brasil está um pouco mais otimista: calcula que o montante tenha alcançado US$ 9,4 bilhões. Mas, de qualquer forma, confirma o segundo ano seguido de queda da receita em dólar das vendas.

Mas a situação deve mudar, como confirmam as principais companhias do ramo. Para Mauro Alberton, diretor de marketing estratégico para culturas e portfólio da divisão Brasil da multinacional alemã Bayer, 2017 será de fato, e novamente, um ano de boas vendas. “Vemos o início de uma safra com notícias positivas. O clima está favorecendo o agricultor no caso de culturas como soja, milho, cana-de-açúcar e mesmo o algodão, que está entrando num ‘humor’ positivo. Um cenário positivo para essas quatro culturas em um mesmo ano é difícil de encontrar”, diz.

Outro fator que deve ajudar o desempenho das empresas de defensivos que atuam no Brasil é a redução dos estoques de produtos nas mãos de redes de revendas de distribuição e de cooperativas. “A nossa expectativa é que esse estoque já tenha recuado para o equivalente a entre 15% a 25% de todo o volume de defensivos utilizado. O número ideal seria em torno dos 10%, no máximo, 15%. Mas a queda já foi grande, o que reduz um pouco da pressão sobre a remuneração das empresas”, afirma Marcio Farah, vice-presidente da consultoria Kleffmann Group.

Contudo, para driblar a escassez de crédito ou mesmo para se proteger de oscilações cambiais, o produtor deve continuar a elevar a aposta nas operações de barter (troca de insumos pela futura colheita), que voltaram a ganhar força nos últimos dois anos. Na Bayer, que lidera o mercado brasileiro de defensivos, as operações de barter cresceram 50% em 2016. Segundo Mauro Alberton, a tendência é que essa proporção aumente. “A gente acredita que o barter continua crescendo e os CRAs [Certificados de Recebíveis do Agronegócio] também. São ferramentas que dão mais certeza para o agricultor”, afirma ele.

Além das agruras domésticas, os últimos anos também foram marcados pelo crescimento do movimento global de concentração no segmento. Foram anunciadas, por exemplo, a fusão das americanas Dow e DuPont, a compra da suíça Syngenta pela ChemChina e a aquisição da americana Monsanto pela própria Bayer. E neste ano, segundo Farah, os reflexos práticos das negociações já aprovadas pelos órgãos regulatórios deverão começar a ser sentidos no mercado brasileiro. “A gente ainda não viu nenhum efeito do ponto de vista de oferta ou qualquer consequência direta dentro da cadeia. Isso deve começar a acontecer”, afirma.

E, após todos esses grandes movimentos, 2017 pode ser marcado por negociações menores e por um aumento ainda maior do interesse da China pelo Brasil. “O apetite das empresas chinesas está grande. Não será surpresa nenhuma um anúncio deles na área de defensivos. Estamos recebendo visitas constantes dos chineses desde novembro”, afirma Flavio Hirata, da Allier Brasil.

Fonte: Valor Econômico – 06/02/2017

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