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A crise do café

A cafeicultura do Paraná está pedindo socorro. No último dia 10 de abril, mais de 700 produtores colocaram uma faixa preta no braço para chamar a atenção do governo estadual e federal em relação aos problemas que ameaçam a cultura de café no Estado. O movimento ocorreu durante o 21º Encontro dos Cafeicultores na Expolondrina.

 "O pano preto amarrado no braço significa que a cafeicultura está de luto. O objetivo foi mostrar as nossas dificuldades e reivindicar ações imediatas para salvar a atividade. Se o setor não for atendido será o fim da cafeicultura no Estado", justificou o presidente da Comissão de Cafeicultura do Sistema FAEP e líder do movimento, Walter Ferreira Lima.                                                                                                        

O resumo da crise na cafeicultura também foi estampado em duas faixas na entrada do evento: "SOS Café". Além disso, um panfleto com as principais reinvindicações do setor foi distribuído aos visitantes da feira. Entre as medidas para dar um alívio aos cafeicultores estão a isenção do ICMS sobre o café e a garantia de um preço mínimo.

"A isenção do ICMS nas operações estaduais deve ocorrer urgentemente. A gente conseguiu essa isenção em 2010, mas no atual governo foi retirada e o imposto passou a ser cobrado novamente. Outra medida fundamental é a garantia de um preço mínimo ao nível federal com os valores compatíveis ao nosso custo de produção que hoje gira em torno de R$ 408 por saca", apontou.

O café no Paraná

Somente nos últimos 12 anos a área de café encolheu 50% no Paraná. Em 2000, o cultivo atingiu 163.900 hectares, com a crise esse número diminuiu para 163.900 hectares no ano passado.  A atividade envolve 12 mil produtores e a produção se concentra nas regiões Norte Pioneiro, Norte Central e Noroeste. A primeira abrange a maior área de plantio com 29.817 hectares.

O mercado internacional

O aumento da oferta de café nos principais países produtores aliado à redução nas exportações do produto e incertezas de consumo na Europa estão derrubando os preços do grão, tanto no mercado internacional como no Brasil. Somente em março, as cotações do café chegaram a cair cerca de 3% no mercado físico, praticamente a mesma desvalorização observada na Bolsa de Nova York, onde o produto é negociado.

Além do aumento da safra, o apetite dos países europeus estaria ameaçado por conta da crise econômica no velho continente. Os estoques do produto na Europa subiram 1,4% em fevereiro, segundo a Federação Europeia de Café (FEC). É lá onde estão os consumidores de café produzido no Brasil.

A conjuntura tem levado produtores paranaenses às ruas pelo interior, para protestar contra a falta de intervenção do governo no mercado. A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) espera que o preço mínimo do grão seja revisado no país. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) se mostra receptivo à proposta da CNA.

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